11 histórias inesquecíveis de looks do Oscar
A noite em que Julia Roberts eternizou o vintage, a transparência inesperada de Barbra Streisand, o roubo do vestido de Lupita Nyong'o e outras curiosidades que marcaram o evento para além da cerimônia.
Além dos prêmios distribuídos e das apresentações musicais, outro aspecto do Oscar oferece um show à parte: os looks usados pelos convidados. O tapete vermelho só foi implementado à celebração em 1961, 32 anos após a primeira edição, mas, para muitos, é a parte mais emocionante da noite.
Quase ninguém consegue passar despercebido e, mesmo quem opta por fugir da competição velada de look mais glamouroso, acaba chamando atenção de alguma forma. No entanto, como bem sabemos, um look nunca é apenas um look e, no Oscar, volta e meia há uma história curiosa atrelada às roupas escolhidas pelas celebridades. A seguir, relembramos algumas das mais icônicas:
Jennifer Lawrence, de Dior, cai a caminho do palco no Oscar 2013
Todos os holofotes estavam virados para Jennifer Lawrence na 85ª edição do Oscar. Com apenas 22 anos, era a segunda vez que a estrela era indicada na categoria melhor atriz. Para completar, o vestido escolhido foi feito para roubar a cena: um Dior rosa pálido com quadril acinturado e saia volumosa digno de princesa. Avaliado em 4 milhões de dólares, ele é considerado o mais caro já usado na história premiação.
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E isso tudo é apenas o início da narrativa. O ponto alto mesmo foi JLaw ter sido consagrada com a estatueta por sua atuação impactante em O Lado Bom da Vida e, enquanto subia as escadas para receber o prêmio, acabar tropeçando na barra do vestido. Bem humorada, ela lidou bem com a situação e foi aplaudida pelos colegas presentes na plateia.
Björk e seu vestido de cisne na 73ª edição do Oscar
Em 2000, o vestido da Björk foi tão inusitado que acabou sendo mais comentado do que os vencedores daquela edição. Até hoje, mais de duas décadas depois, ele é um dos primeiros a ser lembrado quando o assunto é tapete vermelho do Oscar. A islandesa chegou à premiação simplesmente com um vestido de cisne. O pescoço do animal de mentira contornava o da cantora e o rosto parecia descansar em seu colo.
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Para completar, ela levou seis ovos de mentira que foram sendo largados ao longo do caminho. Em entrevistas, ela conta que os assistentes das outras estrelas iam recolhendo eles dizendo “Desculpe, senhora, você deixou cair isso”. A ideia era, justamente, fazer uma crítica do culto aos vestidos em Hollywood. A peça foi desenhada pelo estilista macedônio Marjan Pejoski.
O terninho transparente de Barbra Streisand no 41º Oscar
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Com um Grammy conquistado em 1963 e uma vitória no Emmy em 1965, Barbra Streisand estava prestes a garantir mais uma letrinha rumo ao EGOT – sigla usada para classificar o seleto grupo de artista que já venceram as 4 principais premiações do mundo do entretenimento – quando escolheu um terninho de lantejoulas para ir à cerimônia. O que ela não imaginava é que o look ficaria completamente transparente quando as luzes do flash disparassem sobre ele.
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O ano era 1969 e, como esperado, a artista levou o Oscar de melhor atriz por seu papel em Funny Girl – Uma Garota Genial. A transparência que já tinha sido evidenciada no tapete vermelho ficou ainda mais chamativa a caminho do palco, com as curvas traseiras de Barbra em destaque. Por esse incidente ousado para a época, o look desenhado pelo estilista Arnold Scaasi acabou se tornando icônico. E, a título de curiosidade, Barbra Streisand venceu o Tony Awards em 1970, completando seu EGOT.
Melissa McCarthy precisou comprar o próprio vestido para o Oscar 2012
O tapete vermelho do Oscar serve como um grande outdoor para estilistas, cabeleireiros e maquiadores e, em muitos casos, as estrelas são pagas pelas marcas para chegar à cerimônia com um modelo da grife. Porém, o quadro muda completamente de figura se você for considerado muito fora do padrão, principalmente se isso significa ser gorda. Melissa McCarthy sabe muito bem como é isso.
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Na 84ª edição da premiação, ela concorria à melhor atriz coadjuvante por seu papel no blockbuster Missão Madrinha de Casamento e, mesmo assim, não encontrou um designer que topasse a vestir. Melissa chegou a pedir a seis nomes que recorrentemente assinam os looks de convidadas do celebrado evento e a resposta foi sempre um sonoro “não”. Ela então optou por um vestido rosé da marca plus size de ready-to-wear Marina Rinaldi, vendida em lojas como Bloomingdale e Saks.
O vestido usado roubado de Lupita Nyong’o no Oscar 2015
Um ano após vencer o Oscar de melhor atriz coadjuvante, Lupita Nyong’o chegou à premiação belíssima em um vestido bordado com 6 mil pérolas. A peça desenhada pelo brasileiro Francisco Costa, diretor criativo da Calvin Klein na época, causou um burburinho no dia do evento, mas se tornou marcante mesmo pelo que aconteceu depois que a 87ª edição da cerimônia acabou. A roupa foi, simplesmente, roubada de dentro do quarto de hotel em que a atriz se hospedava.
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A situação, é claro, virou caso de polícia. Porém, o que os ladrões não esperavam era descobrir que as pérolas usadas fossem falsas, então eles mesmos decidiram devolver o vestido. Eles o colocaram dentro de um saco de lixo e o largaram em um dos banheiros do hotel, depois telefonaram ao TMZ para avisar sobre o paradeiro da peça e avisar que “Hollywood é uma farsa”, já que ficaram revoltados com a descoberta. A grife, por sua vez, disse que nunca havia afirmado nada sobre a veracidade do material.
