Design biofílico propõe uma nova conexão com a natureza

Ambientes repletos de verde, passarelas entre árvores, construções autossustentáveis: descubra como esse conceito pode mudar (para muito melhor) a nossa forma de viver.


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Depois de uma caminhada de 300 mil anos sobre a Terra, o Homo sapiens cismou que ele era uma coisa e a natureza, outra. Isolado em cidades erguidas em ferro, asfalto e concreto, passou a ver o mundo natural como algo distante. Mas as últimas décadas abalaram esse estranho divórcio com um chamado urgente. Uma sequência de desastres ecológicos, com poluição, desmatamento e aquecimento global a todo galope, veio para lembrar que somos, sim, parte dela e, como tal, corremos os mesmos riscos. A pandemia foi o empurrão que faltava para entrarmos no modo reflexivo. É preciso encontrar uma outra forma de viver para resolver um problema de proporções planetárias. E o melhor caminho é o da volta, da reconexão com o meio ambiente – justamente o que propõe o design biofílico.


A expressão vem do grego e significa amor a tudo que é vivo. Simples e bonito assim. A ideia central é reconectar o ser humano à natureza usando a arquitetura e o design de interiores como pontes. O conceito não é novo, mas ganhou os holofotes em vista do cenário atual. Uma série de teóricos estuda o assunto há tempos, como o biólogo Edward O. Wilson, da Universidade de Harvard, e o professor de ecologia social de Yale, Stephen Kellert, que comprovaram a importância de estarmos ligados à natureza para mantermos a saúde e o bem estar.

Viver rodeado por vasos de plantas, jardins, hortas, paredões e telhados verdes é um dos aspectos desse movimento. Mas não só. Envolve também o uso de elementos como madeira, pedra, bambu e a presença de água, além de luz e ventilação naturais nas construções. O resultado é a melhora imediata na qualidade de vida. No caso dos escritórios, com aumento da criatividade e da produtividade como bônus.

A geração millennial, muito digital, mas mais atenta ao que consome e engajada na preservação do meio ambiente, é responsável por grande parte dessa virada. “Existe uma ânsia por essa reconexão porque estamos inseridos de forma extremamente virtual no planeta. A tecnologia vai continuar fazendo parte do nosso dia a dia, mas precisamos de um contraponto, de um equilíbrio”, diz Liliah Angelini, do portal de tendências WGSN, que aponta o design biofílico como uma das 12 macrotendências que devem dominar o mundo pós-pandemia.

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