Alessandro Michele deixará a direção criativa da Gucci.
Todo carnaval tem seu fim. E do diretor criativo Alessandro Michele e da Gucci foi anunciado oficialmente nesta quarta-feira, 23.11. A Kering, grupo do qual a marca faz parte, ainda não anunciou um sucessor. Enquanto isso, a equipe interna será responsável por dar continuidade aos trabalhos.
“Há momentos em que os caminhos se separam devido às nossas diferentes perspectivas. Hoje termina para mim uma jornada extraordinária, de mais de vinte anos, dentro de uma empresa à qual dediquei incansavelmente todo o meu amor e paixão criativa”, escreveu Alessandro em um e-mail enviado à imprensa. No texto, ele ainda agradece a toda sua equipe e diz que nada seria possível sem o apoio e dedicação de cada um deles.
Nos sete anos como diretor criativo e mais de duas décadas como designer da empresa, Alessandro revolucionou a estética da grife com seu estilo incomparável: a cacofonia de referências, épocas, movimentos artísticos e culturais transformou o DNA da Gucci. Do seu primeiro desfile, no qual apresentou a nova cara da etiqueta, em 2015, até o último, com os quase 50 gêmeos cruzando a passarela, ele criou uma imagem de moda impactante e facilmente reconhecível.
Não à toa, a marca se tornou uma das mais influentes e desejadas do mundo. Nos primeiros anos sob comando de Michele, a Gucci bateu recordes de crescimento, vendas e lucro consecutivamente. Contudo, durante a pandemia, os negócios foram fortemente abalados e, desde a reabertura de tudo, a recuperação tem sido consideravelmente menor que alguns de seus principais concorrentes.
E claro, tem o cansaço do público. Com identidade das mais fortes no mercado atualmente, o estilo da Gucci já não encanta tanto. É que, ao contrário do que muita gente apostou, o consumo pós-vacina tem sido mais forte em marcas com produtos mais discretos e atemporais, menos suscetíveis à temporalidade das tendências. Daí as últimas coleções bem focadas em alfaiataria – um pedido dos chefões. Porém, parece que não foi suficiente.