A evolução do estilo preppy nesta temporada
Em cada alta, o estilo preppy retorna com novos códigos. Conheça as interpretações do momento.
Saias de pregas, camisas pólo, meias à mostra: estas são apenas algumas provas de que o estilo preppy estabelece (mais uma vez!) um reinado entre as tendências de moda.
Mulher com suéter de sua faculdade em 1918. Foto: Getty Images
Nascido na virada do século 20, o termo descrevia esse vestuário típico, com loafers e calças cáqui, usado sobretudo pelos alunos de escolas preparatórias (prep school, em inglês, daí o nome) ou das universidades de prestígio nos Estados Unidos, a Ivy League. Sem nunca desaparecer, o estilo preppy era simbólico no país também em 1950 e ganhou um novo impulso de força nas décadas de 1980 e 1990.
Neste período, os ciclos da moda eram muito mais acelerados comparado aos anos 1910 e a produção indumentária também era mais intensa e massificada. Portanto, nesse retorno, ele ultrapassa as fronteiras da Ivy League e alcança as ruas – e, assim, outros nichos sociais. Ampliado, ganha diferentes interpretações. É o auge de marcas como J.Crew, Tommy Hilfiger e Lacoste – esta última, aliás, trouxe uma identidade forte não só a este estilo, mas também ao visual dos artistas de hip hop (contamos mais sobre isso aqui).
O estilo preppy em As Patricinhas de Beverly Hills. Foto: Divulgação
Um exemplo mais literal, por outro lado, pode ser observado com Cher e Dionne, personagens do filme As Patricinhas de Beverly Hills. Elas ainda eram adolescentes do ensino médio, mas se vestiam em conjuntos quadriculados e meias brancas ¾ quartos para criar impacto nos corredores da sua escola. Um reflexo do desejo que cercava o estilo no momento.
E, talvez, um frisson semelhante esteja acontecendo em 2024. Musas fashion, pelo menos, têm apostado no preppy. É o caso de Zendaya, que combinou uma camisa listrada com um blazer terroso xadrez e um cachecol feito de gravata, de Rihanna com sua saia bege plissada e camisa azul com botões abertos, de Emma Chamberlain que usou um conjuntinho de alfaiataria colorido, também xadrez, da Thom Browne, etiqueta estadunidense que recorrentemente faz uso de códigos desse universo.
Zendaya em look Ralph Lauren. Foto: Getty Images
Influencer Emma Chamberlain em look trompe l'oeil de Thom Browne. Foto: Getty Images
Todas elas, se você notar bem, oferecem uma imagem menos polida à imagem, sem grandes preocupações de deixar tudo no lugar. E mesmo quando o fazem, trazem acessórios ou detalhes que fogem do esperado – como o make dark de Emma.
Em temporadas de moda recentes, Prada trouxe suéteres trompe l’oeil com golas, que atuam como se camisas estivessem ali por baixo, e a Fendi apresentou bermudas azul navy combinadas com paletós decorados com um brasão – ambas propostas para a coleção masculina de verão 2025.
Verão 2025 masculino da Fendi. Foto: Getty Images
Para as mulheres o cenário não é diferente: para o seu cruise 2025, a Chanel introduziu leituras esportivas-universitárias com vestidos com zíperes frontais ou listrados com elástico de ajuste nos quadris. Acompanhados ora de um casaquetos cropped, ora de mochilas, ora tênis brancos ou sapatilhas, as peças inovaram pelo material em que eram apresentadas: os vestidos tinham suas versões atoalhadas, por exemplo, e as jaquetas, opções de crochê.
Cruise 2025 da Chanel. Foto: Getty Images
Verão 2022 da Miu Miu. Foto: Getty Images
A Miu Miu é outro nome com uma parcela de responsabilidade por colocar de novo na pauta elementos preppy – que são parte do DNA da marca. A marca acendeu desejos e fez barulho na internet com os suéteres e saias ultracurtas do verão 2022, as saias com bolsos volumosos do inverno 2022, a vibe bibliotecária bagunçada da temporada seguinte, de verão 2023, e por aí vai.
No Brasil, Igor Dadona, Gefferson Vila Nova e Cavalera são algumas marcas que implementaram os elementos nas suas coleções para o inverno deste ano: a Dadona colocou o xadrez verde e branco como um ponto de cor em sua alfaiataria, e a Cavalera fez um mix com o ultraesportivo. Um conjunto de tracksuit, por exemplo, vinha sobreposto com uma minissaia de pregas, e o vestido polo era confeccionado em tricô, com alguns fios propositalmente desfiados.
A referência também não é alheia das redes sociais, onde microtendências virais, como a old money, bebem diretamente dessa fonte e onde personalidades, como princesa Diana, são celebradas com frequência. E você? Vai entrar na onda do estilo preppy?
Inverno 2024 da Igor Dadona. Foto: Zé Takahashi/@agfotosite.
Rihanna em campanha de seu novo tênis da Fenty para Puma. Foto: Instagram/@pumasportstyle
Jennie Kim. Foto: Instagram/@jennierubyjane
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