Dia da Consciência Negra: 10 estilistas refletem sobre a data

No Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra, convidamos diferentes talentos da moda brasileira a refletir sobre criatividade, representatividade e resistência.


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Looks da coleção Brasiliano 1: Filhos do sol, da Dendezeiro. Instagram @dendezeiro



Nesta quarta-feira (20.11), ocorre pela primeira vez a celebração do Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra como feriado nacional. A data homenageia a memória do , formado na Serra da Barriga, na então Capitania de Pernambuco (hoje o estado de Alagoas), por volta de 1580.

Em 2024, marcas e criadores negros continuam a transformar a indústria da moda, reafirmando a importância de ocupar e redefinir espaços. Segundo um estudo realizado pelo Sebrae, nos últimos 10 anos (2013-2023), o número de empreendedores negros no Brasil cresceu 22%, superando a performance dos donos de pequenos negócios brancos, que registraram uma alta de 18%.

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Desfile da estilista Angela Brito, na SPFW N58. Zé Takahashi/ @agfotosite

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Para celebrar a data, o empreendedorismo e a moda afrodescendente, convidamos 10 estilistas para refletir sobre criatividade, representatividade e resistência neste Dia da Consciência Negra.

Isa Isaac Silva

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Instagram @isaisaacsilva

“O Dia da Consciência Negra representa muito para mim como criadora e empreendedora, pois a data marca uma lembrança de onde viemos e reafirma os passos que estamos dando para o presente e para o futuro.”

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Look do desfile de Isa Isaac Silva na SPFW N58. Instagram @isaisaacsilva

“Estou muito feliz pois este ano será feriado em Salvador também, então é uma maneira de celebrar as nossas vidas, trazendo a nossa cultura na sua maior potência de beleza existente na moda, na música, gastronomia, dança, e na maior realidade possível que é a nossa existência. Viva Zumbi dos Palmares, Viva Dandara Viva Xica Manicongo, Viva Marielle.”

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O making of do look, no ateliê da estilista. Instagram @isaisaacsilva

Mônica Sampaio, Santa Resistência

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Divulgação

“O Dia da Consciência Negra, para mim, representa um resgate e uma valorização da minha cultura como afrodescendente. Acho que, para todo o povo negro no Brasil, a data representa uma conscientização do seu lugar, dos seus direitos, do orgulho de realmente pertencer ao povo negro, de lutar pelos seus direitos e valorizar as suas conquistas. Por outro lado, apesar de nós nos sentirmos orgulhosos, é muito ruim perceber o esvaziamento disso. É triste constatar que toda aquela política de diversidade instaurada nas empresas, todos esses passos que foram dados, estão retrocedendo.”

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Look da Santa Resistência na ELLE View de junho 2022. ELLE Brasil

“Como empreendedora de moda, a data continua sendo um motivo de orgulho, mas eu vivo num dos países mais racistas do mundo e isso fica claro diariamente. Na moda, ainda há poucos estilistas negros em evidência e, alguns anos atrás isso nem existia. A gente não enxergava pessoas negras nesse lugar. Ainda é pequeno o número de criadores negros com visibilidade na moda nacional. É pouco para 55% da população. Ao mesmo tempo, o Dia da Consciência Negra é muito importante, porque diariamente temos que lutar para demonstrar o nosso orgulho e lutar para reafirmar o nosso lugar na história.”

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Look inspirado na obra Meu Sertão (1932), de Catulo. Instagram @santaresistencia

Se uma marca de um estilista que tem seu ancestral no Oriente, por exemplo, faz um desfile com referências concretas e diretas, todos acham lúdico, bonito e bacana. Quando é uma pessoa negra, é caricato, carnavalesco, não é visto, não é bacana, não é bonito, não é valorizado, não querem ler, não querem entender e nem ler o release. Então, a gente continua na luta, mas eu digo que é uma data difícil e não pode ser um dia só. Eu não sou negra só no dia 20 de novembro, eu sou negra todos os dias”.

