ELLE Men Brasil Vol. 02: diz que a segunda vez é sempre melhor, e nós garantimos
Com Cauã Reymond, Daniel Caesar, Johnny Massaro e Marco Nanini nas capas, a segunda edição da ELLE feita para homens dá continuidade às ideias, mensagens, inspirações e aos diálogos do número 1, com leveza e naturalidade.
A ELLE Men Brasil Vol. 02 já está disponível em nossa loja online e, a partir de 4 de maio, estará também em bancas selecionadas de todo o país. E se dizem que a segunda vez é sempre melhor, é mesmo, nós garantimos. O que não quer dizer que seja simples ou fácil. Se fosse, talvez não superasse a primeira.
Quando começamos a discutir como seria essa ELLE feita para homens, entre o fim de 2021 e o começo de 2022, sabíamos que existia uma lacuna no mercado editorial masculino. O que não imaginávamos era o tamanho da carência dos leitores e profissionais da área por uma publicação – fato que tomamos pleno conhecimento após o lançamento do Volume 01, em julho do ano passado.
Se por um lado foi só satisfação acompanhar os comentários e as mensagens de elogio, por outro aumentou um tantinho (muito) a pressão sobre este segundo número. Ironicamente, pressão é tudo que a moda não quer no momento. A moda e todo mundo, né?
Foto: Gleeson Paulino
Depois de quatro anos de barbárie na política nacional, uma pandemia e gritarias sem fim nas redes sociais, tem muita gente exausta. Chega de imposição, categorização, enquadramento, exposição e opinião sobre tudo e qualquer coisa. Será que não dá só para viver, ser e sentir, assim, de verdade, naturalmente?
Dá sim. É gostoso, sincero e necessário. E não sou apenas eu quem acredita nisso. Nesta edição, um jeito mais livre, leve e honesto de enxergar de um tudo atravessou, direta ou indiretamente, todas as pautas. “Acho que a moda acabou afastando algumas pessoas”, me disse o estilista João Pimenta, no ano em que completa 20 anos de desfiles, no mínimo teatrais e sempre subversivos. “Passamos tanto tempo lutando para desconstruir algumas convenções da representação masculina, que acabamos limitando algumas escolhas. Como se só aquilo fosse moda masculina de verdade”, continuou.
Demorei um tanto para digerir. É uma afirmação complexa, cheia de camadas. São indiscutíveis as aberturas, transformações e conquistas para as quais contribuíram alguns criadores – como ele próprio –, eternamente inconformados com as limitações de dentro da caixa. O problema é quando o lado de fora vira outra caixa.
Foto: Fernando Pinheiro
Nem todo homem precisa pintar as unhas, se maquiar, usar saia, vestido, renda para afirmar que é contra as versões tóxicas de masculinidade. Se quiser, ótimo. Se for de livre e espontânea vontade, natural e verdadeiro, melhor ainda. Foi com isso em mente que selecionamos e comentamos as principais tendências da temporada. Sabe a demanda crescente pela alfaiataria clássica? Então, não tem uma única explicação nem se limita a um único nicho consumidor. Vale o mesmo para a discussão sobre o fim (ou não) do fenômeno hypebeast e para a androginia e sensualidade vistas nos desfiles internacionais. Afinal, quais corpos e corpas podem experimentar com essa estética sem sofrer retaliações?
O mesmo pensamento se aplica às emoções e à psique. De novo, nem todo homem tem que ser aquela pessoa forte, inabalável, à prova de tristezas, medos e angústias, bem-sucedida 24 horas por dia, sete dias por semana. Pode não ser fácil, assim, logo de cara, mas vale a pena. É como escreveu Arthur Verocai: “É preciso coragem até /Renascer a cada amanhecer / E ser um só pra ser…”.
Aos 77 anos, o grande maestro brasileiro nos falou sobre frustrações passadas e satisfações presentes, com seu redescobrimento pelo grande público, cinco décadas após o lançamento de sua obra-prima (o álbum homônimo, de 1972), e trabalhos com grandes nomes do hip-hop, rap e pop nacional e internacional.
Foto: Nicole Heiniger
Falando em música, o rapper canadense Daniel Caesar, uma das nossas quatro capas, fotografado no bairro do Vidigal, no Rio de Janeiro, em pleno Carnaval, comenta como o tempo de reclusão durante os lockdowns forçou uma reavalição e reconexão com valores, familiares e criatividades, elementos essenciais para a produção de seu recém-lançado terceiro álbum, Never enough.
Depois de um dia todo de gravações, com um prato de macarrão nas mãos, Cauã Reymond falou como fazer as pazes com a história de sua família o ajudou a se entender como pessoa – profissional, pai, filho, neto e companheiro.
Johnny Massaro, que estreia no papel de galã na nova novela das 21 horas, Terra e paixão, ao lado de Cauã, também passou por um processo similar. O ator dividiu como o autoconhecimento e a aceitação foram importantes para estar exatamente onde imaginou que estaria aos 30 anos. Mais ainda, como o deixaram em paz, ou pelo menos à vontade, com algumas cobranças – próprias e do seu entorno.
Praticamente uma instituição da dramaturgia brasileira, Marco Nanini vive com essa filosofia faz tempo. Na alegria e na tristeza. Num relato emocionante das dores e delícias do passar do tempo, ele discorreu sobre luto, morte, finitude e outras coisas mais. E como bem resumiu: “É a vida”.
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