Phoebe Philo está de volta e com sua própria marca! Saiba tudo sobre a primeira coleção

Depois de quase seis anos afastada da moda, a estilista britânica Phoebe Philo lança a primeira coleção da sua nova marca com algumas das roupas mais desejáveis do momento e um novo modelo de negócio.


Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.
Foto: Divulgação



Phoebe Philo está de volta. Foram quase seis anos de espera desde a sua saída da Céline, em 2017, até o tão aguardado lançamento da marca que leva seu nome. 

Como anunciado um mês atrás, a primeira coleção da nova empreitada da estilista britânica foi apresentada no próprio site, nesta segunda-feira, 30.10. Não teve evento, desfile, conteúdo especial, entrevistas, nada. Só uma seleção de imagens e 150 peças à venda (algumas já esgotadas).

Como foi?

Foi suficiente para deixar muita gente emocionada, desejando um pouco, muito ou tudo daquilo. Aquilo, no caso, é o que Phoebe Philo tem de melhor: uma alfaiataria inteligente, tricôs confortáveis e sofisticados ao mesmo tempo, drapeados dos mais elegantes, peças calculada e precisamente oversized, uma boa dose de esquisitice, erotismo e as calças mais bem cortadas que você vai encontrar.

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

Fãs, amantes, seguidores e fiéis do culto de Philo reconheceram rapidamente os códigos sempre presentes em suas criações: as camisas masculinas de proporções ampliadas, a obsessão por texturas e tecidos com aparência cotidiana ou usada, os cachecóis ou echarpes multifuncionais, os sapatos meio comuns, meio diferentes, as blusas e camisetas de seda, os suéteres de gola alta, as jaquetas espaçosas com formas suaves, os acessórios marcantes, os vestidos com barras assimétricas.

Mas e as novidades, hein?

Uma delas são as franjas de tecidos que cobrem algumas peças por completo ou parcialmente. Entre os destaques, estão as calças franjadas apenas na frente e as minissaias de barras assimétricas com a textura correndo pelas costuras e extremidades que se alongam até o chão.

Nas jaquetas, os ombros marcados, tendência forte da última leva de desfiles, marcam presença com uma construção mais suave e desenho arredondado. É meio que uma versão atualizada e feminina das propostas de Claude Montana nos anos 1980. 

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

 Tem também os zíperes nas partes de trás de algumas calças, da barra até o cós, e as jaquetas de couro em três modelos: um meio blusão com punhos e cinturas franzidos e uma espécie de echarpe removível, outro com gola alta, cintura ajustada e um saiote e mais um com a frente toda coberta por tiras de couro.

As principais diferenças, porém, tendem ao imaterial. A começar pelas imagens. Phoebe Philo sempre gostou de fotografias sem muita pós-produção, com visual limpo e natural. Agora, essa naturalidade chega quase crua. Das modelos de várias idades aparentemente sem maquiagem ao erotismo à luz, crops, cenário até as poses e olhares imponentes.

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

 Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

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Phoebe Philo. Foto: Divulgação

Essa ideia é materializada nas modelagens de aparência comum e estranha ao mesmo tempo, no corte assimétrico, nos volumes, proporções e silhuetas. A leitura é de que aquela mulher não está nem aí para nada além das próprias vontades. É toda uma outra interpretação de poder e liberdade.

E isso faz sentido de várias maneiras…

Phoebe Philo completou 50 anos recentemente, é mãe de três, dona de uma carreira de sucesso, entende de negócios, criações e, sobretudo, da importância em separar entre vida pessoal e profissional. Quando ela deixou a direção criativa da Chloé, em 2006, no auge da marca, foi para cuidar de si mesma, da família e da filha com menos de um ano.

Se ela já sentia a pressão por mais produtos, coleções, eventos e presenças naquela época, imagina agora. Em 2008, quando foi convidada para comandar a Céline, exigiu que o ateliê da casa fosse transferido para Londres, onde ela vive. 

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

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Durante os quase 10 anos que permaneceu no cargo, deu poucas entrevistas e a cara menos ainda. Sua presença em eventos era raríssima, e muitas vezes o camarim dos desfiles da grife francesa ficou fechado para jornalistas. Até que em 2017, ela cansou e pediu as contas. De novo, os supostos motivos foram a vontade de dedicar mais tempo à vida pessoal e familiar.

