Hotel Wish, em Salvador, oferece um mergulho na arte e na cultura baiana
Edifício tombado dos anos 1950 reúne mais de 350 obras de arte, entre elas, painéis de Carybé, originais de Di Cavalcanti, gravuras de Calasans Neto e fotos de Pierre Verger.
Logo na recepção, no térreo, as boas-vindas incluem um painel de Carybé. Na hora do jantar, você se vê circundado por um mural de 138 m² assinado por Genaro de Carvalho. Até a piscina tem deleite extra: um mural de vidrotil criado por Fernando Duarte. No centro de Salvador, o Wish Hotel da Bahia leva a categoria de art hotel a sério – e faz da hospedagem uma experiência que mescla descobertas e um mergulho na cultura e nas tradições baianas.
Mural assinado por Genaro de Carvalho, em um dos restaurantes do Wish Hotel da Bahia.Foto: Divulgação
A começar pelo próprio edifício: a construção, da década de 1950, foi tombada como Bem Cultural do Estado da Bahia em 2010. O projeto modernista é dos arquitetos Diógenes Rebouças e Paulo Antunes Ribeiro, que assina o marcante painel com conchas em relevo da fachada.
Em seus 21.200 m² de área construída, além de spa, centro de convenções e outras comodidades, o hotel abriga mais de 350 obras de arte avaliadas em cerca de 20 milhões de reais – incluindo originais de Di Cavalcanti na suíte presidencial.
Originais de Di Cavalcanti da suíte presidencial.Foto: Divulgação
Que fique claro: arte não é simplesmente décor. É um vetor de emoções, um despertador de sentidos, um abrigo de história – que, no Wish, representa o Brasil em cores, texturas, cenas cotidianas e festivas gravadas pelas paredes.
Para quem não quer se arriscar a passar batido pelas amostras preciosas da história baiana espalhadas pelo local, o Wish criou o programa Café com o Historiador, aberto também para quem não está hospedado no hotel.
Rafael Dantas, pesquisador da Universidade Federal da Bahia e artista plástico, comanda o tour de aproximadamente duas horas de duração. Ao longo do passeio, ele destaca e contextualiza obras como os balangandãs de Nadia Taquari, as gravuras de Calasans Neto e as fotos que compõem uma das maiores coleções privadas do francês Pierre Verger.
O hotel tem uma das maiores coleções privadas de fotos de Pierre Verger.Foto: Genilson Coutinho
Um dos pontos altos do programa são os três painéis de Carybé, o argentino mais baiano que já se conheceu. No térreo, o painel “Cenas e fatos da vida brasileira” parece esculpir a musicalidade que permeia os festejos populares. No mezanino, “Portugueses, africanos e indígenas” aponta os ciclos econômicos que marcaram a história do estado da Bahia. Já no salão de eventos “Cotidiano indígena” retrata o modo de viver dos tupinambás.
“Sempre pesquisei sobre a arte na Bahia e agora vivencio a todo momento as obras dos grandes artistas. O antigo Hotel da Bahia, hoje Wish, é o único hotel no Brasil com um acervo tão relevante. Engrandece ainda mais nosso cenário cultural com as representações de toda uma época marcada por cores, modernismo e diversidade cultural em trabalhos únicos”, avalia Dantas.
Painel de Carybé retrata cenas da Bahia; sobre a mesa, os balangandãs de Nadia Taquari.Foto: Genilson Coutinho
Ao final do passeio, os participantes conhecem outras riquezas dessa terra: quitutes tradicionais, como o cuscuz de tapioca, o bolo carimã e a banana real (pastel recheado com a fruta e canela) são servidos, acompanhados de infusões naturais de ervas, suco de frutas regionais e espumante.
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