Lançado neste ano, Instituto Febre explora a interseção de gênero, clima e moda

Debater, pesquisar e aprofundar questões de gênero e clima na indústria da moda é a missão do recém-lançado Instituto Febre. Com produção de conteúdos multimídia, oficinas e workshops, consultorias para iniciativas privadas e campanhas de impacto, o pioneirismo da entidade está em seu ponto focal: incluir os direitos das mulheres que produzem nossas roupas na agenda climática.

Eloisa Artuso é um dos nomes por trás do Febre. Cofundadora do Fashion Revolution Brasil, a pesquisadora e professora de design sustentável reuniu sua bagagem com o setor da moda para criar a organização, junto ao documentarista Raphael Erichsen. A motivação “nasceu da necessidade de não precisar falar de coisas de forma velada”, explica ela. “Não queremos polemizar por polemizar, mas é sobre falar de forma aberta sobre a realidade. Nossa vontade é estremecer as estruturas de poder por meio de dados e fatos”, continua. 

A realidade referenciada por Eloisa diz respeito à composição da cadeia produtiva da moda e seu impacto no meio ambiente. As mulheres somam mais de 60% da força de trabalho do têxtil e vestuário e o setor é um grande emissor de gases de efeito estufa (GEE). O nome Febre simboliza a gravidade dos dados. 

Para garantir a diversidade e fomentar práticas colaborativas, a Febre conta com um comitê consultivo desde sua fundação. “Temos essa vontade de não protagonizar um discurso, mas promover discussões e descobertas, sabendo que não estamos inventando a roda”, compartilha Eloisa. Outros parceiros são a change.org, Rio Ethical Fashion, Éwá Poranga, Colabora Moda Sustentável, Trama Afetiva e 3Film. 

O próximo lançamento da organização será no primeiro semestre de 2023: um podcast com cinco episódios. Eles debatem sobre gênero, futuro do planeta, ancestralidade, racismo ambiental, consumo e outros assuntos que tangenciam a indústria da moda, com especialistas e ativistas. 



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