Casa de Criadores 57: Nalimo

Nana, a avó materna de Day Molina, estilista à frente da Nalimo, foi quem lhe ensinou a costurar, tecer e bordar. Três anos após a morte da matriarca, a designer transforma essa memória em desfile na Casa de Criadores 57, neste sábado (06.12). A coleção une rendas, crochês e macramês – alguns da própria Nana – à alfaiataria que caracteriza o trabalho de Day.

Nalimo

Nalimo. Foto: Marcelo Soubhia / Agência Fotosite

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Em tons de branco, cru e bege, a apresentação tem peças cheias de texturas e sobreposições de coletes de linhas retas com blazers ajustados e usados com calças amplas. Bordados florais e detalhes criados com resíduos têxteis reforçam o caráter afetivo da proposta. Entre os destaques, há um vestido midi construído a partir de retalhos transparentes. “Fizemos questão de destacar essas costuras, para ter um simbolismo sobre encontros”, explica.

A fé de Nana também atravessa a coleção. O sincretismo religioso aparece em amuletos bordados nos punhos de algumas camisas, nos ramos de arruda segurados nas mãos e no visual da modelo que encerra o desfile, com uma renda sobre a cabeça, tal qual uma santa. “Minha avó era uma mulher católica de origem indígena. Fazia muitos rituais de ervas, banhos de cheiro e benzimentos. Falar sobre isso é também falar do Brasil”, diz Day. E do Brasil, a Nalimo sabe falar muito bem.

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