Um giro pelo décor

Lojas, lançamentos, peças exclusivas: fique por dentro das boas novidades no design e na decoração.


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Tem coleção nova da Flávia del Prá para sua mesa, loja física da Boobam, tapetes ultraexclusivos da By Kamy e muito mais. Confira novidades imperdíveis no mercado brasileiro de design e decoração.

Boobam para visitar

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Primeira loja física da Boobam já está em funcionamento no bairro dfe Pinheiros.Foto: Divulgação

O endereço no bairro de Pinheiros, em São Paulo, onde antes funcionava uma modesta oficina mecânica, agora é o showroom-galeria dos designers mais incensados do cenário nacional. A Boobam, uma plataforma digital para designers e artistas comercializarem suas obras, escolheu o lugar como sede de sua primeira loja física. Para deixar o espaço de 600 m2 com a cara da marca, os sócios, Thomaz Vidal, Henry Barclay e Marco Azeredo, convocaram ninguém menos que o badalado arquiteto Felipe Hess. “A base é a simplicidade das paredes e dos volumes”, diz ele. “Todas as infraestruturas expostas são brancas, destacando a materialidade e a textura tanto da antiga estrutura quanto dos pontos de intervenção do projeto.” E o resultado é um lugar acolhedor. No site são mais de 8 mil itens cadastrados, na loja, porém, uma cuidadosa curadoria levou em conta o objetivo de reforçar a essência da Boobam. “A compra de uma peça assinada é especial. O cliente quer ver, sentir o toque”, afirma Azeredo. “Continuamos com o mindset de design tech, mas agora conciliamos também o mundo físico.”

Boobam Pinheiros: Rua Fradique Coutinho, 967, São Paulo, SP.

Pair agora é home

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Poltronas da coleção Primitiva, da Pair Home.Foto: Divulgação

Depois de atuar por sete anos no universo da moda autoral, a paulistana Pair virou Pair Home. “Resolvemos apostar na curadoria de objetos para a casa, com a inclusão de tons naturais e cinza para complementar a nossa essência, preta e branca”, conta o diretor comercial, Gregório Ciribelli Candeloro. O sucesso fez a marca migrar de vez para o universo de décor e a mudança alcançou não apenas o core do negócio, mas o endereço também: agora a loja fica próxima do circuito paulistano de decoração e design, nos Jardins. A curadoria inclui mobiliário, utilitários e itens de decoração que celebram a produção nacional. Peças de cerâmica da artista Vick Zuffo, uma série de Raquel Saliba, os móveis de design com pegada artsy de Maximiliano Crovato e esculturas do estúdio Le Fatagis são exemplos do mix. Para destacar ainda mais a seleção, a Pair Home lança a sua primeira coleção autoral, a Primitiva, composta de oito peças. “O nome remete à natureza, ao essencial, à apreciação das imperfeições perfeitas das coisas e à beleza dos objetos do cotidiano”, descreve Candeloro. Todas as criações são feitas com madeira de reúso, descartada e de demolição. Como a moda ainda pulsa na marca, os projetos futuros incluem uma linha de homewear. “São universos conectados”, diz.

Pair Home: Rua Estados Unidos, 2.096, São Paulo, SP.

Amuletos de mesa

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Azulejaria colonial inspira nova coleção de Flávia Del Prá.Foto: Divulgação

“Acredito que todos nós temos um vínculo com imagens ou sensações que nos remetem a algo bom e melhor, nos transportam para um dia feliz.” A fala é da designer-artesã Flávia Del Prá, autora da coleção Patuá, que reverencia essas memórias afetivas. As peças são inspiradas na azulejaria colonial e trazem a famosa dobradinha azul e branco.

Estampados com coqueiros, peixes, frutas e outros elementos tropicais, os itens, feitos de cerâmica, remontam a um típico verão na Bahia. “Os objetos são como um dia de calor, o que me remete a um Brasil verdadeiro”, explica Flávia. Ao todo, 12 peças (pratos de sobremesa e de jantar, duas travessas de servir, duas fruteiras, três bandejas e ganchos de parede em três tamanhos diferentes), feitas artesanalmente, sem pressa e com a cadência baiana, compõem a série.

