Cinco fatos sobre Billie Eilish

Documentário sobre a cantora, um dos fenômenos mais recentes do pop, chega ao streaming e mostra do seu homeschooling ao crush por Justin Bieber.


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Foto: Getty Images



Billie Eilish fez sucesso sem sair de casa. Graças à internet, ela se tornou um blockbuster da música sem precisar de uma grande gravadora. O sucesso chegou na companhia e incentivo constante dos seus crescentes seguidores (são 77 milhões só no Instagram). Billie fez história no ano passado, ao vencer as quatro categorias principais do Grammy: revelação, melhor gravação e música (o hit “Bad Guy”) e melhor álbum pop (When we all fall asleep, where do we go?, de 2019).

A ascensão da cantora de 19 anos é o tema de Billie Eilish: The world’s a little blurry, que estreou no último dia 26 nos cinemas brasileiros e na Apple TV+ (disponível no país). O documentário mostra desde as sessões de gravação do disco feitas no quarto do irmão Finneas O’Connell aos bastidores da turnê mundial da cantora. O diretor R.J. Cutler (indicado ao Oscar pelo documentário The war room) registra a trajetória de Billie ao estrelato como se a câmera apenas observasse as histórias vividas por ela, quase sempre em torno de sua família.

O irmão, quatro anos mais velho, parceiro nas composições e nos shows, é produtor e multi-instrumentista, premiado com outros seis Grammys no ano passado, pelo trabalho com Billie. A mãe Maggie Baird e o pai Patrick O’Connell são os maiores incentivadores e apoio constante da filha que, apesar de escrever músicas às vezes consideradas melancólicas, reage como uma típica adolescente, empolgada, ao receber uma ligação do ídolo Justin Bieber.


O gosto pela música é herança de família. Billie conta que aprendeu a compor canções com a mãe, e a tocar piano e ukelele com o pai. Desde muito cedo, ela e o irmão costumavam se apresentar em shows de calouro. Billie cantava e o irmão fazia a segunda voz, enquanto os pais dividiam o palco tocando piano e violão. Aos 13 anos, ela e o irmão postaram na internet a canção “Ocean eyes”, gravada de forma caseira no quarto do irmão. O sucesso foi instantâneo. A música foi reproduzida mais de 1 bilhão de vezes nos serviços de streaming. Com o sucesso de When we all fall asleep, where do we go?, chegou ao Grammy de 2020 como a artista mais jovem a ser indicada nas principais categorias, quando ainda tinha 17 anos, e saiu como a grande vencedora da noite.


Depois de Adele e Sam Smith, foi a vez de Billie emprestar sua voz para a música tema de um filme de James Bond. Ela e o irmão foram escolhidos para escrever e interpretar a canção do 25º filme da franquia 007, o ainda inédito No time to die. A música homônima foi lançada em fevereiro de 2020 e conquistou a melhor estreia da história da franquia 007 ao garantir o 1º lugar no site Official Singles Chart. Em meio a uma turnê, gravaram a faixa com um computador e um microfone dentro do ônibus da equipe e ainda fizeram um show no mesmo dia.

Quem é: Billie Eilish Pirate Baird O’Connell nasceu em 18 de dezembro de 2001 em Los Angeles, Califórnia.
Discografia: When we all fall asleep, where do we go? (2019)

A seguir, cinco fatos sobre Billie que são lembrados no novo documentário:

Amor de longa data: Justin Bieber é o maior crush de Billie. Durante entrevista a uma rádio, exibida no documentário, a cantora conta que, aos 12 anos, ela realmente sentia que era a namorada de Bieber. Tinha certeza de que nunca sentiria por um namorado real o mesmo amor que dedicava ao ídolo. A mãe de Billie chegou a ficar preocupada, achando que era caso para terapia, tamanha a obsessão da filha pelo cantor. Mal sabia Billie que o futuro reservaria uma surpresa. Quando “Bad Guy” virou hit, Bieber ficou encantado com Billie e quis participar de alguma faixa do álbum When We All Fall Asleep, Where Do We Go?. O disco já estava finalizado e a alternativa foi sugerir que ele colocasse a voz num remix de “Bad Guy“.