Tudo isso para dizer que Phoebe Philo cria para si mesma. Quer dizer, cria com base no que está vivendo, sentindo e desejando. O que não significa egocentrismo e alienação. Se fosse, o sucesso comercial das duas marcas em que foi diretora criativa não teria rolado. Tem até aquela sua fala famosa: “Sempre tive a sensação de que, se não posso usar, qual é o sentido?” 

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

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Foi assim que a gente viu a garota da Chloé virar uma mulher adulta na Céline e, agora, uma mulher forte, independente, segura e extremamente à vontade com suas escolhas. Sejam elas roupas elegantemente confortáveis para ficar em casa e resolver dramas da vida, sejam ternos e alfaiataria para a árdua volta ao escritório do pós-pandemia, sejam umas loucurinhas nada ridículas e uma sensualidade nua e crua, essencialmente autossatisfatória.

É ela que manda

A autossatisfação não diz respeito apenas ao produto e ideia que Phoebe Philo quer vender. É parte essencial do modelo de negócio da nova marca. Dá até para dizer que é a proposta ou novidade mais ousada, revolucionária até, da nova empreitada.

De acordo com um release enviado à imprensa, a marca tem o objetivo de “criar produtos que reflitam permanência”. O termo coleção, então, foi substituído por edit. Cada edit será dividido em três grupos de lançamento, com o primeiro deles, o A1, como o principal e com o maior número de peças. 

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

 Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

O A2 está previsto para chegar ao site entre fevereiro e março do ano de 2024. Mas não esperem datas definitivas nem um timing redondinho como nas demais marcas de luxo. O fluxo de produção e lançamento na Phoebe Philo segue mais o ritmo criativo do que o comercial.

Cada entrada, ou edit, é composto de peças limitadas, feitas em pequena escala. Ou seja, são poucos itens, tudo numerado. Segundo o comunicado oficial, a intenção é criar um equilíbrio responsável entre produção e demanda. “Para nós, isso significa produzir notavelmente menos do que o esperado.”

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

É um modelo sustentável? Na teoria sim. Contudo, sabe-se pouco sobre os métodos de produção e rastreamento de materiais e produtos. É mais provável que o “responsável” tenha a ver com uma alternativa ao modus operandi do mercado de luxo – além de ser a estratégia de marketing primordial do próprio conceito de luxo.

A marca Phoebe Philo parece caminhar na contramão do resto da indústria. A começar pela redução – de produtos, de mídia, de lojas, de tudo. À venda só acontece via site, são poucas as variações de um mesmo item e mais ainda as ativações e eventos de comunicação e marketing.

Para não dizer que não existe nada em comum, tem os preços. Eles variam entre 450 e 25 mil dólares, com alguns sob consulta. É caro, bem caro. Porém, a alta de preços é uma tendência real no setor de luxo.

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

Redução também tem relação com a ideia de permanência. Na real, é algo constante no trabalho de Phoebe Philo que agora ganha toda uma relevância extra. O plano é de que as roupas estejam de alguma forma sempre presentes no site. Isso não significa que todos os drops serão mais ou menos iguais, ou que algumas peças nunca deixarão de ser produzidas exatamente como foram apresentadas.

Quem acompanhou as coleções de Phoebe na Céline sabe que as variações estéticas de uma temporada para outra nem sempre foram sutis. A constância estava ligada à identidade, estilo e à capacidade de interpretar não temas ou referências específicas, mas desejos e humores.

Look da primeira coleção da marca própria da estilista Phoebe Philo.

Phoebe Philo. Foto: Divulgação

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Não dá para chamar a coleção de básica nem de quiet luxury. Nada ali é muito silencioso. Discreto pode ser, mas discrição é outra coisa. Então não espere ver mil repetições de um mesmo produto em tecido ou cor diferente. A permanência na Phoebe Philo é de estilo, tipo pilares ou uma base sólida sobre a qual novas construções podem acontecer. 

E convenhamos, quantas interpretações e reedições de uma camiseta, uma camisa ou um terno, tudo clássico, a gente precisa? Em tempos de mudanças e incertezas no funcionamento e nos bastidores dos grandes players do luxo, dá um certo alívio ver novas ideias e ousadias de estilo, de moda e de negócios.

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