Os favoritos de Bebel Gilberto

Um show de Tina Turner, no Maracanãzinho, e a peça Os Saltimbancos, da qual ela participou ainda criança, estão na lista de preferidos da cantora.


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No próximo dia 14 de março, Bebel Gilberto concorre ao Grammy de melhor álbum na categoria música global, com seu mais recente álbum, Agora, lançado após um hiato de seis anos e sobre o qual ela conversou com ELLE, no ano passado. Antes da premiação, Bebel dividiu com a gente seus discos, séries, filmes, shows e peças favoritos, de Björk ao musical West side story:

Alguém que te fez querer cantar:
Billie Holiday. Fui influenciada, na verdade, por Cazuza, que era um grande fã. Acho que por sentir a tristeza dela…

Um disco que gostaria de ter gravado:
Debut, da Björk. Esse é um dos discos que mais me faz dançar. Eu amo! Sei todo de cor, das linhas de baixo aos arranjos de cordas.


björk : human behaviour (HD)

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Uma música que gostaria de ter escrito:
“You are the sunshine of my life.” Eu amo Stevie Wonder. Ele faz parte das minhas playlists desde que era mais nova. Acho que essa canção tem algo de brasileiro… Tão simples e, ao mesmo tempo, tão profunda, o que me faz amá-la sempre quando eu escuto. Sem dúvida, adoraria ter escrito esta música.

Que cantor, cantora ou banda nunca falta em uma playlist sua?
Charlotte Gainsbourg. Quem me fez gostar dela foi a minha mãe (Miúcha), quando a vimos cantando em Paris. Eu tinha 16 anos e queria ser ela. Na época, ela era Charlotte G. A cantora mais chique do mundo, que além de tudo tinha apenas um G no sobrenome! Até hoje eu adoro o jeito dela cantar sussurrando. É sem dúvida muito musical e muito, muito cool!

Três discos que você levaria para uma ilha deserta:
Manhattan, trilha sonora do filme homônimo de Woody Allen: são temas gostosos, lindos, que me fazem viajar nas composições de Gershwin, que tanto amo desde adolescente. Adoro!
Estrangeiro, do Caetano Veloso: adoro este disco. Produção do Arto Lindsay e do Peter Scherer. É muito moderno e marcou o começo dos anos 90. Sem dúvida nenhuma, é um dos melhores discos do Caetano.
Island, da Grace Jones: é um disco simplesmente incrível! Também conheço de cor todos os arranjos e músicas! Grace Jones completaria lindamente uma playlist de ilha deserta. Me deixaria animada e inspirada!

Um show inesquecível que você assistiu:
Tina Turner, no Maracanãzinho (1988). Inesquecível! Ela descia de escadas brilhantes , uma imagem me marcou pra sempre. Musicalmente, nunca fui louca pelas canções da Tina, apesar de “Private dancer” ter feito parte da minha vida profundamente. Essa, sim, é uma grande estrela! Que sorte a minha pode vê-la tão de perto!

Um show que você ainda quer assistir:
Billie Eilish. Vi algumas apresentações da Billie na internet e fiquei boba. O som dela é muito interessante e muito moderno. Uma artista completa. Não foi à toa que ela ganhou todos aqueles Grammys com apenas 18 anos.

Um filme você que adora ver a reprise:
Nunca me canso de rever West side story (1961). É um dos filmes que mais vi na vida. Por ser um musical tão bacana, pelas coreografias, pela música e também pela história. Sem contar os figurinos e toda arte dos anos 50. Amo de paixão! Um clássico!

Uma série que você maratonaria de novo:
Dix pour cent (disponível na Netflix). A única série que vejo a conta-gotas. Não quero que acabe e já estou quase no fim da quarta temporada, que estreou há um mês. É muito inteligente e mostra o cotidiano de uma agência de talentos em Paris. Choro de rir! É a melhor de todas! Eu gostaria de ver tudo de novo para me emocionar com algo que possa ter perdido, pois é muito rápido e muito intenso. Francês, né?!

Uma ator ou atriz preferido:
Catherine Deneuve. O filme Pele de asno (1970), com Catherine Deneuve de princesa, é um dos meus preferidos. Uma completa viagem, lindo de morrer e a arte é, simplesmente, uma loucura. A história é bem louca, mas quando era pequena, não percebia. Lembro de todas as músicas até hoje, das estações do ano, das roupas, o vestido do céu com nuvens que voavam no tecido… Que viagem! O baú das maravilhas e a varinha de condão eram tudo que eu sempre quis na vida!

Quem você adora seguir no Instagram?
Bela Gil. Além de sempre ensinar sobre muitas coisas, é uma pessoa que me inspira. Eu a conheço desde pequenininha. Ela é uma mistura de maga, conselheira, nutricionista… Sempre tem ideias muito revolucionárias e interessantes.

Uma exposição que te marcou:
A última sobre Christian Dior, em Paris. Para mim, foi quase uma aula. Não vi apenas uma vez, foram três! Centenas de vestidos de alta-costura, além de croquis, documentos, manuscritos, fotografias… Praticamente, estão lá todas as roupas de todas as pessoas que já representaram a maison Dior ao longo desses 70 anos. Lindo, lindo, lindo. Inesquecível.


‘Christian Dior, Designer of Dreams’ at the Musée des Arts Décoratifs

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Um livro de cabeceira:
Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda. É um livro que sempre gosto de reler para lembrar de coisas que meu avô (Sérgio) contava.

Uma peça que gostaria de rever:
Os Saltimbancos, peça dirigida pelo Antônio Pedro, da qual participei quando criança. A coreografia era da Graciela Figueroa. O Elenco tinha Grande Otelo; Marieta Severo; minha mãe, Miúcha, como a galinha; Pedro Paulo Rangel… Gostaria de revê-la porque foi uma peça muito importante na minha vida e quase não há fotos, não tem vídeo. É aquela coisa que fica realmente guardada na memória. Fez parte da infância de várias pessoas que cresceram escutando o disco e que viram a peça várias vezes quando eram crianças.

Uma descoberta recente nas artes:
Billie Eilish. Quando a descobri, soube a idade que ela tinha (Billie tem hoje 19 anos) e a profundidade da música que ela faz, eu achei aquilo quase como uma revolução. Foi muito incrível ter conhecido o som dela nesses últimos anos porque eu não tenho conseguido me identificar com nada muito novo. A Billie abriu minha cabeça pelo jeito que ela se veste, o fato de ser tão estilosa e autêntica, dona de uma voz incrível, sem muito efeito, sem muito reverbe… “Listen before I go”, uma das minhas músicas preferidas delas, parece que foi escrita 30 anos atrás.

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