SPFW N59: Aluf
Com tino comercial, Ana Luísa Fernandes amadurece sua Aluf com coleção mais leve e versátil.

O desfile da Aluf, responsável por abrir a SPFW N59, na noite deste domingo (06.04), começa de um jeito lúdico. Não só pela apresentação de uma banda circense e de uma dupla de malabaristas gêmeas, mas também por conta do primeiro look. Ele é formado por um macaquinho sem alças, sob uma anágua estruturada. Todas as peças são trabalhadas com uma técnica de manipulação de superfície têxtil que cria pequenos babados do mesmo tecido.
Aluf, SPFW N59. Foto: João Rocha
Aluf, SPFW N59. Foto: João Rocha
A apresentação, porém, não se resume à fantasia. Era um desejo de Ana Luísa Fernandes, fundadora e diretora criativa da marca, que as roupas fossem possíveis no cotidiano das mulheres. Por isso, a inspiração no universo do circo é trabalhada discretamente, em especial nos detalhes: os botões esféricos em referência ao nariz de palhaço, as múltiplas camadas das golas e as linhas geométricas que atravessam alguns vestidos.
Preocupada com a usabilidade da roupa, a estilista tem se dedicado a ouvir as demandas de suas clientes. Uma delas, por exemplo, era a necessidade de peças básicas, que pudessem ser compostas com as mais elaboradas. Nessa coleção, Ana Luísa mostra regatas, que aparecem em um truque de styling esperto com alças caindo por baixo de vestidos, e sua segunda calça jeans. Depois do sucesso da pantalona, lançada no ano passado, o denim da vez vem na modelagem mom, com cintura alta, coxas soltinhas e barra afunilada.
Aluf, SPFW N59. Foto: João Rocha
Aluf, SPFW N59. Foto: João Rocha
Outra demanda veio do atacado (as multimarcas que vendem os produtos da Aluf). Nas cidades mais tropicais do Brasil, as lojas pedem por peças mais leves e frescas, capazes de aguentar o calor do ano todo. Daí vem as batas de chiffon, os vestidos com alças finas e os microtops acompanhados de calças com o comprimento no tornozelo.
Na cartela de cores, os tons claros, que até então costumavam dominar as coleções da etiqueta, abrem espaço para o vinho, o marrom e o azul marinho.
Aluf, SPFW N59. Foto: João Rocha
Aluf, SPFW N59. Foto: João Rocha
Os fãs de longa data, contudo, não precisam se assustar. Ainda estão lá as ancas nos vestidos mídi, as golas meio avental e as mangas bufantes. Para quem gosta de artesanato, aliás, essa foi a primeira vez que a designer trabalhou com o bordado. Foram costuradas miçangas de vidro em peças de jacquard que chegam a pesar 4 kg.
Em sete anos de Aluf, Ana Luísa já havia comprovado suas habilidades com design e sua minúcia nas manualidades. Agora, com um tino comercial aguçado e maturidade, ela mostra estar ainda mais atenta aos negócios e às vontades femininas. A missão é difícil, mas vale a pena. E, neste caso, já incorpora novidades bem-vindas à marca, sem esquecer por completo dos códigos que a tornaram um sucesso.
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