As tendências do Pre-Fall 2021
Listamos tudo que você precisa saber sobre a mais recente temporada internacional.
Últimas coleções apresentadas neste ano, o pre-fall 2021 serve como uma espécie de resumo fashion das principais tendências vistas em 2020 e de indicativo sobre o que deve continuar em pauta nos próximos meses. Por permanecerem muito tempo nas araras das lojas, essas são coleções cruciais, comercialmente falando. Muitas vezes são como uma evolução dos desfiles de verão, espalhados pelos meses entre julho e novembro, e prévia do próximo inverno. Com formatos já conhecidos ou recentemente explorados, a temporada traz propostas e ideias para todos os gostos, seja você um eterno otimista ou um já desiludido.
Desfile? Só se for para uma pessoa
Programada para receber 200 convidados no que seria o primeiro desfile de Virginie Viard fora de Paris, a Chanel precisou rever como se apresentaria, em meio ao caos instalado pela Covid-19. A marca francesa, então, preferiu ficar em casa, ou pelo menos no seu país de origem. A locação escolhida foi o Château de Chenonceau, no Vale do Loire, e a apresentação, transmitida pela internet, teve a sua lista de convidados reduzida para apenas uma pessoa: Kristen Stewart, parceira de longa data da etiqueta.
Essa, no entanto, já não costuma ser uma temporada com muitos desfiles físicos. Muitas marcas preferem apresentar apenas imagens ou fazer atendimentos com hora marcada. A Dior, por exemplo, se valeu de um lookbook, dessa vez acompanhado por um fashion film em clima pop. A Gucci também dispensou eventos presenciais, porém, não deixou a grandiosidade de lado. A italiana exibiu o seu pre-fall 2021, juntamente ao verão 2021, em um filme com a participação de nomes como Harry Styles e Billie Eilish, transmitido online ao longo de uma semana.
Digam X!
Gucci e Dior.Divulgação
Entre os muitos lookbooks produzidos em fundo branco, como fizeram a Givenchy, Versace e Jil Sander, houve também pequenas marcas indo um pouco além. Foram os casos das nova-iorquinas Batsheva, com as fotos feitas em casa em um mood quarentener, e Chufy que, na esperança de dias melhores, apresentou imagens feitas na praia. Já as gigantes Gucci e Dior se bateram entre uma coincidência. Tanto a italiana quanto a francesa apostaram em fotos no formato Polaroid. Teve ainda a estadunidense Collina Strada com suas imagens como prints da tela do computador.
Pernas cobertas
Chanel e Salvatore Ferragamo.Divulgação
Mais uma vez, Virginie Viard promoveu um encontro entre o passado e o presente e, dessa vez, olhou especialmente para o século 16. Contudo, entre as referências renascentistas vistas na passarela da Chanel, houve também elementos casuais, responsáveis por adicionar um perfume mais jovem à coleção. Prova disso foram as calças legging que, em versões vibrantes e neutras, acompanharam as mini-saias e vestidos apresentados. A peça é polêmica, tem quem ame e quem odeie, mas a francesa não foi a única a manter, pelo menos, um pouco de conforto depois dos tantos e tantos meses de moletom em casa. De forma mais minimalista, Salvatore Ferragamo também acrescentou leggings aos seus looks, acompanhados por trench coats e como um truque de styling por baixo de calças fluidas.
Embrulhada para presente
Carolina Herrera, Oscar de la Renta e Max Mara.Divulgação
Laços gigantes, proporções volumosas e mangas bufantes podem ser o resumo da coleção apresentada por Carolina Herrera. Atualmente comandada por Wes Gordon, a marca informou em comunicado: “Deixa uma manga cheia ser cheia. Deixa uma saia curta ser curta. O nosso Pre-Fall é sobre viver com orgulho e brincar com extremos”. Oscar de la Renta não ficou para trás e, também como embrulhos de presentes, os seus looks vieram dominados por laços. Porém, ao contrário do protagonismo oferecido por Carolina, a marca os deixou para a parte de trás das roupas. Para os mais básicos, há ainda a opção de Max Mara em suas camisas de seda e organza.
O eterno otimista
Dior e Christian Siriano.Divulgação
Para além dos laços, o otimismo esteve presente de forma ainda mais ampla, e a Dior é a prova disso. Em sua coleção mais pop desde que assumiu a direção criativa da casa, Maria Grazia Chiuri se inspirou no estilo de Mitzah Bricard, uma das musas de Christian Dior, botando estampas de leopardo para jogo e investindo em tons vibrantes que ainda não tinha trabalhado na etiqueta. “Eu e a minha equipe queríamos brincar com a moda, fazer uma moda mais leve e menos séria. Queremos estar otimistas para o futuro”, contou Chiuri em entrevista ao WWD. De forma mais contida, essa busca pelo escapismo também foi percebida no pre-fall de Christian Siriano. Apesar de apostar no preto e branco, o estadunidense não abdicou das suas proporções grandiosas em tules e, dessa vez, com aplicações de borboletas e flores.
Só o essencial
Versace, Givenchy e Alexander McQueen.Divulgação
Entretanto, em uma temporada em que até a Versace escolheu não exibir o seu maximalismo com toda potência, podemos perceber que o otimismo não é uma prioridade para todas as etiquetas. A italiana adotou uma atitude realista e incorporou os seus códigos tão reconhecíveis em um guarda-roupa de peças essenciais. A Givenchy também não fez diferente e, nessa segunda coleção assinada por Matthew M. Williams, a francesa se manteve em tons sóbrios e baseada na alfaiataria. “O nosso Pre-Fall é sobre o luxo de não se importar. É a ideia de um luxo mais pessoal, de construção e conforto simultâneos”, afirmou o diretor criativo. Seguindo o mesmo conceito, Alexander McQueen apresentou a sua coleção masculina e, sem excessos, a marca deixou o bom corte ser o protagonista.
Vai para onde?
Givenchy, Salvatore Ferragamo, Ganni e Dior.Divulgação
As marcas que apostaram em coleções otimistas e as que se basearam apenas em essenciais, contudo, parecem ter um acordo ー as bolsas enormes se mantêm firmes e fortes, mesmo em um período não muito adequado para saídas carregadas. Pelo menos, é isso que a Givenchy e a Salvatore Ferragamo demonstraram com suas versões atemporais, e a Ganni e a Dior com as suas opções diferentonas.
Pés no chão
Givenchy, Oscar de la Renta e Salvatore Ferragamo.Divulgação
Já os sapatos vão pelo caminho contrário e se destacam pela praticidade, porém nem por isso deixam de ser interessantes. A Givenchy os colocou como foco da coleção e, segundo a teoria de Matthew, eles foram os responsáveis por transformar até os looks mais simples em novas propostas. “Todos os sapatos desta temporada realmente constroem uma grande silhueta. Sapatos nem sempre fazem isso”, afirmou em entrevista ao WWD. A marca colocou de lado os salto-altos tão usados por Audrey Hepburn e abriu espaço para opções de sandálias e tênis unissexs. Também com os pés no chão, Salvatore Ferragamo apostou em papetes e Oscar de la Renta em rasteiras com tiras finas.
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