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Look O azul do céu do Sertão. Instagram @santaresistencia

Visén

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Dazo

“O Dia da Consciência Negra é um marco de retomada, um momento de trazer para o centro do debate as histórias, expressões e potencialidades da cultura negra. Na minha trajetória como artista e empreendedor de moda, essa data reflete a luta por visibilidade e pelo reconhecimento de um legado que transcende o tempo, enquanto abre espaço para o novo, especialmente por meio de processos criativos que buscam traduzir a atualidade em uma linguagem autoral.”

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Look do desfile O Portal, na Casa de Criadores 54. Instagram @visen.br

“Essa retomada se conecta diretamente à consciência de classe e à compreensão das desigualdades sociais que atravessam o país. A moda, para mim, não é apenas estética, é uma ferramenta de diálogo, um meio de expor e questionar as dinâmicas de exclusão. Ao criar peças, levo para o design uma atmosfera que combina reflexão e inovação, buscando capturar o momento presente e transformá-lo em uma experiência tangível.”

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Look do desfile O Portal, na Casa de Criadores 54. Instagram @visen.br

“O meu processo criativo parte de um olhar atento ao redor, explorando as possibilidades artísticas que surgem da convivência com a rua, a cidade e a cultura negra. Nesse contexto, a arte urbana ganha um papel de destaque como forma de reparação histórica e como uma maneira de atualizar e valorizar o patrimônio cultural que nos pertence. Incorporar esses elementos na moda é uma forma de transformar nossas histórias em algo vivo e presente, carregado de significado e impacto.

No âmbito pessoal e coletivo, o incentivo à autoafirmação e ao reconhecimento é constante no meu trabalho. A moda, além de comunicar identidade, pode ser um veículo poderoso para resgatar o orgulho da diáspora africana e confrontar os efeitos da branquitude, que ainda moldam o mercado e os padrões de consumo.”

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Look do desfile O Portal, na Casa de Criadores 54. Instagram @visen.br

“Esse resgate, no entanto, não se limita ao passado; ele também olha para frente, e é aqui que o afrofuturismo se torna uma fonte de inspiração, conectando as tradições ancestrais a visões transformadoras e inovadoras do futuro. Por fim, o Dia da Consciência Negra é um chamado para desafiar as estruturas de hegemonia que limitam as narrativas negras e reconhecer que a moda autoral é, por si só, um ato político. Ao canalizar a atualidade em minhas criações, busco construir peças que provoquem reflexão, estimulem diálogos e, acima de tudo, representem resistência e resiliência. Afinal, criar moda vai além de vestir corpos; é vestir ideias, valores e histórias que exigem ser contadas.”

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Look da parceria entre as marcas Visén e Kabila Aruanda desfilado na Casa de Criadores 53. Instagram @visen.br

Júnior e Céu Rocha, Meninos Rei

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Divulgação

“O dia 20 de novembro representa para nós o motivo para continuar, para seguir o legado que nos foi deixado. Dia que relembramos todas as lutas do nosso povo preto e todo sangue que foi derramado. Dia também do líder do Quilombo de Palmares, Zumbi, grande símbolo de luta e resistência. Através da nossa moda, reafirmamos nossas lutas, nossa história e nossa cultura que se mantém viva, traduzindo através dos tecidos africanos nossa beleza e imponência ancestral.”

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Look da coleção Suco de Axé, desfilada na SPFW N58. Instagram @meninosrei

“Comemoramos muitas vitórias, como vestir a diva Erykah Badu, mulher preta, cantora, compositora, ativista e ícone fashion. Ela vestiu seu manto ancestral, uma peça desenvolvida em patchwork de tecido africano que trouxe muita conexão com nossas histórias. Ficamos muito orgulhosos desse grande feito. Estamos comemorando 10 anos de história e queremos muito mais. Nossos ancestrais estão em festa!”

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Erykah Badu, com look da Meninos Rei. Instagram @meninosrei

Walério Araújo

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Instagram @walerioaraujo

“O Dia da Consciência Negra é muito importante, principalmente para o nosso setor de moda, pois é uma forma de reforçar a potência negra e de lembrar quanto tempo essas forças criativas foram silenciadas.”

