Tudo que você precisa saber sobre o figurino do filme Priscilla

Na quinta-feira, 04.01, o aguardado novo título de Sofia Coppola, Priscilla, chega às telas dos cinemas brasileiros. A estreia é uma adaptação do livro Elvis e Eu, escrito por Priscilla Presley, na década de 1980, onde ela narra a sua jornada de autoconhecimento e amadurecimento a partir do casamento com o Rei do Rock.

No filme, são diversos os elementos que materializam a mudança vivida por Priscilla entre os seus 14 e 28 anos – as idades nas quais, respectivamente, ela conheceu o astro da música e se divorciou dele. Mas é o visual da protagonista a transformação mais nítida. 

@priscillamovie

Assinado por Stacey Battat, também responsável por Bling Ring e On The Rocks, o figurino do filme Priscilla carrega o peso de, ao mesmo tempo, retratar as particularidades da personagem e contextualizar os anseios de uma geração. “Ela sentia bastante a pressão para ser a mulher ideal daquela época, com o cabelo e a maquiagem perfeitos, e não conseguia expressar as suas necessidades”, conta Coppola, em entrevista à ELLE (a conversa na íntegra está disponível na edição de dezembro da ELLE View).

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Os desejos abafados de Priscilla curiosamente acabam por virar uma marca registrada por meio dos cabelos pretos e volumosos e os olhos marcados com um delineado intenso. 

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Longe de spoilers, mas os espectadores descobrirão que, mais do que um reflexo de sua personalidade, esses elementos também eram exigências de Elvis. “Você deveria pintar o seu cabelo de preto e usar mais maquiagem nos olhos. Eles vão te destacar”, diz Jacob Elordi nas telonas, enquanto dá vida ao músico estadunidense, numa passagem do filme. 

Elvis também nutria um desdém por roupas estampadas e, por muito tempo, Priscilla se afastou delas a despeito de suas vontades. As padronagens só voltam para o guarda-roupa da protagonista quando ela se muda para Los Angeles, já longe de Elvis, num período antecedente ao divórcio.

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Em entrevista ao portal Refinery29, Stacey Battar comenta que dava para notar a distância entre Elvis e Priscilla no modo como eles vestiam na década de 1970 (a separação aconteceu em 1973). 

“Ela começa usando roupas de menina, em tons pastel. Então, vai para Graceland e as cores se tornam mais vibrantes. Ela está no mundo de Elvis. Quando chegam os anos 1970, o seu cabelo volta ao natural”, adiciona Sofia Coppola.

Mais do que um ponto de apoio para a narrativa, o figurino é parte essencial em uma obra de Coppola. Aqui, uma tradução dos jogos de poder e sentimentos conflituosos da relação dos Presley. 

Abaixo, confira mais detalhes sobre o trabalho minucioso desenvolvido por Battat e seu time. 

A Priscilla adolescente

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Quando conhecemos Priscilla, ela vive na Alemanha Ocidental, em uma base militar do exército dos Estados Unidos. Cores pastel, saias rodadas e uma gargantilha de coração são a base de seu guarda-roupa. Para recriá-lo, Battat revisitou revistas de moda da década de 1950 e 1960. Mais tarde, mas ainda adolescente e vivendo em Memphis, as saias rodadas são substituídas por vestidos retos e, os laços no cabelo, por luvas compridas que adornavam os braços. 

O vestido de casamento

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Com o avanço da relação, cores pesadas e estampas coloridas são descartadas, por conselho de Elvis. As roupas lisas, em tons de rosa ou azul, dominam as novas escolhas. Ela escurece os cabelos castanhos claros e acrescenta contraste aos olhos com um delineado preto e cílios postiços – detalhes dos quais não abre mão nem quando dá luz a Lisa-Marie Presley. 

A Chanel, marca parceira de longa data de Sofia Coppola, recriou o vestido de noiva de Priscilla para as filmagens. O look não é uma cópia fiel do vestido original e passou por adaptações para encaixar melhor na silhueta da atriz Cailey Spaeny, que dá vida à Priscilla. 

A Valentino, por sua vez, recriou o terno de Elvis e muitos outros de seus figurinos, especialmente os suéteres e as roupas de malha, que eram comuns no armário do astro. 

Divulgação

O reencontro de Priscilla consigo 

A primeira vez em que acompanhamos uma visita de Priscilla a Los Angeles, onde Elvis está gravando Amor a Toda Velocidade, ela pega o marido de surpresa e o questiona sobre um suposto affair com a sua co-protagonista Ann-Margret Olsson. Para a ocasião, ela veste um conjunto verde e azul estampado – elemento que, nesta fase, já sabe bem que ele odeia. É a sua primeira grande tentativa de emancipação.

Apesar disso, em seguida, a personagem oscila entre momentos de subordinação e rebeldia em relação ao cônjuge e que podem ser vistos em seus visuais. Gradualmente, ela deixa o cabelo longo e natural, diminui o uso de maquiagem e as suas roupas enfim ficam estampadas e esvoaçantes. Ela se muda com a filha, oficialmente, para a cidade na Califórnia.

“Enquanto Elvis se torna mais teatral e mascarado, ela se mostra mais desmascarada”, reflete Battat, sobre o figurino do cantor na década de 1970, com macacões brilhosos e cavanhaque volumoso. 

Não demora muito para que, a partir daí, eles sigam caminhos separados.

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