Design brasileiro perde Fernando Campana

Ao lado do irmão, Humberto Campana, o arquiteto e designer criou peças icônicas que projetaram a produção do país no exterior.


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Foto: Thomas Tebet



A quarta-feira que começou triste no Brasil, com a notícia da morte da ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado, aos 62 anos, terminou ainda mais melancólica com outra perda para o país. Morreu aos 61 anos o arquiteto e designer Fernando Campana, que, juntamente com o irmão, Humberto, assinou peças que entraram para a história do design e projetaram a produção nacional no exterior. A causa da morte, anunciada pelo perfil do Estúdio Campana no Instagram, não foi divulgada.

Paulista de Brotas, Fernando Campana se formou em Arquitetura pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, em 1984. No mesmo ano, fundou, com Humberto, o Estúdio Campana. Ao longo de quase quatro décadas, a dupla criou peças que surpreendiam pela originalidade, tanto na forma quanto na escolha dos materiais.

A poltrona Vermelha, de 1993, que faz parte do acervo do MoMA, em Nova York, foi confeccionada com corda comprada na feira. A cadeira Favela, de 2001, foi inteiramente feita de pedaços de madeira descartada. Já a série Banquete, de 2002, foi uma das mais bem-humoradas (e copiadas) dos irmãos: era composta por cadeiras cobertas por bichinhos de pelúcia.

Este ano, Fernando e Humberto Campana deram uma entrevista e abriram as portas do ateliê para a primeira edição da ELLE Decoration Brasil. Depois de 37 anos instalados em Santa Cecília, os irmãos haviam acabado de se mudar para um endereço mais espaçoso em São Paulo. Na conversa com a jornalista Taissa Buescu, eles falaram sobre o sonho de construir um parque em Brotas, unindo natureza, educação, arte e design. 

Para além do inegável talento, tantas vezes premiado, Fernando Campana também era conhecido pela gentileza. Como o próprio designer disse na entrevista, ele atraía as pessoas: “Todos vêm falar comigo. Tenho a habilidade da palavra. Cada vez que saio de casa, para mim é um filme. O problema é que, à noite, muitas vezes eu não consigo desligar o projetor”, contou Fernando, aos risos.

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