Pabllo Vittar é confirmada no line-up da posse de Lula
Cantora está entre os nomes anunciados pela futura primeira-dama, Janja da Silva, para o show do dia 1º de janeiro de 2023. Confira um trecho da entrevista de Pabllo, publicada na ELLE impressa, em que a artista fala sobre seu apoio ao presidente eleito e sua infância em um acampamento do MST.
Bem que ela avisou que cantaria na posse de Luiz Inácio Lula da Silva! Pabllo Vittar foi confirmada na lista de artistas que se apresentarão na posse de Lula, no dia 1º de janeiro de 2023, em Brasília. O line-up foi anunciado pela futura primeira-dama, Janja da Silva, nesta quarta (30.11) e, além de Pabllo, inclui Duda Beat, Gaby Amarantos, Baiana System. Martinho da Vila, Gilsons, Chico César, Luedji Luna, Teresa Cristina, Fernanda Takai, Johnny Hooker, Marcelo Jeneci, Odair José, Otto, Tulipa Ruiz, Almério, Maria Rita e Valesca Popozuda.
Pabllo Vittar foi capa do volume 05 da ELLE impressa, em setembro de 2021. Já naquela época, a cantora apostava na vitória de Lula e estava ansiosa para votar. “Vai ser Lula em 2022”, afirmou. Na conversa, a artista falou ainda sobre a diferença que o Bolsa Família fez na sua vida e relembrou o tempo em que viveu em um acampamento do MST. Confira, a seguir, um trecho da entrevista de Pabllo ao editor Gabriel Monteiro:
Você é uma das maiores artistas do país. É impossível não perguntar…
…Não, eu não vou posar para a Playboy! (risos)
Poxa, muita gente amaria! (risos)
Não, ninguém vai ver a surpresinha da Pabllo Vittar, não. (risos)
Na verdade, quero perguntar algo que talvez seja ainda mais delicado. Como você enxerga esse momento político do país?
É grotesco! Ontem eu vi uma live com o “meu ex”, o Luiz Inácio Lula da Silva. (risos) E que homem incrível. Estou só esperando o ano que vem para poder votar. Eu não preciso nem comentar sobre o atual governo, porque quem acompanha o noticiário vê. Fora que todos estão sentindo o que estamos passando.
Você fez, inclusive, um tuíte afirmando que cantaria na posse do Lula se ele ganhasse. Se houver campanha, você vai se posicionar?
Eu sempre me posicionei. Me posiciono a favor do ser humano. Vai ser Lula em 2022. Sou a primeira a levantar essa bandeira porque passei por muita coisa nessa vida. Eu lembro quando o Bolsa Família foi criado (2004) e eu pude ir ao mercado fazer compras para a minha mãe. Quem não teve que passar por isso fala o que quer, diz que o governo foi ruim.
Recentemente, viralizou o trecho de uma entrevista sua com o Luciano Huck, em que você e sua família comentaram ter vivido em um assentamento do Movimento Sem Terra. Como foi essa experiência?
Eu era pequena, mas lembro bem. Foi no Pará. A minha mãe se aproximou do movimento e levou a gente. As pessoas têm a ideia equivocada de que a galera chega, monta barraca e mora. Lá dentro a gente tinha aula. Eu aprendi a ler, cantar, estudava matemática. Nós fazíamos arte, participávamos do grupo de teatro. Muita gente não procura entender nem a ponta do iceberg, não sabe do que o MST se trata ou o que é uma ocupação. Mas, pela minha experiência, eu posso afirmar que fui feliz. Apesar da simplicidade, eu estava rodeada de pessoas que me respeitavam. Às vezes, você não tem recursos, mas tem gente que te respeita, ama e encoraja. E isso é tudo.
Você teve alguma dificuldade com a sua família nessa trajetória de ser quem é?
Quando você tem o apoio da sua família, você enfrenta o mundo. E eu tive o apoio completo da minha mãe e das minhas irmãs (Pabllo não conheceu o pai biológico) e, por isso, todo ataque que já fizeram a mim entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
ELLE de setembro de 2021. Clique na imagem para comprar seu exemplar.
Essa não é uma realidade de muitos LGBTQIA+.
Não é. Por isso, eu digo que é importante ter uma rede de apoio, com gente que te respeita. Agora, na pandemia, muitos foram forçados a conviver com quem não os aceita. Eu recebo mensagens de adolescentes que falam como os próprios pais os desacreditam. E eu fico imaginando como é crescer assim. É importante dizer também que devemos respeitar o nosso tempo. Não gosto da ideia de sair do armário às pressas. Cada um vive uma realidade. Tem gente, por exemplo, que, para não passar necessidade, se tranca no armário. Mas ninguém deve ficar fadado a viver uma verdade que não é a sua. Antes de tudo, se cerque de pessoas que te querem por perto.
Você tem noção da influência que exerce na vida de seus fãs?
Minha ficha caiu quando eu passei a receber tantas mensagens assim de jovens LGBTQIA+. Eu me esforço para que eles não desistam de ser quem são. Foi foda quando eu me dei conta disso.
Tem algo que traga você para o seu eixo? Algo que faça lembrar quem é, para além da Pabllo Vittar famosa?
Toda vez que eu estou em Ibiza… (risos) Sempre que eu volto para Uberlândia, eu me reconecto com o que preciso. É onde estão as pessoas que eu amo, confio e me apoiam desde o início.
Quando você recorre a esse retorno para si?
Sempre que posso. Eu moro em Uberlândia e decidi não viver em São Paulo ou qualquer grande centro por isso. Ganhei nessa semana (1º de setembro) o título de Cidadã Honorária de Uberlândia, pela Câmara dos Vereadores. Me senti honrada. Se eu pudesse, ficava sempre com os meus.
Eu não vou perguntar sobre status de relacionamento, mas…
Uai, pode perguntar. Eu não tenho relacionamento. (risos)
(Risos) Quero saber, na verdade, se a sua vida artística interfere nas suas relações pessoais e amorosas.
Pelo contrário. Eu não deixo que os relacionamentos interfiram na minha vida artística. Desde criança, eu quis isso. Eu sou exatamente a representação daquilo que eu queria ser. Eu posso bater no peito e dizer que sou realizada. O tanto de coisa que eu já fiz. Tenho 27 anos e conquistei tanto. Eu me foco na minha carreira, porque eu sei aonde eu quero chegar e não estou nem na metade.
Você passa uma confiança tão grande. De onde vem isso?
É tudo mentira. (risos) Eu devo à minha mãe. Ela nunca teve medo de nada, cuidou de mim e das minhas irmãs sozinha. Por que eu teria medo? Claro, medo todo mundo tem, mas o mais legal é superar ele.
E qual é o seu medo?
De montanha-russa, de altura, porque medo, mesmo, eu não tenho nem da morte. Mas ficar longe das pessoas que eu amo me aterroriza.
E de ser cancelada, por exemplo?
Só Deus pode me cancelar. No dia que ele quiser, eu vou aceitar e ficar bem canceladinha. Até lá, não.
Para ler a entrevista completa e conferir o ensaio fotografado pelos MAR+VIN, com Pabllo Vittar, clique aqui para comprar seu exemplar.
Para ler conteúdos exclusivos e multimídia, assine a ELLE View, nossa revista digital mensal para assinantes