5 segredos de Camila de Alexandre

Ela é maquiadora, mas é também skatista, modelo, cantora… À ELLE, a @showerofvibes compartilha suas dicas de beauté e mostra como a maquiagem pode ser uma ferramenta poderosa de autoconhecimento e autoexpressão.


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“5 segredos de…” é uma série mensal de entrevistas da editoria de beleza da ELLE Brasil. Nela, conversamos com beauty artists veteranos para entender a sua história e descobrir cinco segredos que vão desde truques de maquiagem até conselhos para uma carreira no mercado de cosméticos.

A beleza nem sempre foi, para Camila de Alexandre, uma válvula de escape da realidade ou então esse jeito divertido de se conhecer melhor. A ditadura da chapinha reinava implacável durante a adolescência da beauty artist natural de Macaé, no Rio de Janeiro. “Eu fazia tanta escova, tanta chapinha, que precisei aprender a fazer em mim mesma. Não tinha condição de ficar pagando para ir ao salão toda semana”, relembra. “Acontece que, depois que eu peguei o jeito, ao invés de pagar para o salão me fazer um serviço, decidi ir lá e pedir emprego.” E não é que deu certo? Muito antes de se mudar para São Paulo e assinar belezas de filmes, séries e editoriais de revistas (como este aqui, da nossa ELLE View de janeiro), Camila deu o sangue nos salões de sua cidade natal.

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Pele glow é uma das assinaturas da beleza de Camila de Alexandre.Foto: Divulgação

Pouco depois, ela se mudou para Cabo Frio e junto da mudança geográfica, uma mudança de espírito começou a se ensaiar. “Uma amiga me chamou para trabalhar no estúdio dela. Eu era recepcionista nos dias normais, mas, quando tinha foto, era eu que fazia os cabelos e as makes de todo mundo”, conta. Foi ali, entre um clique e outro, que Camila teve um contato maior com publicações de moda internacionais. “Uma chave virou na minha cabeça. Não imaginava que a maquiagem podia ser tão criativa. Aquilo expandiu meus horizontes e senti que tinha chegado a hora de investir de verdade na carreira de maquiadora”, lembra da época em que tomou a decisão de morar na cidade-maravilhosa. Por lá, Camila trabalhou com Débora Gotlib, uma maquiadora já sênior que a ensinou muito. “Mesmo se você tem talento, mesmo que você já tenha estudado muito sobre maquiagem, conheça todos os produtos, ainda assim, eu acho que fazer assistência para alguém com mais tempo de estrada do que você é primordial. Aprendi muito com ela”, diz, antes de citar a carioca Carla Biriba como uma de suas maiores professoras. “Fiz algumas séries, alguns programas de televisão, mas ainda não tinha chegado onde eu queria. Queria mais cor, mais brilho, mais liberdade. E as revistas de moda estavam em São Paulo. Tive que vir até elas.”

“Acho importante termos essa consciência de não se padronizar, de ter sua identidade, ter sua individualidade e o quanto isso é importante, o quanto isso é bom. E, fazendo isso, a gente influencia as pessoas que vêm depois da gente a fazer melhor”, Camila de Alexandre

“Meu estilo de maquiagem é meio assim: gosto de fazer coisa esquisita? Gosto. Mas, gosto de beleza. No final, tem que estar todo mundo se achando lindo”, brinca. Ainda que veteranos como Max Weber e Vanessa Rozan estejam no seu hall de referências importantes, é a pluralidade do seu dia a dia que enriquece o seu repertório visual. “Antigamente, as pessoas diziam que você só podia fazer uma coisa, né? Hoje, eu sou maquiadora, mas também sou modelo, canto na banda da Duda Beat [cantora pernambucana] e ando de skate. Tudo isso faz parte de quem eu sou e é isso que faz a minha maquiagem ser diferente”, acredita. De acordo com Camila, a beleza já foi, sim, um lugar de muita imposição, muito trauma e tristeza (haja visto os tempos de alisamento compulsório), mas ela está mudando. “Espero que meu trabalho passe uma mensagem de liberdade. A gente pode se ver de várias formas e ter autonomia sobre isso. É sobre poder brincar consigo mesma, ser meio camaleoa.” Abaixo, os cinco segredos de Camila de Alexandre (a.k.a. @showerofvibes, no Instagram, segue lá!).

Leia, veja e aprecie Duda Molinos

O livro dele mudou o meu jeito de enxergar a beleza. Acho lindo. Desde o momento em que o abri pela primeira vez, já me identifiquei de cada. E acho acho que é uma obra tão atemporal… Todas as vezes que folheio esse livro o percebo tão bonito e tão atual.”

Guia de compras

“O produto que mais uso, principalmente nesses últimos tempos, para hidratar a pele e fazer a massagem facial é o Skin Food, da Weleda. É um hidratante maravilhoso. Tem um cheiro gostoso, é ótimo. Outro item que eu amo é o Lip Glass da MAC. Ele é transparente e muito flexível. Dá para dar batidinha no olho, jogar em cima de uma sobra e fazer uma sombra glossy. Realmente faz uma boca de vidro quando aplicado nos lábios. Amo os blushes em creme da Mona Loja. É o que eu mais gosto. Mas, os batons cremosos da Lancôme também são lindos. Dão um efeito plump na boca. Adoro os tons terrosos, nesse caso. A nova máscara de cílios deles (Lash Idôle) também funcionou muito para mim. Quem tem cílios fininhos vai amar: dá volume e impacto.”

Fora perfeccionismo!

“Aliás, falando sobre batom, já passou da hora de a gente acabar com essa história de batom perfeito. Usa o borrado a seu favor: pinte no meio e esfume com os dedos. Fácil, rápido e chiquérrimo.”

Skincare e terapia

“Eu sou superligada em cuidados com a pele. Como eu sofri com acne na adolescência, até tomei Roacutan, sempre fico muito atenta. Tento fazer máscaras faciais uma vez por semana. Faço esfoliação às vezes. Tenho muito a pira do autocuidado. De tomar um banho gostoso, acender uma vela, passar hidratante no corpo, amo… Creminho no pé, na mão, sou supervaidosa no sentido de gostar de fazer esse carinho em mim, de me sentir bonita, me sentir cheirosa. Mas terapia também é fundamental, né, gente? Só skincare não resolve. Tem que cuidar da cabeça!”

É preciso estar atenta e forte!

“Não sou contra procedimentos estéticos, não sou contra a galera usar um monte de maquiagem… Cada um tem seu estilo, as coisas estão aí para a gente usar e ser o que quiser, mas acho importante termos essa consciência de não se padronizar, de ter sua identidade, ter sua individualidade e o quanto isso é importante, o quanto isso é bom. E, fazendo isso, a gente influencia as pessoas que vêm depois da gente a fazer melhor. Eu mesma cresci muito tempo bitolada, até hoje sou muito insegura, às vezes não aceito algumas coisas, quero tentar me enfiar num padrão. Mas, quando caio em mim, penso: por que isso? Eu sou linda assim. Eu estou linda assim. Então, eu acho que é ter um equilíbrio, uma liberdade. Que nada seja obrigatório ou traumático.”

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