SPFW N57: Aluf

Aluf abre a SPFW N57 com moda mais madura, mas sem deixar de lado a mulher sonhadora que a consagrou.


Look do desfile da Aluf na SPFW N57.
Aluf, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia



A menina sonhadora da Aluf cresceu, arranjou um emprego e hoje vive no mundo real. No backstage, a diretora de criação Ana Luisa Fernandes antecipou um pouco do que veríamos a seguir, na primeira apresentação da SPFW N57, na noite de terça-feira (09.04). “A coleção é um convite para suspirar, levitar. É a união de várias coisas, uma ode às formas de arte”. 

Para ser mais precisa, três formas de arte: moda, música e dança. A ideia veio após Ana Luisa, diretora de criação e fundadora da marca, se emocionar com um concerto de cordas que assistiu na Sala São Paulo. “Chorei o espetáculo inteiro, então quis trazer um pouco dessa emoção para a moda”, fala. 

Daí, a Orquestra Sinfônica Heliópolis dando conta da trilha sonora ao vivo. Na passarela, além das modelos, a bailarina Hellen Texeira também contribuiu para a mensagem da estilista.

Look do desfile da Aluf na SPFW N57.

Aluf, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Ze Takahashi

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Emoção é um assunto que vem ganhando força na moda. Depois de temporadas pragmáticas e reducionistas, a coleção de alta-costura da Margiela Artisanal, apresentada em janeiro, recuperou um tipo de reação que já se dava como extinta, coisa do passado. A partir de então, voltou-se a se discutir o que um desfile pode provocar em seus espectadores para muito além do desejo de consumo.

Enquanto parte dos desfiles daqui e do mundo propõe roupas práticas, para o dia a dia e para as mais diversas necessidades das mulheres, outros buscam a emoção, pela técnica, pela teatralidade, pelo que representam. O da Aluf é um mix dos dois.

As roupas que compõem o terceiro drop de inverno da marca são pensadas para uma mulher que trabalha, sai, se diverte, se exercita, senta no chão. Uma mulher como a própria estilista Ana Luisa Fernandes, que é sonhadora, mas precisa encarar a realidade.

Look do desfile da Aluf na SPFW N57.

Aluf, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Ze Takahashi

Look do desfile da Aluf na SPFW N57.

Aluf, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Ze Takahashi

Look do desfile da Aluf na SPFW N57.

Aluf, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Ze Takahashi

O lado lúdico da etiqueta, no entanto, continua lá, embora mais pontual – como nos peplums balonês e nas saias armadas a partir da cintura. Na parte mais madura da coleção, há estampas florais borradas, calças de alfaiataria larguinhas, saias curtas, camisa polo, trench-coats e casacos mais pesados. São peças básicas, porém com outra roupagem.

Look do desfile da Aluf na SPFW N57.

Aluf, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia

No caso, uma roupagem quase barroca. É que uma das inspirações da estilista é o barroco brasileiro. Vem de tal movimento algumas decorações, como as flores de tecidos aplicadas em casacos e vestidos sem alças, os jacquards delicados das jaquetas estruturadas, os detalhes de foil dourado e os acessórios feitos em parceria com a joalheira Marcela Cavalheri

Outra novidade do inverno 2024 da Aluf é a fluidez. Os vestidos longos com babados, as camisas transparentes e os conjuntinhos leves são bons exemplos. 

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