Luisa Arraes volta a viver Diadorim no filme “Grande sertão”

Atriz divide a cena com o marido, Caio Blat, no longa baseado no livro de Guimarães Rosa, que ela já encenou no teatro.


Luisa Arraes em cena do filme Grande Sertão
Foto: Divulgação



É a guerra no sertão do século passado, em algum lugar entre Bahia e Minas Gerais, em meio ao coronelismo e a lutas de bandos de jagunços. E passa a ser também a guerra urbana no sertão dos dias de hoje, em que disputas entre bandidos, milícias e polícia dizimam as periferias e matam crianças, vítimas de bala perdida.

Adaptação do clássico Grande sertão: veredas (1956), de João Guimarães Rosa, o novo longa de Guel Arraes (de O auto da compadecida e Lisbela e o prisioneiro) acaba de chegar aos cinemas. Com roteiro do diretor e de Jorge Furtado (de Ilha das Flores), Grande sertão resgata nos diálogos a grandiosidade da escrita de Guimarães Rosa para contar a história de Riobaldo, vivido por Caio Blat, um professor que ingressa em um bando de jagunços movido pelos sentimentos por Diadorim, a emblemática personagem que finge ser homem, interpretada por Luisa Arraes.

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Casada com Blat e filha de Arraes, a atriz também é bastante familiarizada com a obra do autor mineiro. Luisa já havia encenado Grande sertão em adaptações de Bia Lessa para o teatro (2017) e para o cinema (2023), ao lado do marido. “É uma sorte poder ler e reler esse livro. Li três vezes: uma aos 18 anos, outra quando Bia me chamou para a peça e a última para o Grande sertão do meu pai. É a minha bíblia. Um livro inesgotável, o maior. Poderia fazê-lo a vida inteira e não pararia de me espantar”, diz ela.

A atriz celebra ainda a oportunidade de viver uma personagem que assume uma identidade masculina. Diadorim, reflete, é uma neblina. “Uma garota que decide enfrentar o mundo da guerra e, assim, o mundo masculino. Os gêneros muitas vezes nos separam de coisas vitais – as mulheres da violência, os homens do cuidado etc. Como diz RuPaul (drag queen estadunidense), a gente nasce pelado: todo o resto é drag.”

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