Comme des Garçons Homme Plus, verão 2026

O que se vê na apresentação do verão 2026 da Comme des Garçons Homme Plus desta sexta-feira (27.06) é uma série de ternos reconfigurados. A marca prefere chamar de “Suits, but not suits”, algo como “ternos, mas não ternos”. De toda forma, é uma pesquisa das possibilidades em cima da base da alfaiataria clássica.

Comme des Garçons Homme Plus, verão 2026. Foto: Divulgação

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A temporada está interessada nessa ideia: olhar para códigos tradicionais do guarda-roupa dos homens. Algumas marcas reproduzem os clássicos vestidos por eles, como blazers, camisas, polos e mocassins. Outras grifes parecem ironizar a obsessão da estação ao entregar peças tão clássicas quanto conservadoras. Há quem investigue uma subversão na rigidez desse molde buscando certa feminilidade – ou símbolos que entendemos como femininos. Na Comme des Garçons Homme Plus parece ser esta a via escolhida.

A calça é afunilada na parte da frente com o auxílio de um zíper, deixando a silhueta da canela apertada. Os blazers e fraques ganham babados, frufrus, plissados, recortes, anquinhas e lapelas com proporções aumentadas e que abrem como as pétalas de uma flor.

Comme des Garçons Homme Plus, verão 2026. Foto: Divulgação

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As cores são extravagantes, tipo o pink, ou doces, como o azul bebê. Os garotos surgem com meia arrastão e calças e bermudas que parecem saias, por causa do volume de tecido. Em certo momento, um vestido é sobreposto ao costume. Trata-se de um jogo visual com o que culturalmente associamos ao universo dos homens e das mulheres.

Rei Kawakubo, fundadora e diretora criativa da marca, é conhecida, entre outras coisas, pelas poucas palavras. Dá raras entrevistas e quase nunca faz comentários sobre suas criações. Para a coleção, escreveu um breve comunicado aos jornalistas: “Tive a sensação de que realmente precisaríamos conseguir alguém poderoso, como um xamã, para voltar e nos conduzir à paz, ao amor e à fraternidade.”

Comme des Garçons Homme Plus, verão 2026. Foto: Divulgação

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De paz e amor lembra-se do quê hippie do inverno 2025 da casa. Agora, parece puxado para o reggae. Os modelos vestem boinas grandes nas cabeças, de onde caem perucas negras lisas ou em tranças grossas, até a altura dos joelhos. Mal se vê o rosto, mas se sente a vibe.

A estamparia de alguns looks, gráfica e colorida, ecoa padrões de tecidos africanos. Assim como a palavra xamã, nos guia à percepções menos eurocêntricas e brancas de masculinidade. Na busca por uma desconstrução da ideia de homem que conhecemos, a estilista comunica que a resposta está nesse lugar.