5 dicas para suas plantas sobreviverem às suas férias
Vai curtir uma temporada de sombra e água fresca? Não se esqueça de que seu jardim precisa disso também. Saiba como não matar suas plantinhas de sede enquanto estiver viajando.
Se você ama plantas e exibe com orgulho os seus vasos, sabe bem da ansiedade que bate na hora de planejar alguns dias fora de casa. Quanto maior o tempo de viagem, maior a preocupação. Mas você não precisa desistir da programação para garantir o bem estar das suas queridas. Reunimos 5 dicas espertas para manter as plantas saudáveis e à sua espera enquanto você curte os bem merecidos dias off.
1. Chuveirada
Um belo e bom banho de chuveiro garante a umidade necessária para até quatro dias. Mas é uma ducha só com água fria, viu? “Esse recurso ajuda a hidratar as raízes e a deixar a terra bem irrigada”, ensina Julia Rettmann, arquiteta e sócia de Denise Yui, no ateliê botânico Selvvva. Coloque quantos vasos couberem dentro do boxe ou até mesmo debaixo de uma torneira e lembre-se de deixar a água escoar por completo, para não ficar acumulada no cachepô ou no pratinho. Se o tempo da viagem for de apenas um final de semana, não há motivo para se preocupar. “Uma boa rega já é suficiente”, conta o arquiteto paisagista, Felipe Stracci, que, junto com Luciana Pitombo, comanda o escritório Plantar Ideias.
2. Estufa caseira
Outra dica valiosa, principalmente para viagens longas, é unir todos os vasos da casa e cobri-los com um saco plástico, como se fosse uma estufa. A umidade e o vapor vão permanecer ali, ajudando no ciclo natural das espécies. E o truque da garrafa pet? Funciona mesmo: “Emborcar na terra uma garrafa pet com furinhos de alfinete na tampa, por exemplo, vai garantir uma irrigação lenta e contínua por alguns dias”, explica a paisagista Catê Poli. E atenção à localização dos vasos: reservar um lugar longe da exposição direta à luz natural, mas, ao mesmo tempo, com boa ventilação e iluminação indireta é essencial para uma plantinha saudável. “Ventilado, mas não com vento constante, e com luz na medida para assegurar a umidade”, fala Catê, que sugere a aplicação dessas soluções para viagens de até 10 dias. “A menos que sejam vasos de cactos e suculentas, que suportam longos períodos sem cuidados específicos, esse é o intervalo máximo”, explica a paisagista.
3. Consulte a previsão do tempo
Antes de conferir a previsão do tempo do seu destino de viagem, verifique como estará a temperatura onde você mora, porque isso vai afetar diretamente a saúde das plantas. O calor excessivo, por exemplo, evapora com mais rapidez a água acumulada, o que pode provocar perda de nutrientes e até mesmo quadros irreversíveis de recuperação. Além disso, como descrito acima, é essencial ter uma proteção contra os ventos fortes. As variáveis climáticas – temperatura, insolação, estação do ano – são importantíssimas para saber a quantidade de dias que a vegetação vai suportar sem os seus cuidados. A dica de ouro vem do Felipe Stracci: “A combinação ‘tipo de planta mais possibilidade de cenário’ é enorme, por isso, um bom parâmetro é que ultrapassar três vezes o tempo normal de rega sem nenhum cuidado pode oferecer danos”. Estudar as suas espécies e entender as características e necessidades de cada uma – seja no frio, seja no calor – vai garantir tranquilidade para aproveitar a viagem, pode apostar.
Projeto da Todos Arquitetura, com vasos da Selvvva.Foto: Lufe Gomes
4. Aproveite os recursos disponíveis
Em uma visita a uma loja de jardinagem, você vai descobrir ótimos aliados para cuidar do seu cantinho verde. “Existe um composto que, ao ser misturado na terra, retém e libera a água de maneira a manter a umidade por mais tempo. Para quem viaja com frequência, aí vai mais uma dica: no momento da montagem dos vasos, use esse substrato”, ensina Stracci. Irrigadores automáticos ou semi-automáticos são uma boa pedida para viagens longas, acima de 10 dias. “Mas não dispensam a visita de alguém – um amigo, familiar ou um vizinho – para fazer o acionamento”, explica Catê. Já os gotejadores são bem-vindos desde que aplicados em todo o perímetro do vaso. “Se um lado ficar sem receber as gotas, uma parte da raiz vai ressecar e deixar a planta sem estrutura nessa parte específica”, fala a gerente da Selvvva, Niedja Rodrigues.
5. A volta para casa
Deixe o cansaço de lado e dedique um tempo para as suas verdinhas. Faça um banho de imersão para molhar bem a raiz e aposte na dica do chuveiro para hidratação e limpeza da folhagem. Adubar a terra, tirar as folhas secas e fazer a poda também fazem parte dos cuidados imediatos após o retorno. “Verifique também se há bichinhos. Quando a planta fica sem água, a espessura da folha diminui e a glicose fica bem concentrada nela. E isso atrai cochonilha e pulgão”, explica Julia. Se as folhas estiverem murchinhas, não se desespere, porque na maioria dos casos a planta está viva. “É possível recuperá-las, hidratando bem as raízes e deixando o torrão de molho por um tempo”, fala Julia.
Se as plantas estiverem meio abatidas na volta ao lar, não se desespere: “É possível recuperá-las, hidratando bem as raízes e deixando o torrão de molho por um tempo”, fala Julia Rettmann, da Selvvva.Foto: Gisele Rampazzo
“De modo geral, para viagens de até uma semana, seguindo os cuidados para manter a umidade, as plantas vão sobreviver. A partir de 15 dias fora de casa, é necessário ter alguém para ajudar. Acima de 30 dias, só cactos, suculentas e avelós vão resistir, por isso, vale contar com ajuda para rega pelo menos uma vez por semana”, destaca Julia. Como em tudo na vida, há uma exceção para todas essas dicas e truques: as espécies recém-transplantadas. “A vegetação que acabou de ganhar um vaso ou lugar novo no jardim precisa de atenção e cuidados diários para se desenvolver”, fala Catê. Ou seja, espere para fazer esse tipo de movimentação na sua selva doméstica depois da viagem.
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