Morre aos 75 anos Rita Lee
Cantora e compositora foi precursora das roqueiras brasileiras; ela tratava de um câncer no pulmão.
Precursora das roqueiras brasileiras, Rita Lee teve sua morte anunciada neste terça-feira (09.05). A cantora e compositora tratava de um câncer no pulmão, diagnosticado em 2021, e morreu na segunda-feira (8), em casa, cercada por sua família.
Rita Lee Jones (seu pai tinha origem estadunidense) começou sua carreira nos anos 60 com Os Mutantes, ao lado dos irmãos Sergio e Arnaldo Batista. O grupo escreveu um capítulo importante da música psicodélica nacional e já chamava atenção com seus figurinos – Rita chegou a se apresentar vestida de noiva, com uma falsa barriga de grávida. Os Mutantes lançaram sucessos como “Top top”, “A divina comédia ou ando meio desligado” e participaram do seminal álbum Tropicália ou Panis et Circenses (1968), ao lado de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Tom Zé e outros.
Entre brigas, Rita acabou expulsa do grupo nos anos 70 e formou a banda Tutti Frutti, de sucessos como “Ovelha negra”. Na sequência, ela iniciou uma bem-sucedida carreira ao lado do marido e companheira de uma vida, Roberto de Carvalho, com quem teve três filhos. Foi presa em 1976 pela Ditadura Militar. Grávida, recebeu ajuda de Elis Regina na cadeia. Em parceria com Roberto, vieram hits como “Mania de você” e “Lança perfume”, entre outros que dominaram as FMs dos anos 80 e em que ela cantou sem pudor sobre os desejos femininos.
No início dos anos 2000, participou do programa Saia Justa (GNT) e lançou uma série de livros infantis. A cantora passou a limpou sua trajetória numa deliciosa biografia, lançada em 2016, e ganhou uma exposição no MIS (São Paulo), em 2021, em que exibiu seu acervo e figurino. Nos últimos anos, viveu reclusa, cercada por seus animais. Debochada, irreverente, ocupou um lugar único na música brasileira.
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