Hanayrá Negreiros ingressa como curadora adjunta de moda no MASP
A pesquisadora, professora e colunista da ELLE fará parte do projeto MASP Renner.
O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) anunciou hoje, 06.05, Hanayrá Negreiros como a nova curadora adjunta de moda. A pesquisadora, professora e colunista da ELLE estará à frente do projeto MASP Renner, que reúne artistas e estilistas brasileiros na criação de peças de vestuário inéditas que pertencerão ao acervo do museu, o maior da América Latina. A iniciativa, que segue o exemplo da coleção MASP Rhodia nos anos 60, acontece desde 2017 e teve Lilian Pacce ocupando a mesma posição no ano passado.
“Negreiros é uma pensadora extraordinária, com especial interesse pela cultura negra, sendo capaz de conectar arte e moda de uma forma única e inovadora”, diz Adriano Pedrosa, diretor artístico do museu. ”Estamos ansiosos pelas novas perspectivas que ela trará ao projeto MASP Renner”, completa.
Não é a primeira vez que Hanayrá, que é graduada em Negócios de Moda e mestre em Ciência da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), participa de ações do MASP. Sua estreia foi à frente da oficina Tecendo pequenos axós: vestimenta e simbologia no terreiro (2018), ao lado de Fernanda Vilhena. Depois, ministrou As roupas que dançam (2020) e Histórias do vestir: cinco artistas negros no acervo do MASP (2020).
Agora, ela se prepara para ministrar com Juliana Ferreira Guide o curso Vestimentas e representações negras nas histórias da arte, que começa na próxima terça-feira, 11.05. Como curadora, começou como assistente no Red Bull Station em 2017. Posteriormente, no ano de 2019, assinou a exposição Indumentárias negras em foco, exibida no IMS Paulista (2019-2020) em parceria com a Feira Preta.
Neta de costureiras e alfaiates paulistas e maranhenses, Hanayrá diz estar ”animada, honrada e muito grata pelo convite” de Adriano. Ao direcionar suas áreas de estudo para as estéticas africanas e afro-diaspóricas que se manifestam pelo vestir, a curadora tornou-se referência no assunto. Não por acaso, sua coluna na ELLE chama-se Negras Maneiras.
”Meu lugar no MASP vem junto de outras mulheres negras”, diz Hanayrá. Existem (algumas) trabalhando na curadoria (do museu), como a (curadora assistente) Amanda Carneiro. A primeira pessoa negra à frente das oficinas foi Horrana Santoz, que hoje é curadora na Pinacoteca. No MASP Escola, temos a Glaucea Britto, que vem do Museu Afro-Brasil. Acho que minha entrada é mais uma continuidade do que o museu tem feito desde a entrada do Adriano, há sete anos, que mexeu nas estruturas para tomar esse caminho”, finaliza.
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