O comeback do ouro no skincare

De queridinho da Cleópatra no Antigo Egito à tendência de skincare global nos anos 2010, o metal volta a dar as caras no mundo da beleza. Aqui, explicamos o porquê deste retorno e entregamos os benefícios do ingrediente na rotina de cuidados com a pele.


Ouro no skincare



Enquanto novos ativos supereficazes e bem mais modernos despontam como favoritos do skincare, o ouro continua ocupando um trono luxuoso para o qual não parece existir sucessão. Além de ser um símbolo clássico de riqueza e opulência, a relação dele com o cuidado da pele é antiga – bem antiga mesmo!

Existem registros de 2500 anos A.C. que contam que ele fazia parte das medicinas chinesa, árabe e indiana, com o objetivo de melhorar a inflamação cutânea e retardar o envelhecimento. Dizem também que os romanos utilizavam o metal precioso para tratar lesões na pele. Alguns relatos também dão conta de que Cleópatra usava uma máscara de ouro puro para dormir.

Desde então, ele mantém presença consistente dentro do universo do skincare e, vira e mexe, vira trend. É o que está acontecendo em 2021, ano em que o metal marcou presença em fórmulas de diversos lançamentos internacionais.

De acordo com Bruna Ortega, especialista em tendências de beleza na WGSN, isso acontece porque as pessoas querem explosões recorrentes de prazer e autoindulgência. “Como uma resposta às propostas super restritas de estilo de vida que surgiram nos últimos anos, especialmente em torno do bem-estar, dietas, exercícios e cuidados pessoais, os consumidores estão em busca de prazer sem culpa. Os produtos serão valorizados pelos aspectos sensoriais, táteis e de diversão”, explica.

Mas qual é a função do ouro no skincare?

Apesar de ser utilizado há milênios, é importante dizer que não existem tantos estudos científicos sobre a eficácia do ouro no skincare – e podemos dizer, com certeza, que existem ingredientes com ação mais potente. Por isso, ele não é um ativo que entra na lista dos mais receitados por dermatologistas para tratamentos. Ainda assim, ele pode entrar na rotina de beleza como um complemento ou simplesmente como parte de um momento gostoso de cuidado com o corpo.

Nos cosméticos, ele geralmente aparece em nanopartículas que penetram profundamente na pele. “Por isso, elas são capazes de interagir bem com o nosso organismo e, assim, entregar os benefícios que ele propõe”, explica a dermatologista Fernanda Porphirio.

Entre suas ações está a hidratação e o estímulo da produção de colágeno, que auxilia na elasticidade e na redução de rugas. A dermatologista Juliana Neiva ainda destaca o seu efeito anti-inflamatório e antioxidante. De acordo com ela, quando associado com a vitamina C, por exemplo, as ações de ambos os ingredientes são potencializadas.

O ouro está presente na formulação de diversos tipos de cosméticos. “Tanto nos produtos de uso diário, como séruns, quanto em forma de máscara, que pode ser em creme ou película”, explica Fernanda. Este segundo uso acaba sendo o mais comum porque oferece um efeito revitalizador instantâneo, deixando a pele mais iluminada e com uma aparência mais suave. “Por isso, uma boa dica é utilizá-la antes de um evento importante, para dar um bom glow no rosto“, indica a dermatologista.

Em geral, o metal é bem seguro e pode ser utilizado pela maioria das pessoas. A exceção é quem tem a pele muito sensível ou alergia ao ingrediente em si. Nesses casos, ele pode gerar inflamação, vermelhidão e coceira. Vale fazer um teste em um pedacinho da pele antes de aplicar em todo o rosto.

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