Tudo o que você precisa saber sobre afinamento capilar

De medicamentos a laser, são muitas as opções de tratamento para lidar com o afinamento capilar. Dermatologistas explicam a origem do problema e como cuidar.


Tudo sobre afinamento capilar



Cabelo mais claro que o normal, ficando fino como o de bebê, com mais fios na nuca do que no topo, couro cabeludo mais aparente, com entradas nas laterais e algumas falhas. Essas são algumas das queixas de pacientes com afinamento capilar, compartilha a dermatologista Lilian Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

“Ele é caracterizado pela diminuição em, pelo menos, metade da espessura dos fios de cabelos normais”, explica a dermatologista Cintia Guedes, também membro da SBD e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

Capaz de afetar tanto homens quanto mulheres, o afinamento capilar costuma causar bastante angústia e medo em quem é atingido. Porém, atualmente, existe uma série de tratamentos para lidar com o problema e, quanto antes eles forem iniciados, melhor os resultados. 

Causas do afinamento capilar

A principal causa do afinamento capilar é a alopécia androgenética, mais conhecida como calvície. “Nos homens, os fios da região frontal e da coroa são os mais afetados, enquanto nas mulheres é a região central do couro cabeludo“, diz Cintia. 

Aliás, o melhor seria dizer que o afinamento é uma das características da alopécia, que ocorre pela predisposição genética que os receptores dos folículos capilares têm para captar a dihidrotestosterona (DHT), um hormônio derivado da testosterona, explica Lilian: 

“Quando essa captação acontece, ocorre o encurtamento do ciclo de crescimento dos fios, que ficam mais finos e curtos até que, eventualmente, os folículos parem definitivamente de produzir cabelo, deixando-o mais ralo”. 

Se existe um histórico de calvície em familiares próximos, é legal ligar o radar para a sua situação, pois aumenta a sua probabilidade de desenvolver a condição. Contudo, a dermatologista aponta que outras alterações também podem afetar a qualidade dos fios, provocando afinamento e queda. São elas:

  • mudanças hormonais (como gravidez, pós-parto, ovários policísticos e menopausa);
  • condições médicas, como doenças da tireoide, doenças autoimunes e infecções do couro cabeludo;
  • deficiências nutricionais de ferro, zinco, vitamina D e vitamina B12;
  • estresse (aumento do nível do cortisol, que provoca queda capilar);
  • tratamentos médicos como quimioterapia, radioterapia e medicamentos para condições crônicas.
  • uso excessivo de produtos químicos, calor, ferramentas de modelagem, penteados apertados e tração constante.

“Por fim, é importante destacar que, assim como a pele, os ossos, os músculos e órgãos, os fios de cabelos também envelhecem – e, assim, perdem massa, velocidade de crescimento e qualidade”, ressalta Lilian.

Como prevenir o afinamento capilar

Não existe uma maneira de impedir por completo o afinamento capilar apenas com novos hábitos. No entanto, algumas medidas podem tornar os folículos mais resistentes à agressão causada pelo hormônio DHT.

O sono de qualidade é uma delas. “Durma cedo, antes das 22h30. Essa medida é importante para que seus ciclos de sono profundo sejam suficientes para que todo seu organismo tenha tempo de realizar seus processos regenerativos, incluindo o folículo capilar”, orienta Lilian.

Hábitos alimentares saudáveis também são essenciais para manter a saúde dos fios. “Nada substitui uma dieta equilibrada, rica em vitaminas e minerais essenciais, como vitamina A, vitamina D, vitamina E, ferro e zinco”, destaca a especialista. Invista em frutas, vegetais, peixes, nozes e sementes. 

Não se esqueça de manter o couro cabeludo limpo, evitando o acúmulo de sujeira, fungos e oleosidade, gerenciar o estresse (com atividades físicas, por exemplo), evitar o tabaco, pois reduz a oxigenação e nutrição do couro cabeludo, e cuidar de infecções recorrentes, já que “elas podem esgotar os nutrientes dos folículos capilares enquanto o organismo luta contra a infecção”, pontua Lilian.