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Desfile de Walério Araújo em parceria com a Turma da Mônica na SPFW N58. Instagram @walerioaraujo

Angela Brito

 

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Instagram @angela_d_brito

“Para mim, como uma mulher negra, a consciência negra existe 365 dias, 24 horas por dia. Não consigo deixar minha pele em casa e sair na rua. Na sociedade em que vivemos, você já é lembrado o tempo inteiro que carrega uma pele negra, que você é diferente, entre aspas. Então, acho que como uma mulher negra, criadora, empreendedora, essa consciência existe o ano inteiro.

Por outro lado, acho que esta data não foi criada não nós, pessoas negras, porque nós temos essa consciência de que não tem problema nenhum em ser uma pessoa negra, assim como não tem problema nenhum em ser uma pessoa branca, ou uma pessoa asiática. Então, não é sobre isso.”

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Looks da coleção Criola, desfilada na SPFW N58. Instagram @mateusamlr

“O Dia da Consciência Negra foi criado para as pessoas que não se conscientizaram durante todo o restante do ano. Acho que é um dia para que essas outras pessoas que ainda insistem na não representatividade, ou na não inclusão, ou numa sociedade não igualitária. É um dia para que essas pessoas se lembrem da sua não adequação a um planeta que é completamente diverso, tanto na raça como no gênero, na fauna e na flora.

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Instagram @angelabritobrand

“Então, é necessário que exista um dia para que se sinalize e se debata isso com mais profundidade ou que, pelo menos, você possa pensar e refletir um pouco. Se existe esse dia, é porque há necessidade para que ele exista. No dia que ele não for necessário, ele deixa de existir. Até que isso aconteça, será um dia de reflexão para essas outras pessoas.”

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Maju Coutinho com look Angela Brito. Instagram @angelabritobrand

Hisan Silva, Dendezeiro

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Instagram @hisandeverdade

“Acho que o Dia da Consciência Negra meio que passa como qualquer outro. Para nós, criadores negros, olhando para o cenário da moda, a gente batalha todos os dias contra muita coisa para conseguir sobreviver. É um dia que a gente para e acaba refletindo sobre o que temos feito para nos mantermos vivos, para manter os nossos vivos, para manter as empresas vivas, para continuar construindo nossas ideias e ter inspiração para continuar vivendo.”

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Look da coleção Brasiliano, desfilada na SPFW N58. Instagram @dendezeiro

“Ele é importante nesse sentido, de ser um dia em que a gente relembra e celebra, porque estamos tão acostumados a viver todas as coisas de forma tão automática, tão direta, tão corrida para sobreviver que, às vezes, temos poucos momentos para celebrar verdadeiramente, genuinamente o que a gente fez e construiu.”

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Look da coleção Brasiliano, desfilada na SPFW N58. @yagomesquitta

“Então, acho que esse dia é como qualquer outro, mas é um dia que a gente para e reflete. É um momento que olhamos o tanto que a gente tem feito e o tanto que temos celebrado. Porque assim, de forma muito clara e objetiva, a gente tem caminhado e andado, muito até. Mas ainda não estamos andando da forma que gostaríamos quanto à negritude nesse país. Porém, fazemos muito. Às vezes a gente fica tão apegado ao tanto que precisa mudar que esquecemos o quanto já mudamos.

São esses dias que fazem a gente parar, olhar, refletir e nos celebrar mesmo, falando ‘nossa, olha o tanto que a gente tem feito, trabalhado e construído, se amando e pegando de volta o que nos tiraram, nos devolvendo.’ Então, é um dia importante por isso.”

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Look da coleção Brasiliano, desfilada na SPFW N58. @yagomesquitta

Jubba Sam, DOD Alfaiataria

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Instagram @jubbasam

“O Dia da Consciência Negra, para mim, representa possibilidades. Possibilidades de fazer a diferença em um mercado que ainda é desafiador para empreendedores negros.”

foto @tauanasofia

Look da primeira coleção autoral da Dod Alfaiataria. @tauanasofia

“Esse dia traz visibilidade, abre caminhos para conexões e, acima de tudo, oferece a oportunidade de ter voz. É uma chance de inspirar outras pessoas como eu, que sonham em empreender e construir algo significativo.”

