Bons drinques com vista para as Cataratas do Iguaçu
Hotel das Cataratas traz boas doses de conforto em meio a um parque nacional.
A vista impressiona. Um conjunto de 275 quedas d’água (o maior do mundo), que se espalha por cinco quilômetros ao longo de um rio, forma as Cataratas do Iguaçu, no extremo oeste do Paraná. E apesar dos principais saltos estarem do lado argentino, a visão é melhor na porção brasileira. São 10 milhões de litros de água se precipitam por segundo, um volume que de perto (e com toda a segurança), chega a assustar.
Essa paisagem é a principal atração dos 185 mil hectares do Parque Nacional do Iguaçu, Patrimônio Mundial Natural pela Unesco. A criação do parque, em 1939, contou anos antes com um empurrão de Santos Dumont, que ficou seduzido com o que viu por ali.
Vista panorâmica do hotel, vizinho às Cataratas do Iguaçu Divulgação
Cercado pela floresta tropical, o Hotel das Cataratas é o único empreendimento dentro do parque. O espaço foi inaugurado em 1958 por um grupo português. Princesa Diana e o então príncipe Charles, Jorge Amado e Bill Clinton foram alguns dos nomes ilustres que já se hospedaram ali. Em 2007, o hotel passou a ser administrado, em regime de concessão, pelo grupo Belmond (parte do conglomerado LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton), que também detém o Copacabana Palace, entre outros 33 hotéis espalhados pelo mundo, além de barcos e trens. O Cataratas e seus 187 quartos de estilo colonial foram então inteiramente reformados. E a herança portuguesa segue nos azulejos pintados à mão dos banheiros.
Além do conforto de um hotel cinco estrelas, se hospedar no Cataratas significa poder visitar as quedas d’água antes ou depois da abertura do parque e aproveitar a paisagem sem a companhia de outros turistas – o parque já chegou a receber 2 milhões de visitantes em 2019. Uma bela parte das quedas d’água já pode ser vista do jardim do hotel. Essa proximidade é sentida nas janelas do lobby do Cataratas, que vibram com a intensidade das quedas. Já a fachada cor de rosa do hotel precisa ser pintada anualmente para conservar sua cor da umidade.
Jardim do hotel, com vista para as cataratas Bruna Bittencourt
Além da vista lá fora, o hotel oferece bons motivos para passar um bom tempo ali dentro. São dois restaurantes – um que funciona como buffet, à beira da piscina, e outro à la carte, com foco nos ingredientes locais e vista para as Cataratas –, e um bar, que acaba de ter sua carta de drinques renovada, com consultoria de Alex Mesquita.
Os best-sellers do espaço são o Cultura indígena (tiquira, aguardente de mandioca, xarope de erva mate e suco de limão) e a caipirinha Onça pintada (cachaça, tangerina, maracujá e açúcar, numa alusão à pele do animal), com 100% da renda revertida ao Onças do Iguaçu, projeto de preservação do animal – uma série de ações são preparadas para o 29.11, Dia Internacional da Onça Pintada. Entre os novos drinques, batizados com nomes de pássaros que costumam visitar as imediações do bar do hotel (o parque reúne mais de 300 espécies), estão o Guacho (licor de açaí, suco de limão tahiti e xarope e espuma de gengibre). O Gralha picaça (aguardente de mandioca, suco de tangerina, suco de limão tahiti, xarope de caju, clara de ovo desidratada) tem a imagem da ave impressa em um papel de arroz.
O Gralha picaça Bruna Bittencourt
Os drinques são criação de Nacir Zandoná, que trabalha há 30 anos no hotel – boa parte dos funcionários tem uma longa história com o Cataratas. Ele é um estudioso e entusiasta da cachaça e se orgulha dos 70 rótulos, todas orgânicas e artesanais, que o bar do hotel disponibiliza – o Cataratas tem uma das maiores coleções de bebida no país. É ele quem comanda a degustação harmonizada da bebida oferecida aos hóspedes. São três tipos, que contam com até cinco rótulos, todos nacionais. Nassir conta que os hóspedes costumam se surpreender com a qualidade da bebida. E o hotel conta com três rótulos próprios (130 a 172 reais).
Se cachaça não for sua praia, o Cataratas também oferece uma degustação harmonizada com vinhos paranaenses (são quatro rótulos de três vinícolas), resultado de uma pesquisa dos sommeliers do hotel pelo estado. O piquenique no jardim e o assado também realizado na área externa – uma herança dos índios da região, em que a refeição é assada pelo calor da brasa, e não pelo fogo direto – são outras experiências do hotel. Não que fosse necessário, a natureza é a maior protagonista ali.
Hotel das Cataratas: diárias a partir de R$ 1.795 + taxas. Mais informações no site.
Quarto com vista para as cataratas Divulgação
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