SPFW N58: Silvério

Na era do amor líquido e dos encontros virtuais, a marca paulistana Silvério reflete sobre o desejo e o fim do amor romântico na coleção Eros. “Nosso ponto de partida é o livro Agonia de Eros, de Byung – Chul Han, que traz uma visão crítica e pessimista da sociedade contemporânea, onde o amor morre com a evolução tecnológica”, explica João (Sud) Massud, novo diretor criativo da marca, ao lado de Rafael Silvério.

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Silvério Foto: Ze Takahashi @agfotosite

Silvério Foto: Gustavo Scatena @agfotosite

A dupla de estilistas também se debruça sobre o termo italiano “Sprezzatura”, definido no livro O Cortesão, de Baldassare Castiglione, como o ato de aparentar indiferença e facilidade na realização de ações difíceis. “A partir desses dois pontos, tentamos buscar uma sensualidade urbana acessível e aparentemente sem esforço”, diz Massud.

Na passarela, a alfaiataria minimalista é desenvolvida com tecidos leves e cores como cinza, marrom, verde, branco e preto, com pontos de rosa e bordô. Massud também resgata elementos do streetwear, como moletons, t-shirts e calças de sarja com caimento oversized. “Eu sou da rua, trabalhei anos em um projeto social de reinserção da comunidade carcerária na indústria têxtil, então queremos trazer uma outra perspectiva para a marca e abranger um novo público”, fala.

Tecidos como cetim e veludo entram para dar um perfume glam aos looks, enquanto a maçã – símbolo do desejo – aparece estampada nos moletons e camisetas que têm tudo para hitar quando começarem as vendas. Entre as collabs da Silvério nesta temporada, há uma parceria com a Pandora nas joias e com a Santa Lolla, responsável pelos sapatos de mood fetichista.