Mas a aproximação entre a fã e ídolo foi sacramentada quando os dois se encontraram no festival Coachella, durante o show de Ariana Grande. O filme registra o encontro. Ao perceber que Justin se aproxima, Billie perde o rumo. Tenta fugir, mas se rende num longo abraço e chora de soluçar. Tempos depois, assim que a cantora se torna a sensação do Grammy de 2020, o celular toca. Do outro lado, Bieber, que diz estar orgulhoso do grande feito dela. Billie emenda: “Graças a você”.

Namoro conturbado: no documentário, Billie está quase sempre na companhia dos pais. São poucas as amigas que aparecem no filme. Uma delas vira companheira da cantora em sua turnê mundial, depois que o namoro com o rapper Q vai para os ares. Convidado de Billie no Coachella, ele dá um perdido nela, após o show da estrela. Q é Brandon Quentin Adams, também conhecido por 7:AMP, um rapper de 24 anos. Antes de se tornar a estrela que é hoje, Billie fez uma participação em Bleaupro (2019), EP do rapper. No filme, Q parece esnobar Billie toda vez que se falam por telefone. Sabemos que a relação chega ao fim porque ela comenta que não estava feliz com o namoro. E assim que o filme foi lançado, Q virou alvo de ataques na rede. A cantora, por sua vez, pediu aos fãs que fossem sempre gentis.

A escola é em casa: Billie nunca foi ao colégio, assim como o irmão. Os pais quiseram educá-los em casa para dar uma formação mais artística daquela que receberiam numa escola tradicional. Assim, estimulariam a criatividade dos filhos. O casal fazia alguns trabalhos como ator, mas a renda da família era reforçada por bicos na construção e carpintaria. Finneas nasceu no mesmo em que “MMMBop”, música do trio Hanson, era o maior sucesso. O pai de Billie ficou encantado com a música e a história dos irmãos: vindos de uma família religiosa, os Hanson passaram longe da escola e foram educados em casa. Ao que tudo indica, Billie parece não achar ruim ter seguido o mesmo caminho. Ela já disse em entrevista que tudo o que aprendeu foi no dia a dia, como a fazer contas de matemática calculando os ingredientes das receitas da mãe. Para Billie, forçar uma criança a se sentar numa sala de aula, contra a sua vontade, é quase como obrigá-la a comer brócolis. E que escolas são muito boas para pais preguiçosos.

 

Logomania: além do cabelo colorido, Billie tem outra marca. Ela praticamente usa um uniforme: camiseta oversize, bermudas largas, calça cargo e tênis. No documentário, dá para ver que seu estilo tomboy pouco mudou com o sucesso. Billie passou a usar mais acessórios, colares pesados, anéis em todos os dedos e, para espanto dos pais, o infalível alongamento de unhas consagrado por Kylie Jenner. A grande mudança que veio com a fama – e com os milhões de dólares: Billie passou a usar grifes como Gucci (que vestiu no Grammy) e Louis Vuitton. A exemplo das estrelas do hip hop, ela adora um logo. Até seu pijama tem a estampa com monograma da Vuitton. Antes de se apresentar no Coachella, em 2019, ela foi procurada por pelo menos 40 marcas interessadas em vesti-la.


Síndrome: a cantora é portadora da Síndrome de Tourette, um distúrbio neuropsiquiátrico que se caracteriza por vários tiques motores ou vocais. No caso de Billie, com frequência ela levanta a sobrancelha e arregala o olho. No documentário, é visível que os tiques se intensificam na medida em que ela está sob estresse. Mas a síndrome não é abordada diretamente no filme. Os “ataques de tiques”, como Billie se refere, são mostrados de maneira muito natural, como parte da vida dela. A cantora revelou que era portadora de Tourette no programa de Ellen DeGeneres. Contou que só não falava mais sobre isso porque não queria ter seu nome sempre associado ao distúrbio.

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