SPFW N57: Lilly Sarti

Lilly Sarti nunca quis um tema ou estilo específico para ser seguido à risca em sua marca. “Estrategicamente, não queria ser cerceada por nada. Queria ter a liberdade de fazer algo que fosse realmente genuíno”, disse ela, minutos antes do desfile que abriu o segundo dia da SPFW N57, nesta quarta-feira (10.04). A diretora criativa falou ainda que seu processo de pesquisa e criação é bastante pautado pela observação do que as mulheres a sua volta vestem, fazem, desejam.

Isso não significa que, ao longo de 18 anos – em 2024, a etiqueta das irmãs Sarti (Lilly e Renata) chega à maioridade – não se estabeleceram alguns códigos essenciais. As cinturas e ombros marcados à la anos 1980 (na alfaiataria e no jeanswear), os detalhes bohos (franjas, camurças e silhuetas flare), o couro (metalizado, texturizado, recortado, estampado, matelassado), um quê esotérico e espiritual, referências a culturas asiáticas e uma quedinha por tecidos elaborados (com jacquards, bordados, tramas, babados e plissados) são algumas das principais características da label.

Lilly Sarti, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Ze Takahashi

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Tudo isso marcou presença na primeira apresentação do segundo dia da SPFW N57, nesta quarta-feira (10.04). Os destaques, no entanto, ficam com as experimentações mais frescas, tipo o vestido de um ombro só, com um lado verde listrado e o outro com paetês dourados. Ou a alfaiataria com proporções frescas (blazer encurtado, calça folgadinha, sobressaia e camisa com gola padre).

As propostas menos pretensiosas, como os jeans larguinhos combinados à camiseta branca e jaqueta oversized ou à blusa de seda e blazer azul-marinho, também saem na frente pela naturalidade e proximidade com o estilo das mulheres que deram origem à grife: Lilly Sarti, claro, sua irmã e a mãe, Sofia Sarti, a grande responsável por alimentar, desde cedo, o universo imagético e criativo das filhas. Não à toa, a coleção ganhou o nome da matriarca.