Anitta: “O álbum todo é sobre as minhas raízes”

Cantora, que lança "Funk rave", primeiro single de seu novo disco, falou sobre o trabalho na ELLE Volume 12.


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Foto: Gleeson Paulino



Lá vem Anitta outra vez. Malandra, pilantra. Funkeira, favelada. Celebridade internacional, estrela de red carpets. Desejada por homens e mulheres. Mexendo com a libido de héteros, gays, bissexuais e tudo mais entre eles. Anitta é um terremoto cuja única vítima é a caretice.

Fala inglês e espanhol sem deixar rastro de sotaque pelo caminho. Dá entrevista aos programas mais vistos na Europa e nos Estados Unidos. Viaja o mundo em jatinho particular. Na bagagem, leva a favela sempre com ela. Rebola, mete a bunda na nossa cara e, sem planejar muito, vai matando hipocrisias pelo caminho. Anitta é coisa nossa. Fruto do Brasil que respira e dança nas frestas.

Uma resistência ao Brasil colonial e institucional. Aos 30 anos, ela lança novo álbum, ainda sem nome, seu trabalho mais autoral até aqui, conta. Depois de se divorciar da antiga gravadora, onde ficou por 11 anos, diz estar feliz na casa nova e atribui a essa parceria a liberdade de poder fazer o que sempre quis, que é voltar para às origens, resgatar a Anitta de antes da fama e chamar essa garota de Honório Gurgel para dançar. Ela avisa, bastante animada, que vêm mais terremotos por aí, ainda em 2023. Confira a seguir trecho da entrevista com a cantora publicada na ELLE Volume 12:

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Anitta fotografada por Gleeson Paulino

Os clipes do seu próximo disco mostram com mais força sua relação com a favela. Em um Brasil careta e conservador, dizia-se: “Você tira a pessoa da favela, mas a favela não sai da pessoa”. Os movimentos negros estão se apropriando disso e falando: “Não sai mesmo. A favela vai comigo para Nova York e vai conquistar o mundo”. O que a favela é para você?
Ela é a minha essência e eu sempre falo isto: “A favela não sai de mim, mesmo”. Quando comecei, tinha muito isso de tentarem tirar de mim essa coisa favelada. “Ai, tem que ser mais chique, tem que sair mais isso e aquilo”. E eu não gostava. A minha infância era a favela e ser favelada mesmo. Falei: “Eu sou assim e quem quiser que aceite. Quem não quiser, problema dele”. E aí foi rolando. Hoje em dia está na moda. Que bom, fico feliz. E nesse álbum novo consegui, graças a Deus, chegar pela primeira vez em algo com que sempre quis. Agora sim todo mundo vai ver o trabalho que sempre sonhei em fazer, que é o funk brasileiro com letras em espanhol e inglês, para exportar mesmo. Durante todo esse tempo, vim trabalhando para apresentar o funk para o mundo. Acho que dessa vez, as pessoas vão falar: “Uau, era isso que ela queria fazer todo esse tempo e não tinha conseguido”. O álbum todo é falando das minhas raízes, de quando comecei. Até a estética do clipe, as situações.

“Nesse álbum novo consegui, graças a Deus, chegar pela primeira vez em algo com que sempre quis.”

O que vem por aí?
Agora eu estou com a gravadora nova, a Republic Records. (Anitta rompeu seu contrato com a Warner depois de 11 anos.) Mergulhei no estilo musical que sempre sonhei fazer. Os meus fãs vão amar. O Brasil vai, como sempre, falar bem e falar mal, mas não é o que me importa. O que me importa é a essência de quem é a Anitta como artista: essa pessoa sexual e livre para ser do jeito que é, sem mentira, sem máscara, sem acobertar as próprias atitudes, sejam elas bonitas ou feias. Acho que vem muito disso, da minha personalidade, de quem eu sou e fui como artista esse tempo todo.

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