“Além do guarda-roupa” encurta distância entre Brasil e Coreia do Sul

Série da HBO Max traz a estreante brasileira Sharon Cho e artistas do k-pop.


Sharon Cho e Kim Woojin em cena de Além do guarda-roupa, da HBO Max
Fotos: Divulgação



Sharon Cho se lembra bem do nervosismo durante os testes para viver a protagonista de Além do guarda-roupa, primeira produção nacional da HBO Max inspirada no universo dos k-dramas e que chegou ao streaming no dia 20 de julho. “Sempre tive o sonho de atuar, mas acabei seguindo a vida, até que descobri a audição para descendentes coreanos e que não exigia nenhuma experiência”, contou à ELLE.

Aos 24 anos, ela faz sua estreia nas telas como Carol, uma adolescente filha de um sul-coreano e de uma bailarina brasileira, em conflito com suas origens. Após perder a mãe em um acidente e ser abandonada pelo pai, ela passa a morar e trabalhar com a tia, interpretada por Júlia Rabello (Porta dos fundos), em uma cafeteria.

Carol mantém distância de tudo relacionado à cultura coreana, ao contrário de seus colegas de escola, obcecados por k-pop. Mas sua vida muda completamente quando ela descobre que seu guarda-roupa é na verdade um portal mágico, que conecta o seu quarto com o apartamento do ACT, o grupo de k-pop mais famoso do mundo na trama.

Quem compõe a banda fictícia são artistas com carreiras sólidas no k-pop fora da série. Os cantores coreanos Kim Woojin, Jin Kwon, Yoon Jae Chan e Lee Min Wook passaram quatro meses no Brasil para as filmagens. Nesse período, aprenderam um pouco de português graças a Sharon, que fala coreano e fez as vezes de tradutora entre as equipes dos dois países. “Havia o elenco brasileiro, a banda da Coreia, e eu, que tenho um pouco dos dois lados. Acabava fazendo essa ponte e unindo todo mundo.”

Para se preparar para o papel, a atriz ainda passou por um intensivo de aulas de balé clássico. “Aprender o básico levou três meses. Foi tudo muito intenso.”

Parte das cenas de Além do guarda-roupa foi gravada no Bom Retiro, bairro de São Paulo conhecido por abrigar grande parte dos imigrantes coreanos que chegaram ao Brasil a partir da década de 1960. Filha desses imigrantes, Sharon ressalta a importância de atuar naquela área que ela frequenta desde pequena e que carrega a história de tanta gente diferente.

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“Ainda existe a crença de que pessoas com traços asiáticos não são a cara do país. Quando você pensa em um brasileiro, não vem à cabeça a imagem de uma pessoa amarela. Essa questão só vai se resolver inserindo essas pessoas na mídia. O brasileiro tem essa cara também”, pontua ela que é uma das poucas protagonistas com descendência asiática no audiovisual brasileiro. “Quando eu era mais nova, não tinha ninguém na TV que se parecesse comigo, que carregasse a minha cultura e que fosse brasileira. Espero que muitas garotas assistam à série e consigam se apropriar disso.”

 

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