Pucci vai a Capri para celebrar nova fase em sua história

Coleção de resort apresentada na ilha italiana marca a estreia da diretora de criação Camille Miceli.


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Quem ouviu o episódio da última sexta-feira, 29.04, do podcast ELLE News já sabe que os desfiles de meia estação (resort e pre-fall) das grandes marcas geralmente acontecem em locações de impacto ou algo paradisíacas. Pois bem, para celebrar a estreia de Camille Miceli na direção criativa da Pucci, a casa italiana levou 160 convidados para ilha de Capri, destino de verão favorito do fundador da grife, Emilio Pucci em si.

Foram três dias de programações, entre almoços e jantares animados com muito vinho e drinks, aulas de yoga com vista para o mar e um workshop sobre as mil e uma maneiras de se usar e amarrar os famosos lenços estampados da etiqueta, na loja da Via Camerelle, rua com alta concentração de marcas de luxo na ilha.

E para quem está perguntando se houve desfile, a resposta é não. A nova coleção, que será vendida em três drops, com o primeiro deles já disponível no e-commerce MyTheresa, foi apresentada ao longo dos vários eventos com modelos circulando e dançando pelas festas ou fazendo uma espécie de performance num tableaux vivant à beira mar.

A ideia faz sentido para a proposta de Camille, que quer reforçar a qualidade de lifestyle historicamente associada a Pucci. Embora a grife tenha inicialmente ficado conhecida por suas roupas coloridas de esqui, foi com as propostas de resort que a label se consagrou entre o jet set ao longo dos anos.

Daí as propostas simples e práticas que compõem esta primeira coleção. Uma série de vestidos com modelagens inspiradas em lenços, jeans com barras franjas, blusas de algodão com caimento afastado do corpo, bodies e shorts esportivos, tudo com as famosas estampas psicodélicas da label. Ah, e todas pintadas à mão. Detalhe que a estilista fez questão de garantir para ter um quê mais humano e não tão perfeccionista.

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A designer franco-italiana foi nomeada diretora de criação da Pucci em setembro passado, quatro anos após o cargo se tornar vago com a saída do estilista Massimo Giorgetti, da MSGM. Neste meio tempo, a grife, que pertence ao grupo LVMH desde 200, realizou algumas colaborações pontuais com nomes estrelados como Tomo Koizumi e Christelle Kocher, porém boa parte das coleções era criada e executada por um time interno.

Camille chega para romper esse ciclo e dar novo fôlego à etiqueta, que passa por mais um processo de reposicionamento e reestruturação. Ela é também a primeira mulher a assumir o mais alto posto criativo na empresa. Antes da atual empreitada, a designer franco-italiana trabalhou com Marc Jacobs e Nicolas Ghesquière, na Louis Vuitton, e com John Galliano e Raf Simons, na Dior.

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Seus primeiros passos na moda, contudo, foram na parte de comunicação. Pelo menos profissionalmente, já que sua avó e mãe eram bem chegadas no assunto – a última era amiga de Azzedine Alaïa, estilista falecido em 2017, que lhe concedeu seu primeiro estágio, aos 16 anos. Depois de formada, seu primeiro trabalho foi no escritório de assessoria de imprensa da Chanel, antes de ser contratada por Marc, na Louis Vuitton.

Foi o designer americano, aliás, quem incentivou Camille a migrar para a área criativa. Ele dizia que ela era sua musa, bem como disseram Ghesquière e Galliano, tempos depois. Com estilo e personalidade marcantes, ela se encontrou no design de acessórios. Ficou conhecida por transformar peças complexas e restritas às passarelas em sucessos comerciais.

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