Paris Fashion Week: Issey Miyake, inverno 2025

Satoshi Kondo, diretor criativo da Issey Miyake, transforma o comum em extraordinário com a coleção artsy de inverno 2025 da marca.


Issey Miyake, inverno 2025.
Issey Miyake, inverno 2025. Foto: Divulgação



Desfilar logo após uma das estreias mais aguardadas da temporada seria uma tarefa ingrata para muitos designers. Para Satoshi Kondo, responsável pela linha principal da Issey Miyake, não. A etiqueta japonesa não costuma se pautar ou comprar por parâmetros comuns de mercado. O que já aconteceu – e algumas vezes – foi ser justamente a baliza ou ponto de referência para todo o resto. Agora não é diferente.

A etiqueta japonesa não costuma se pautar ou se prender a parâmetros comuns de mercado. O que já aconteceu – e algumas vezes – foi ser justamente a baliza ou ponto de referência para todo o resto. Agora não é diferente.

Têm ocorrido algumas experimentações sobre novas possibilidades de fazer, vestir e entender roupa nesta Semana de Moda de Paris. Sarah Burton, em sua estreia na direção da Givenchy, mostrou ternos com as frentes nas costas. Na Courrèges, uma única faixa de tecido (tipo um cachecol) virou vestido. Pieter Mulier, na Alaïa, criou looks completos com costuras mínimas e sem nenhum zíper ou botão. Nos novatos da Zomer, All-in e Alainpaul, peças estavam de ponta-cabeça, tinham cavas transformadas em golas, mangas ignoradas e juntavam tricô, saia e alfaiataria em uma coisa só.

Issey Miyake, inverno 2025.

Issey Miyake, inverno 2025. Foto: Divulgação

Issey Miyake, inverno 2025.

Issey Miyake, inverno 2025. Foto: Divulgação

Issey Miyake, inverno 2025.

Issey Miyake, inverno 2025. Foto: Divulgação

Leia mais: A trajetória de Issey Miyake

Desde os anos 1970, quando Issey Miyake lançou sua etiqueta homônima, há um estudo imenso sobre formas mais práticas e responsáveis de produzir e consumir moda. Os famosos plissados do estilista japonês e os itens feitos a partir de um único pedaço de tecido são os exemplos mais conhecidos.

Na estação passada, a de verão 2025, Satoshi e sua equipe abordaram essa filosofia e maneiras de trabalhar inspirados pelas texturas e possibilidades do papel Washi. Agora, para o inverno 2025, o ponto de partida é o meio do caminho entre estruturas binárias. No caso, o que existe (ou pode existir) entre dois conceitos antagônicos: abstrato e concreto, natural e fabricado, corpo e objeto, vestimenta e escultura.

Issey Miyake, inverno 2025.

Issey Miyake, inverno 2025. Foto: Divulgação

Issey Miyake, inverno 2025.

Issey Miyake, inverno 2025. Foto: Divulgação

Issey Miyake, inverno 2025.

Issey Miyake, inverno 2025. Foto: Divulgação

Issey Miyake, inverno 2025.

Issey Miyake, inverno 2025. Foto: Divulgação

A apresentação começou enquanto os convidados ainda entravam na sala, no subsolo do museu do Louvre – espaço que já funcionou como QG oficial da Semana de Moda de Paris. Na passarela, havia uma grande escultura com roupas de aparência híbrida e pequenos totens com uma peça de roupa sobre cada um. No meio de quem procurava seu assento, um grupo de artistas se movia em ritmos acelerados ou em câmera lenta, às vezes sozinhos, às vezes coletivamente. Quando o espetáculo se inicia de verdade, eles se separam, se aproximam dos pequenos nichos ou da tal estátua e passam a interagir com as peças.

A performance era do austríaco Erwin Wurm, conhecido por tratar objetos comuns de maneira extraordinária. No caso, era uma blusa de tricô, uma camisa branca ou uma calça que, graças a alterações nas suas modelagens, podiam ser colocadas sobre o corpo de formas diversas para se parecerem com obras de arte modernas.

Issey Miyake, inverno 2025.

Issey Miyake, inverno 2025. Foto: Divulgação

Issey Miyake, inverno 2025.

Issey Miyake, inverno 2025. Foto: Divulgação

Issey Miyake, inverno 2025.

Issey Miyake, inverno 2025. Foto: Divulgação

Issey Miyake, inverno 2025.

Issey Miyake, inverno 2025. Foto: Divulgação

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Os dois primeiros looks propriamente ditos eram brancos, com estampas da terceira entrada: um vestido vermelho de tricô sem formas definidas. Na sequência, veio um mix de itens ora reconhecíveis, com aparência básica, ora completamente alterados. Camisas com zíperes no lugar dos botões, jaquetas com ombros deslocados ou inflados, cinturas superjustas ou completamente soltas, bolsas usadas como blusas.

Na porção final do desfile, a tecnologia entra em cena: lã e fios de alpaca, combinados a fibras sintéticas termoplásticas, foram prensados para obter um efeito áspero, rígido e levemente brilhante – versões diferentes (ou nem tanto) dos famosos plissados de Issey Miyake.

 

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