De exposições a uma confeitaria glúten free, 5 dicas de Paris para tomar nota
Na coluna Cadernos de uma parisiense deste mês, confira mostras imperdíveis, novas descobertas e antigas paixões de nossa correspondente.

Bonjour!
Estamos chegando a maio e temos exposições maravilhosas para ver em Paris. Esse é o mês em que finalmente as temperaturas parisienses começam a subir. Inclusive, quem vier para cá nessa época pode pegar mais leve na hora de fazer a mala e trazer apenas o casaco, e não o manteau!
Mas, voltando ao nosso programa mensal por aqui, reservei três mostras imperdíveis para indicar a vocês: uma sobre a era disco, o tempo de ouro nas pistas da década de 1970; outra sobre David Bowie, que inclui fotos inéditas; e a terceira sobre Charles Frederick Worth, nome a quem é atribuída a invenção da alta-costura. Quer mais? Conto também qual é a minha brasserie preferida e compartilho uma descoberta: uma confeitaria deliciosa sem açúcar e zero glúten. Cola aqui para as melhores dicas de Paris!
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David Bowie, Mr. Jones’ Long Hair
Fotografia de Bowie na mostra da Galerie MR8.
Foto: @picturealliance/Photoshot/Bridgeman Images/ Exposição David Bowie, Mr Jones‘ Long Hair. 2025
Influência fundamental na formação de David Bowie, o meio-irmão do cantor, Terry Burns, apresentou a ele o jazz e autores como T.S. Eliot. Foi ele também a inspiração para a canção “Jump They Say”, de 1993. Terry, que sofria de esquizofrenia, tirou a própria vida em 1985, mas participa agora da exposição David Bowie, Mr. Jone’s Long Hair, em cartaz na Galerie MR8. Explico: na mostra, o escritor David Lawrence, em um exercício literário, escreve comentários sobre as fotos expostas como se fosse o próprio Terry. Realizada em colaboração com Philippe Auliac, fotógrafo e amigo de Bowie por mais de 35 anos, a exposição apresenta um retrato inédito do cantor, ator e homem. A seleção inclui fotos de Michel Haddi e Denis O’Regan, que acompanhou a turnê Serious Moonlight, e destaca figuras que influenciaram Bowie, como Frank Sinatra, Jim Morrison, Jean Cocteau e Salvador Dalí. IMPERDÍVEL!
David Bowie, Mr. Jones’ Long Hair: Até 2 de junho na Galerie MR8, 8 rue des Francs Bourgeois.
A febre disco
A mostra Disco traz toda a efervescência do movimento que abalou a estrutura da sociedade nos anos 70 Foto: Kwawe Brathwaite/ Expo Disco, I'm coming out
Só pelo lugar, já vale a pena conferir Disco, I’m coming out . A mostra está em cartaz na Philharmonie de Paris, complexo musical com fachada toda prateada, projetado pelo arquiteto Jean Nouvel no Parc La Villette. Fenômeno global que explodiu na década de 1970, a disco tem raízes na cultura negra e trouxe para a cena o soul, o gospel e o funk. Desse período, há muita coisa importante para se reter, como a influência de movimentos como o Black Pride e o fato de a disco ter ajudado a fortalecer a comunidade gay, criando espaços de liberdade nas discotecas. E, claro, a moda também tem um capítulo importante nessa história. Por essas e outras, recomendo fortemente o programa. Até 29 de junho.
Disco, I’m coming out: até 29 de junho na Philharmonie de Paris, 221 avenue Jean-Jaurès.
A Maison Worth e a invenção da alta-costura
Vestido de Charles Worth, considerado o inventor da alta-costura. Foto: Stanislas Wolff/ Exposição Worth – Inventer la haute couture
Charles Frederick Worth (1825-1895) é creditado como o inventor da alta-costura. O costureiro dominou a moda internacional no final do século 19 e início do século 20. Agora, ele ganha uma exposição com 1.100 m² nas galerias do Petit Palais. É uma importante retrospectiva sobre a história da moda desse período e a primeira exposição dedicada a Worth em Paris – uma oportunidade para conferir peças emblemáticas do couturier.
Reunindo criações de Charles Frederick Worth e de seus herdeiros, a exposição explora a história da maison, suas inovações, a estética e suas clientes prestigiadas – desde nobres europeias até estadunidenses ricas – além de outras personalidades, como os filhos e netos do fundador e suas contribuições. O percurso apresentará a história da moda a partir das inovações da maison Worth, focando principalmente na alta-costura, que deve muito de seu formato a ele, como a sazonalidade das coleções e desfiles, o atendimento às clientes, a organização da produção, o comércio transatlântico e muito mais.
Worth – Inventer la haute couture: de 7 de maio a 7 de setembro de 2025, no Petit Palais – Museu de Belas Artes da Cidade de Paris, 2 avenue Winston-Churchill.
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Leve, muito leve
A torta de baunilha com nozes pecan da Madame Plume é uma das vedetes da casa Foto: Instagram/@madameplume
Essa está no topo das minhas coisas a fazer e comer em Paris. Parece nome de boutique de plumas, mas é uma confeitaria 100% sugar-free e glúten-free. Assim como o sabor, as restrições são levadas a sério por lá: durante o desenvolvimento das receitas, tudo foi elaborado com testes de glicose para pessoas com diabetes, para garantir que elas não aumentassem os níveis de açúcar no sangue. No lugar do açúcar, a Maison Plume utiliza uma stevia orgânica, sem aquele amargor residual que tanto incomoda o paladar. Em relação ao glúten, a própria Tara Pidoux, a fundadora do lugar, é hipersensível à proteína e garante que tudo seja seguro para celíacos. Por último, mas não menos importante, os doces são deliciosos! Bom anotar o endereço!
Maison Plume: 61, rue de Charlot.
Minha brasserie favorita
A brandade de bacalhau é um dos meus pratos preferidos na Lipp
Foto: Instagram/ @lippbrasserie e @simondetraz
Vocês sabem que eu amo lugares tradicionais por aqui, certo? Pois a Lipp, em frente ao Café de Flore, é a minha brasserie favorita na cidade. Sei que existem diversas opções diferentes entre as dicas de Paris, mas sempre é bom cruzar com Kate Moss ou um ator conhecido num fim de noite, ou se divertir com o falso “mau-humor” dos garçons. São muitos motivos que me fazem gostar desse lugar com decoração antiga. Degustar uma taça de Chablis, comer uma brandade de bacalhau e finalizar com um mil-folhas que, de tão bom e famoso, precisa ser reservado na chegada! Frequento há anos e amo! Deixo aqui a minha estrela. Não é Michelin, mas serve, não?
Brasserie Lipp: 151, Boulevard Saint-Germain
Ana Garmendia é jornalista e correspondente da ELLE em Paris. Reside na capital francesa há 18 anos e é apaixonada por caminhadas, fotografia e pela exploração de lugares que refletem moda, história, cultura e gastronomia. Nesta coluna, ela compartilha suas experiências e revela segredos, descobertas e preferências na Cidade Luz.
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