60ª Bienal de Veneza abre as portas com foco nos estrangeiros

Encabeçada pela primeira vez por um curador brasileiro, edição reúne de Lina Bo Bardi e Claudia Andujar a nomes da arte queer e indígena, como Manauara Clandestina e coletivo Mahku.


Obra de Olinda Tupinambá em exibição an Bienal de Veneza
Equilíbrio (2020), videoinstalação composta por terra e sementes de Olinda Tupinambá Foto: Divulgação/Cortesia da artista



Em tempos de ascensão dos nacionalismos, guerras e crises migratórias, a exposição mais esperada do calendário internacional de arte, a Bienal de Veneza, aposta na circulação, no trânsito, no que é estrangeiro ou mesmo “estranho”.

Encabeçada pela primeira vez por um curador brasileiro, o diretor artístico do Masp, Adriano Pedrosa, a Biennale abriu as portas de sua 60ª edição no último sábado, 20 de abril, ostentando o título Foreigners everywhere (Estrangeiros em toda parte) e uma seleção de 331 artistas, em sua maioria nascidos em um país e estabelecidos em outro.

 

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Não à toa, há uma grande leva de imigrantes que viveram no Brasil do século 20 – Lina Bo Bardi, Volpi, Brecheret, Waldemar Cordeiro, Danilo Di Prete, Fulvio Pennacchi, Tomie Ohtake, Maria Polo e Eliseu Visconti, além de Claudia Andujar, Anna Maria Maiolino e Maria Bonomi. “Vou apresentar a xilogravura Pedra Robat, feita em 1974, após uma visita à China. A gravura impressa e duas matrizes gigantes”, antecipou Bonomi, que, aos 88 anos, se surpreendeu com o convite – ela era a artista mais jovem na exposição que inaugurou o Pavilhão do Brasil em Veneza, em 1964.

Entre os nomes que se destacaram mais recentemente, a ênfase recai na arte queer e na arte indígena do Sul Global, com os brasileiros Manauara Clandestina, coletivo Mahku (que pintou um mural de grandes dimensões na fachada do Pavilhão Central), Joseca Mokahesi Yanomami e André Taniki Yanomami, entre os selecionados.

A produção indígena também dá o tom ao Pavilhão do Brasil, onde os curadores Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana selecionaram obras de Glicéria Tupinambá, Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó.

 

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