NK Store comemora seus 25 anos com festa e novas lojas

No dia em que a multimarcas e etiqueta de Natalia Klein celebra meio século de existência, conversamos com a empresária para relembrar sua trajetória e planos futuros.


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Não é todo dia que uma empresa nacional de moda celebra 25 anos. Considerando os trancos e barrancos pelo qual o setor passou e segue passando, o feito é ainda mais notório e digno de celebração – no caso, uma festa para 500 convidados no Teatro Mars, em São Paulo, nesta quinta-feira, 03.11. Ah, a aniversariante? A NK Store, multimarcas fundada por Natalie Klein em 1997.

Na véspera do evento, a empresária recebeu  a ELLE em seu QG, no bairro dos Jardins, na capital paulista, para uma conversa sobre começos, meios e, por ora, nenhum tipo de fim. 

“Fiz faculdade de arquitetura e imaginei que fosse trabalhar no varejo de modo natural, seguindo o caminho da minha família”, diz Natalie. Ela filha do empresário Michael Klein e nata de Samuel Klein, fundador da Casas Bahia. “Achei que teria duas carreiras paralelas, que moda e arquitetura seria quase um hobby”, relembra, com um sorriso no rosto ao recuperar lembranças de uma Natalie que, aos 20 anos, começou a colocar de pé um de seus maiores projetos de vida. “Queria muito uma independência, queria voz, uma narrativa, uma história própria. Queria empreender e me expressar. A NK fez essa ponte do que eu sonhava para o que eu queria”, explica.

Lição de casa

O faro fino para os negócios veio de casa. Natalie cresceu acompanhando negociações, compras, vendas, relacionamento com clientes bem de perto e percebeu desde cedo o quanto tudo isso a encantava. Só não imaginava que seria na moda que essa orquestra passaria a tocar sob sua regência. 

“Quando alguém fala ‘nossa, mas você se descolou completamente do negócio da família’, eu acho que faço a mesma coisa. No jantar na minha casa, a gente falava de logística, de entrega, de fornecedor. Tudo isso fazia parte do meu dia a dia, e isso foi me seduzindo”, conta.

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Natalie Klein, na NK Store. Foto: Divulgação

Com a NK Store criada e devidamente lançada, Natalie tinha um papel em branco nas mãos, muitas ideias e a vontade de dar vida a um conceito ainda novo de varejo que pouca gente entendia ao certo. “Oferecíamos o que hoje se chama de coolhunting, mas na época isso não existia. Ficávamos literalmente atrás das pessoas nas ruas de Milão, olhando o que estavam vestindo e perguntando quais eram as marcas. Aí, íamos no showroom para comprar e trazer para cá”, relembra a empresária. 

“Não queria essa história de loja de departamento, ao mesmo tempo não me entendia como monomarca, e sempre gostei dessa coisa meio garimpada. No começo, era difícil convencer todo mundo de que isso era legal. Todo movimento diferente do padrão que alguém faz causa alguma reação.”

Choices

Foi a partir desse ponto de vista que a curadoria de Natalie começou a fazer diferença. Se para alguns o que estava em curso soava como loucura, para outros era a possibilidade de se juntar a um modelo de negócio inovador. É o caso de Thiago Costa Rego, que há 21 anos chama a NK de casa. Do começo, como freelancer, ao cargo de diretor de marketing – ocupado hoje por Marcela Bussamra –, Thiago fundou há alguns anos a T,OFFICE, agência responsável pela criação de conteúdo e comunicação da marca. 

“A Natalie sempre teve a visão que a NK seria diferente. E mesmo com muitos desafios que passamos, ela nunca desviou desse foco. Ela sempre teve o olhar para o que existia de mais bacana. Seja uma marca que ainda não vendia no Brasil até a maneira de usar algumas peças, a combinação de cores, proporção do jeans. Era um aprendizado diário!”, fala Thiago.