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Look da coleção Básicos, da Dod Alfaiatria. Instagram @dodalfaiataria

 

Patrick Fortuna, Ateliê Mão de Mãe

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Instagram @patrickfortuna

“Enquanto microempreendedor preto racializado, acho que a gente vem galgando espaços que, por muito tempo, foram renegados. Eu me sinto extremamente honrado e feliz em viver nessa nova geração de criadores pretos, nessa nova geração de criadores indígenas e, principalmente, vivenciando tudo que a gente tem vivido, com tantas pessoas pretas em locais de poder, em ascensão, na música, na dança, no teatro e na moda.”

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Look da coleção desfilada na SPFW N58. Instagram @bonin____

“Hoje estou fazendo 39 anos e me recordo muito bem, há 20 anos, quando eu era modelo, não existia um estilista preto dentro da semana da São Paulo Fashion Week e poucos estilistas pretos existiam ao redor do mundo. A nossa referência era a Naomi Campbell, que era a única modelo preta que brilhava nas passarelas. De lá para cá, muita coisa mudou e faço essa análise muito precisa de 20 anos em que eu trabalho com moda. Comecei como modelo, passei por várias áreas do mercado e vejo hoje, o casting do desfile da nossa marca é 90% racializado, preto.”

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Look da coleção desfilada na SPFW N58. Instagram @bonin____

“Vejo outras marcas desfilando, tudo isso sendo mostrado e os nossos ancestrais realizados com o que vem acontecendo. Então, eu considero que esse 20 de novembro de 2024 há muito o que se comemorar, há muito o que se brindar e, principalmente, celebrar os nossos ancestrais, assim como os novos que estão mudando e fazendo a cena acontecer.

Temos três atrizes pretas protagonizando uma novela na Rede Globo em horários diferentes, por exemplo. Então, sinto que estamos realmente ocupando espaços que nos foram negados e com muita maestria, talento, foco e, acima de tudo, com muito propósito.

Esta data tem um sabor especial e espero que, cada vez mais, a gente consiga igualizar isso, trazer isso para uma igualdade de comunhão mesmo, que a gente consiga conviver em paz, em harmonia. O dia 20 de novembro é uma data para celebrar tudo o que a gente vem conquistando e, principalmente, tudo o que a gente ainda vai conquistar, porque é só o começo”.

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Looks da coleção desfilada na SPFW N58. Instagram @paulocardone / @agfotosite

Jal Vieira

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Instagram @jalvieirabrand

“Ao passo em que ainda temos retrocessos, o Dia Da Consciência se torna cada vez mais impulsionador para um rompimento dessa lógica estruturada socialmente. Ser uma pessoa negra indo na contramão de um projeto histórico, podendo desenvolver o trabalho com uma marca que emprega e viabiliza carreiras para outras pessoas negras, é negar aquilo que nos foi imposto.”

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Desfile da Jal Vieira na Casa de Criadores 54. Instagram @jalvieirabrand

“Nos mantermos com trabalhos que remuneram dignamente tantos profissionais no setor da moda como modelos, costureiras, modelistas, produtoras e toda uma gama de profissionais que estruturam este setor, é ir de encontro com algo muito maior e que focamos diariamente em nosso trabalho enquanto marca de moda: seguirmos vivos e bem!

Porém, ainda me preocupa que esta data (assim como ao longo de todo o ano), ainda seja mais refletida por corporalidades negras, enquanto corpos que gozam de uma estrutura de privilégios mantidos pela História, pouco se questionam e se movimentam, fomentando uma real transformação desta estrutura.”

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Desfile da Jal Vieira na Casa de Criadores 54. Instagram @jalvieirabrand

“Normalmente, são esses mesmos corpos que ainda não remuneram os profissionais que prestam serviços, que ainda tratam com descaso funcionários, seguindo o fluxo de um setor ainda problemático e que precisa mais do que questionar sua estrutura, mas romper com ela. Ainda há muito o que transformar, mas nós seguimos!”

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Desfile da Jal Vieira na Casa de Criadores 54. @mideibem

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