O Valentino vintage de Julia Roberts no Oscar 2001
Julia Roberts fez história com seu vestido preto e branco de cetim e veludo na 73ª cerimônia do Oscar. Não só por ter levado a estatueta de melhor atriz pelo filme Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento, como também porque o modelo escolhido era um Valentino vintage, usado originalmente pela supermodel Helena Christensen no desfile de Outono/Inverno 1992 da grife italiana.
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Esse acontecimento foi determinante para que as roupas de segunda mão ganhassem um status mais positivo no mundo da moda. Julia mostrou que não são apenas as peças inéditas que transmitem poder, elegância e a sensação de exclusividade. O próprio Valentino Garavani considera esse um dos grandes marcos dos seus quase 50 anos de carreira. “Esse foi o vestido mais sensacional já visto em uma celebridade. Isso criou um novo item de moda, o vintage”, disse o estilista no documentário Valentino: O Último Imperador.
O Dior verde com chinoiserie de Nicole Kidman no 69º Oscar
Mesmo sem estar indicada em nenhuma categoria, Nicole Kidman teve uma participação marcante no Oscar de 1997. A atriz ainda era casada com Tom Cruise e chegou ao evento usando um vestido de seda verde chartreuse com detalhes em chinoiserie, uma das primeiras criações de John Galliano para a Dior. Vale destacar que, naquele momento, as nuances pastel e as cores primárias eram unanimidade entre as convidadas, então o tom escolhido por ela causou o maior rebuliço.
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Teve quem amou infinitamente e quem odiou com todas as forças, mas, definitivamente, foi um look que entrou para a história da premiação. No dia seguinte, Nicole estava na capa do Women’s Wear Daily com Galliano sendo coroado o rei do tapete vermelho. Aliás, até pouco tempo, o vestido era considerado o mais caro já usado na cerimônia. A atriz recebeu 2 milhões de dólares para usar o modelo, desenhado especialmente para ela.
Halle Berry fez Elie Saab acontecer no Oscar 2002
A carreira de qualquer estilista tem um ponto de virada e Elie Saab sabe muito bem qual foi o seu. O libanês viu sua carreira decolar ao vestir Halle Berry para a 74ª cerimônia da premiação. Usando um vestido borgonha com saia volumosa e corpo de tulê bordado assinado por ele, a estrela de A Última Ceia se tornou a primeira mulher negra a receber o Oscar de melhor atriz.
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Pouco após esse marco histórico, Elie foi convidado para ser membro da Chambre Syndicale de La Haute Couture, órgão que dirige a moda na França, um raro prestígio. Em entrevistas, ele mesmo afirma que Halle Berry em seu vestido borgonha foi o que fez a sua marca decolar.
Sharon Stone foi de camisa GAP em duas edições do Oscar
Ninguém entendeu nada quando Sharon Stone chegou a 68ª edição do Oscar usando uma camisa preta de gola alta da GAP, mas todo mundo amou. O detalhe casual não tirou a elegância do look, que acabou entrando para a lista dos mais icônicos da premiação. No entanto, tudo não passou de uma emergência fashion de última hora.
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O plano original era usar um vestido Vera Wang rosa, mas ele acabou caindo do caminhão de entrega e sendo atropelado, ficando com uma marca enorme de pneu. Detalhe: isso um dia antes da cerimônia. Desesperada, sem conseguir montar nada legal por conta própria, ela telefonou para a figurinista Ellen Mirojnick, que a havia vestido em Instinto Selvagem, pedindo ajuda poucas horas antes do evento.
Ellen foi até a casa de Sharon, vasculhou o armário da atriz e fez a combinação impecável: camisa GAP, saia Valentino e vestido Armani de veludo usado como casaco. Uma gardênia do jardim da atriz foi colocada na lapela para dar uma leve quebrada no look total black. Sucesso absoluto, tanto que até hoje o episódio é relembrado em entrevistas. E o melhor: ela gostou tanto do resultado que acabou repetindo a fórmula hi-lo dois anos depois, combinando uma camisa branca de botão da GAP com uma saia lavanda Vera Wang.
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Rita Moreno repetiu em 2018 vestido usado em 1962
Rita Moreno decidiu se auto-homenagear na 90ª cerimônia do Oscar. A atriz porto-riquenha chegou ao tapete vermelho com o mesmo vestido que usou quando ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante em 1962 por Amor, Sublime Amor. A peça ganhou algumas adaptações. As alças foram tiradas e o colo foi enfeitado com um maxi colar. Luvas compridas e uma faixa no cabelo também renovaram o look.
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Rita disse que a premiação era muito diferente na época em que levou a estatueta vermelha para casa, nem tapete vermelho tinha, por isso decidiu exibi-lo novamente ao ser convidada para apresentar uma das categorias da celebração. “Este vestido foi feito nas Filipinas. Não acredito que o estou usando”, declarou na entrada.
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O paletó ao contrário de Céline Dion no Oscar de 1999
O look usado por Céline Dion no 71º Oscar é a prova de que certas produções são vanguardistas demais para serem compreendidas imediatamente. Na época, ela figurou em diversas listas de “as mais mal vestidas” com seu smoking branco Dior by Galliano. Estar de calça no tapete vermelho já era um evento por si só em 1999, mas o paletó usado para trás e a combinação com chapéu Fedora e o Ray-Ban cravejado com pedras deixaram tudo ainda mais inusitado.
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Porém, agora, mais de 20 anos depois, a produção é aplaudida sempre que relembrada. Céline diz que não se importa de ter sido crucificada por sua escolha avant-garde. “Você apenas tem que bancar o que veste. E eu fiz isso!”, disse em entrevistas.
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