“Cada uma delas é única. Cada desenho é um desenho”, lembra a designer. “Apesar de a estampa e as cores serem as mesmas, elas têm ritmos diferentes.” Por que Patuá? “Porque as peças são um amuleto de proteção e de boas lembranças”, diz. À venda na Amoreira.

Beleza imperfeita

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O vaso Paralelepípedo, de Carol Gay, traz o contrates entre a pedra bruta e o vidro soprado.Foto: Marcos Cimardi

Expert no uso do vidro, a designer Carol Gay se lançou em um desafio experimental. “Eu quis trabalhar a superfície da matéria-prima, chegando ao limite da deformação”, conta. Com ferramentas da vidraria tradicional e com o auxílio de mestres vidreiros e suas técnicas seculares, ela criou duas coleções diferentes, mas com o mesmo tom. Em uma, Carol foi pinçando o vidro durante o sopro, experimentando contornos lineares e aleatórios, marcando livremente o exterior. “Chamei cada acabamento alcançado, respectivamente, coroa e multi, ambos pontiagudos”, revela. Assim nasceram os vasos Espinhos, que têm versões transparentes e coloridas. No modelo Paralelepípedo (40,5 x 28 x 38 cm), uma exclusividade da Marché Art de Vie, a designer usou a pedra bruta para o processo que ela chama de deformação de vidro. “A pavimentação com paralelepípedos faz parte da minha memória afetiva e da história das cidades”, conta. “Além de ressignificar seu uso, um conceito tão presente no meu trabalho, o objeto revaloriza esse material e revela uma nova função.” As alças de latão, um suporte para o manuseio, criam um elo poético entre a pedra e o vidro. “Elas geraram um contraste curioso e fascinante”, afirma Carol. “Exatamente como uma obra de design-arte deve ser.”

Linhas gregas

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Sofá Eos, de Patricia Anastassiadis para a Artefacto.Foto: Divulgação

Patricia Anastassiadis voltou os olhos para suas origens e buscou na Grécia antiga a inspiração para a coleção Edition22: Psyché, assinada com exclusividade para a Artefacto. A arquiteta, que também está à frente da direção criativa da marca, explica que a essência da linha, composta de 12 peças, é o resgate dessa conexão. “O período de reclusão e confinamento fez com que a gente desenvolvesse uma relação e um entendimento da casa multifuncional, reaprendendo o aproveitamento e o uso dos espaços”, fala. Por isso, os itens têm traço orgânico e formas fluidas, em movimentos que ora convidam à interação, caso do sofá Eos, ora a momentos de relax, como a poltrona giratória Nyx. “Para os estofados, eu trouxe uma proposta mais curvilínea e solta, sempre enaltecendo a simplicidade do design e, ao mesmo tempo, a arte”, explica. Já a mesa Delphi ganha forma com o encaixe dos módulos – o bloco-base, o tampo e o pé de apoio –, exatamente como a junção de pedras na arquitetura grega. Além disso, o móvel é formado por um combo poderoso e elegante de materiais: mármore e couro. Mas nada é mera estética. “São peças que têm uma missão: estimular o diálogo e o convívio entre as pessoas. Fundamentos que são a base da civilização grega”, arremata a arquiteta.

Tramas históricas

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Arazzo da By Kamy, que reproduz a obra Mulheres à Beira do Rio, de Di Cavalcanti ©.Foto: Divulgação / © Elisabeth di Cavalcanti

Pintor modernista, ilustrador, desenhista e muralista, Di Cavalcanti foi um dos principais nomes da Semana de Arte Moderna de 1922. Não apenas por suas obras inspiradas na cultura popular, mas também porque foi um dos organizadores do encontro. Para celebrar o centenário do evento e o protagonismo do artista na consolidação dessa estética brasileira na pintura, a By Kamy desenvolveu dois arazzi que interpretam obras assinadas por ele. São peças únicas, ambas tramadas à mão, com lã, produzidas com licença exclusiva concedida pela filha do artista, Elisabeth di Cavalcanti, para esse tipo de tecitura em todo o mundo. As peças revelam em detalhes, nó a nó, o traço do artista, trazendo ainda as perspectivas e o jogo de luz e sombra presentes nas telas. Cada arazzo levou cinco meses para ficar pronto. Preços sob consulta.

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