4 destaques do No ar Coquetel Molotov 2024 para você atualizar sua playlist

Sob o calor intenso de Recife, três palcos montados na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) receberam mais de 25 atrações no último sábado (07.12) no No Ar Coquetel Molotov 2024. O festival recifense se destaca por sua longevidade – esta foi sua 21ª edição – e por sua curadoria, sempre atenta a novos talentos, o que o coloca entre os eventos mais interessantes da música independente nacional.

Além de nomes já conhecidos do público como Pabllo Vittar (MA), Céu (SP), Tati Quebra Barraco (RJ) e Jaloo (PA), o No Ar contou com artistas ascendentes como a banda Sophia Chablau e uma enorme perda de tempo (SP), Zaynara (PA), DJ Ramon Sucesso (RJ), Ajuliacosta (SP), Ebony (RJ) – as duas rappers foram capa da ELLE View de agosto –, transitando do funk ao jazz.

A rapper Ebony, que fez um show potente Foto: Bieco Garcia

Diferentemente da maioria dos festivais brasileiros, 70% do line-up do No Ar é feminino, enquanto a comunidade queer marca presença em peso entre o público (há uma lista gratuita para pessoas trans, travestis e não-binárias que não têm condições de adquirir o ingresso).

A seguir, confira alguns dos destaques do No Ar Coquetel Molotov 2024 para você botar já na sua playlist:

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Foto: Hannah Carvalho

Amaro Freitas

Em casa, o pianista pernambucano fez uma apresentação disputada na Concha Acústica da UFPE. Destaque do jazz contemporâneo e consagrado além do Brasil, Freitas lançou no início deste ano seu quarto álbum, Y’Y. Acompanhado pelo baterista Rodrigo Digão Braz e pelo contra-baixista Sidiel Vieira, fez um show para um público entusiasmado, com referências à música africana e amazônica, que pautam seu disco. Depois do No Ar, Freitas será uma das atrações do C6 Fest, em maio.

Foto: Alan Rodrigues

Mu540

O DJ da Baixada Santista (SP) foi recebido por um público de fãs que gritava seu nome em coro (pronuncia-se ‘Musão’). Conhecido também por sua parceria com Kyan, Mu540 faz uma mix pra lá de interessante entre funk, trap e house. O DJ, que acaba de lançar o EP 4×4, misturou em seu set faixas desse trabalho, tracks de funk, Cyndi Lauper e Lykke Li. Vale ainda destacar a estrutura do palco eletrônico do festival: em formato de um quadrado, permite que o público cerque todo o espaço, bem próximo ao DJ.

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Foto: Bieco Garcia

Ventura Profana

“Que alegria pisar nessa terra de travestis com fôlego de mudança”, disse a cantora, compositora, performer e artista visual – com participações na 35ª Bienal Internacional de São Paulo e na recém-inaugurada Histórias LGBTQIA +, no Masp, entre tantas outras mostra. A baiana parte de sua formação religiosa em templos batistas e cria uma teologia própria na qual a linguagem evangélica dá lugar a um discurso que empodera pessoas negras, trans e travestis. Acompanhada por uma big band, com sua voz potente e vocação missionária, Ventura contagiou a plateia. Depois de lançar o single “Tranquila”, ela prepara para 2025 um disco pelo selo Natura Musical.

Foto: Dondinho

Paulete Lindacelva

A DJ pernambucana, residente da Mamba Negra (SP) e atrações de festa como Selvagem, fez um set de house em que mixou “Funkytown”, do Lipps Inc., “I feel love”, de Donna Summer, “Chega mais”, da Banda Black Rio, e “Blue monday”, do New Order. Paulete lançou neste ano seu EP de estreia, Guabiraba Chicago – uma referência ao bairro em que nasceu, em Recife, e ao berço da house, no EUA. O trabalho marca uma década de carreira da pernabucana e conta com BADSISTA e L_cio entre as participações.