A volta dos mullets

Apesar de dividir opiniões, o penteado oitentista surge todo repaginado e é a aposta certeira de quem busca um look nada óbvio. Vai encarar?


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2020 começou com fortes burburinhos sobre a volta do mullet – febre dos anos 1980 e 1990. Bastou Rihanna aparecer com o look no desfile da Savage X Fenty (transmitido pela Amazon Prime Video), para a tendência se confirmar. O visual, marcado pela frente e laterais do cabelo curtinhas e a parte de trás mais comprida, também ganhou forças com adeptas como Miley Cyrus, Billie Eilish, Maisie Williams e a estadunidense-brasileira Barbie Ferreira.

A versão millennial do look retrô surge atualizada e descolada – e passa longe da ideia de caricato por muito tempo atribuída ao corte. Se nos anos 1980 os shapes eram mais rígidos, em 2020 o ponto alto é a leveza. “O novo mullet aparece com muita textura e camadas internas, o que cria esse efeito moderno e desconectado”, diz o hairstylist Vinicius Kevin, do Retrô Hair, em São Paulo.

Miley Cyrus aposta no mullet repaginado.

Miley Cyrus aposta no mullet repaginado.Divulgação

Hairstyle ou lifestyle?

Há quem diga que o mullet nunca saiu de moda – e de fato há famosos adeptos em praticamente todas as décadas (com os primeiros registros na Antiguidade Clássica!). O auge, no entanto, foi em 1970, acompanhando a rebeldia e atitude de astros do punk e do rock como Iggy Pop, Patti Smith e David Bowie. Genderless, o estilo carrega um importante ponto de expressão e de rompimento de padrões. E isso nunca foi tão atual. “O corte tem uma força diferente dos outros estilos ao diluir a feminilidade e a masculinidade óbvias”, afirma a hairstylist Raisa Andrade, diretora criativa do @papo_cabelo.

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David Bowie de mullets e a modelo Twiggy na capa de seu disco “Pinups” (1973)
Foto: Getty Images

Na Austrália, a cultura do mullet é tão forte que ganhou um evento anual só sobre isso (desde 2018, o Mulletfest premia os melhores mullets nas mais variadas categorias). Apesar de anos dando as caras, é fato que 2020 tem sido um ano especial para o estilo. Até mesmo os diversos meses em isolamento social podem estar influenciando a aderência. Seja por quem se arriscou a cortar sozinho (e nesse quesito, o tipo despojado ganha pontos), seja pela vontade de arriscar mais e experimentar o novo. “É um corte democrático, que pode ser usado por todo mundo e feito em qualquer tipo de cabelo”, diz o cabeleireiro André Monteiro, de São Paulo.

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Para a parcela que busca apenas um jeito mais divertido e ousado de se expressar, uma boa notícia: é um corte de cabelo prático e fácil de cuidar. “Ele já é naturalmente supertrabalhado e estiloso, então não dá trabalho. Mas é também muito versátil: você pode usar ele mais liso ou ondular as pontas, intensificar o efeito despojado com pomada. São muitas possibilidades”, afirma o cabeleireiro Celso Kamura, de São Paulo.

Estilize você mesmo os seus mullets

Os finalizadores são os melhores aliados de quem adere ao look vintage. Não podem faltar no arsenal: uma boa pomada, um spray texturizador, além de produtinhos com potencial nutritivo, como os óleos vegetais, para manter a saúde dos fios.

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“As versões atuais dos produtos de styling são mais leves e eficazes, capazes de criar textura sem pesar”, diz André Monteiro. O segredo é aplicar pouco produto e ir sobrepondo camadas conforme a necessidade para não errar a mão. A versatilidade do estilo permite um mix de texturas (mais liso em uma parte do cabelo e mais ondulado em outra) e diferentes acabamentos. Vale explorar, por exemplo, xampu a seco ou ceras de efeito molhado, brilhante ou mate (passe depois de secar com o secador, usando apenas as mãos). Ou, ainda, sprays de fixação, salt spray ou mousse. Estes devem ser aplicados com o cabelo ainda úmido, antes de secar, para ganhar volume e desconectar as camadas do corte.

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