Medicamentos para afinamento capilar

Quando o afinamento capilar é causado por questões pontuais, como tratamento médico, estresse ou gravidez, a tendência é que os fios voltem ao ciclo normal em algum momento – e, consequentemente, sua espessura também.

De todo modo, consultar um dermatologista é importante para entender se realmente não é algo crônico e se alguns dos tratamentos a seguir podem ser interessantes para acelerar o processo. 

o afinamento provocado pela alopécia requer cuidados para a vida inteira. “Seu alvo é engrossar os cabelos finos, impedir que os fios saudáveis também se afinem e, principalmente, manter os folículos vivos – já que nenhum tratamento é capaz de criar um folículo capilar, nem mesmo o implante”, explica Lilian.

A finasterida é um dos medicamentos mais conhecidos para homens. “Seu uso reduz a conversão da testosterona em DHT, diminuindo os efeitos no folículo piloso”, ensina Cintia. A dutasterida tem ação semelhante, mas é mais potente. Já para as mulheres, principalmente em idade fértil, o mais indicado é usar espironolactona. “Esses comprimidos são o padrão ouro para o tratamento da alopécia”, destaca Lilian.

Outro clássico é o minoxidil, que aumenta a circulação no couro cabeludo e prolonga a fase de crescimento do cabelo, estimulando a atividade dos folículos. Antigamente vendido apenas como loção (que deve ser aplicada duas vezes ao dia com ação de, pelo menos, quatro horas), atualmente também pode ser encontrado na versão oral, que, segundo Cintia, é mais eficiente. Os dois podem ser usados em associação para melhores resultados. 

É importante sempre consultar um dermatologista antes de adotar qualquer um desses tratamentos. Tanto para entender se eles realmente funcionam no seu caso e receber orientações personalizadas de uso, quanto para compreender os efeitos colaterais. 

Tratamentos em consultório para afinamento capilar

“Em consultório podemos fazer tratamentos que estimulem os folículos pilosos através da injeção direta no couro cabeludo e pela abertura de canais que facilitam a penetração de ativos”, destaca Cintia. Entre eles, está a mesoterapia e a técnica de microinfusão de medicamentos na pele.

Já o microagulhamento libera ativos que impulsionam a produção de colágeno e elastina, “além de estimular a expressão de genes relacionados ao crescimento de cabelo”, explica a dermatologista. 

Enquanto a terapia regenerativa (PRP) faz microenxertos de células progenitoras (derivadas das células-tronco) promovendo a auto regeneração do folículo e estabelecendo uma nova rede de circulação sanguínea. “Embora sofisticado, o procedimento é considerado simples e dura em torno de meia hora”, assegura Lilian. 

Os lasers também podem ser associados aos demais tratamentos, ajudando a potencializar o efeito. A terapia com laser de baixa potência (LLLT) utiliza luz vermelha ou infravermelha de baixa energia para estimular o crescimento capilar, ensina Lilian. “Ela ativa as células do couro cabeludo, melhora a circulação sanguínea na área e estimula os folículos capilares, levando ao crescimento de cabelo mais saudável”. 

Um dispositivo portátil é responsável por realizar esse processo, que pode ser feito tanto em clínicas especializadas, quanto em casa. “Os tratamentos com LLLT costumam ser indolores e não invasivos, com poucos efeitos colaterais relatados”, destaca a dermatologista. 

Outra opção são os procedimentos mais invasivos, como a terapia de regeneração capilar com laser (LHRT), que costumam ser mais caros e causar sensibilidade, mas trazem ótimos resultados.

Lilian explica: “Um laser de alta potência é aplicado diretamente no couro cabeludo por profissionais de saúde qualificados. O objetivo é estimular o crescimento capilar em áreas de calvície ou rarefação capilar”. 

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