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Sapato da nova coleção da NK. Foto: Divulgação

Outro importante nome que acompanhou boa parte dessa história é Helena Barbero. Com 14 anos de casa, ela ingressou como estilista, mais focada na parte de pesquisas, até assumir o posto de compradora, 10 anos atrás. “A NK tem a chancela do coolhunting das marcas internacionais e nacionais, e isso é uma responsabilidade enorme, afinal, envolve um trabalho minucioso e 360º. É através dele que trazemos e introduzimos tendências, lifestyle e informação de moda. Poder reproduzir toda essa consciência através do produto é incrível”, conta ela, que, ao lado de Natalie, coordena bimestralmente a curadoria das etiquetas importadas.

“Continuo acreditando no poder de edição para tudo, seja para moda, informação, qualquer tipo de cultura, qualquer tipo de consumo”, opina Natalie. Segundo ela, parte do papel da NK Store é proporcionar esse filtro e facilitar a vida do consumidor por meio de orientações e propostas bem focadas. Tudo entregue de forma despretensiosa e quase silenciosa.

“A curadoria da NK me mostrou, antes mesmo de qualquer pesquisa em viagens, marcas como Stella McCartney, que uso há anos”, diz a empresário Kelly Lobos. “Lembro quando a Natalie trouxe a marca Issa London, foi uma loucura! Só ela tinha”, continua ela, frequenta a loja desde os anos 2000 e relembra a forma divertida que era comprar nos corners pensados exclusivamente para algumas marcas.

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Look da nova coleção da NK. Foto: Divulgação

Vale dizer que, junto à seleção de nomes nacionais e internacionais, a NK Store também conta com uma etiqueta própria, a NK, criada desde o primeiro dia da empresa. Hoje, a grife representa 80% das vendas. 

“Vinte e cinco anos atrás as clientes vinham aqui buscar informação e hoje elas vêm aqui trocar informação de conhecimento de marca, tendências. Tudo está mais acessível. O repertório e o relacionamento que temos com a cliente também mudou”, fala Natalie. “90% das nossas clientes pesquisam online antes de vir à loja, esse é um jeito de prestar um serviço, um canal a mais que representa entre 6 e 8% das nossas vendas.”

+25

Desde o começo do ano, uma mudança estratégica chegou à marca: o empresário Alexandre Sá, ex- Arezzo&Co., Salinas e Richards – é o atual CEO da NK Store, enquanto Natalie passa a ser CIO (Chief Inspiration Officer). “Foi uma decisão madura de uma empresa com seus 25 anos de história. A chegada do Alê trouxe esse senso de expansão, para uma marca que merece e deve crescer, experimentar novos ares. Brinco que por 25 anos fui o Batman e o Robin, ia para o estilo, corria para o financeiro, fazia de tudo. A chegada dele me liberou para estar onde acho que posso agregar mais”, explica. Há alguns meses, por exemplo, Natalie, voltou a contribuir mais com as pesquisas, podendo mergulhar mais a fundo no estilo, comunicação e marketing.

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Natalie Klein. Foto: Divulgação

Em nossa conversa, a empresária fala ainda sobre a abertura de uma nova loja no Village Mall, no Rio de Janeiro, e outra no shopping Iguatemi, em São Paulo. “Faremos também aberturas em praças importantes no próximo ano, como Recife. Vamos levar nossa identidade, nossa alquimia de marcas nacionais e importadas”, conta. 

Na cartilha comemorativa de 25 anos há a pergunta de como se comemora 25 anos. Natalie responde: “Talvez seja contando histórias!” Mas será que ela estava preparada para tudo que viveu até aqui? “Não, nunca imaginei, nem nos meus melhores sonhos eu imaginei que a NK iria contar uma história dessa. Que me trouxesse para um lugar de satisfação pessoal, completamente relacionada ao que quero fazer da vida, com meus valores pessoais. Nunca imaginei, lá com meus 21 anos, que teria essas conquistas. Isso me dá muita motivação para saber que a NK me proporciona caminhos infinitos. Fizemos muito e estamos longe do que ainda vamos fazer”, finaliza.

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