Bia Haddad: “O tênis ensina a tratar sucesso e derrota com equilíbrio”
Um dos maiores nomes do tênis, a atleta afirma que está sempre em movimento e procurando evoluir mesmo frente às mais duras adversidades.
CONTEÚDO APRESENTADO POR ITAÚ PERSONNALITTÉ
No tênis, a movimentação é constante. Tem a parte visível, o se mexer com rapidez na quadra; a parte geográfica, nas constantes viagens rumo aos torneios pelo mundo; e uma parte um pouco mais abstrata, que se materializa nas semanas, na oscilação do ranking, e nas próprias viradas de placar que podem acontecer em uma partida. Ou seja, para perdurar na carreira, é necessário, acima de tudo, se comprometer com o movimento.
Com quase 15 anos de estrada, a brasileira Beatriz Haddad Maia incorpora esse princípio ativamente. Mesmo após meses brilhantes, repletos de resultados excepcionais — em junho, em Roland Garros, ela foi a primeira brasileira desde 1968 a chegar à semifinal de um Grand Slam e ainda garantiu um feito inédito para o nosso país ao entrar no top 10 de simples —, ela revela que segue “se entregando diariamente ao processo”. Não à toa, atualmente simboliza a campanha Sempre em Movimento, do seu parceiro Itaú Personnalité.
“O tênis ensina sobre cair e levantar com velocidade, falhar e tentar inúmeras vezes até conseguir. Aprender a tratar sucesso e derrota com equilíbrio”, afirma ela de Nova York, poucos dias antes de sua estreia no US Open, para o qual contou estar pronta e animada.
Se as cidades mudam o tempo todo e junto com elas variam o clima, as comidas, as pessoas e as quadras, Bia encontra na rotina firme uma forma de manter o corpo e a mente saudáveis: medita assim que acorda, se prepara com exercícios de mobilidade e preventivos, treina bastante e termina o dia com fisioterapia e alongamentos. É um dia a dia exigente e dedicado ao esporte, característico de atletas de alto rendimento, mas que também pede complementos de outra natureza. Em seu caso, entram a leitura, a pintura e pequenos passeios para conhecer a cultura do local em que está. “Atividades essenciais para que eu continue me desenvolvendo como pessoa”, aponta ela.
Afinal, descomprimir, se divertir e se inspirar é preciso, e temos visto cada vez mais tenistas falando sobre a importância desses momentos para a saúde mental. “Em um corpo exausto, ainda podemos encontrar forças em algum lugar. Mas uma mente exausta é game over”, diz ela quando perguntada sobre qual exaustão é mais difícil de ser superada. A forma como ela lida com a questão psicológica, em conjunto com seu treinador, Rafael Paciaroni, é interessante e se relaciona diretamente com esse espírito proativo. “A melhor maneira de aprender a lidar com isso é tendo um dia a dia o mais parecido possível com as situações do jogo. Ou seja, trazer a pressão e o estresse da partida para o treino.” Dessa forma, ela explica, existe mais chance de encontrar o equilíbrio em meio ao caos.
Resultado direto desse trabalho, as conquistas de Bia ficam ainda maiores quando colocadas em contexto — em comparação à boa parte de suas concorrentes, que vêm do Norte Global, vir de um país sem uma cultura forte no tênis é um desafio e tanto. Bia é eloquente sobre o assunto e frisa que a questão envolve diversos fatores, como a quantidade de torneios de alto nível próximos às cidades de origem das competidoras e um número alto de praticantes da modalidade nos países, passando ainda por aspectos financeiros, devido à desvalorização da nossa moeda frente à delas.
Bia emergiu dentro dessas adversidades e virou uma inspiração fora e dentro do tênis. Tendo crescido com sua avó, mãe e tias praticando a modalidade, hoje ela parece ter como uma de suas missões passar para a frente o encorajamento que recebeu das mulheres de sua família. “Espero contribuir com boas atitudes dentro de quadra e trazer um pouquinho mais de visibilidade ao esporte feminino no nosso país”, finaliza ela. Esse movimento, podemos afirmar, já é uma realidade.
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