Bem-vinde à Casa Led

Led apresenta nova coleção na SPFW N51 com direito a video musical de Alice Caymmi, Bibi Caetano, Dani Vieira e Davi Sabbag.


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O que vem à sua cabeça quando pensa em casa? Conforto, proteção, acolhimento, família… Provavelmente, um pouco disso tudo. No caso da comunidade LGBTQIA+, porém, o termo casa, bem como a ideia de família, é carregado de especificidades.

Exclusão familiar e preconceito dentro do próprio ambiente doméstico são alguns dos motivos que levam boa parte dessas pessoas à obrigação de construírem novas famílias, muitas vezes com amigos. Não à toa, casa é também o nome usado para definir os grupos formados dentro da cultura ballroom, onde os laços não são sanguíneos mas a conexão é familiar.

“Essa é a Casa Led, onde você pode ser e usar o que sonhar”, explica Célio Dias, estilista e fundador da LED, sobre a ideia por trás de sua nova coleção, de verão 2022, apresentada na SPFW. O designer mineiro tem a marca desde 2014 e chama a etiqueta de agênero, politizada e slow-made. Desde o início da pandemia, quando precisou se isolar em casa como todo o resto do mundo, ele começou a pensar na palavra casa e a investigar referências, como a série Pose.

O resultado pode ser visto no filme Desejo Coletivo, que tem pouco mais de 10 minutos. Dividido em atos, e sob o lema da “esperança por dias mais felizes”, ele conta com a participação dos artistas Davi Sabbag, que canta as músicas Dois Livros e Maçã, Bibi Caetano ao som de Dejavu, Alice Caymmi interpretando Como vês e Dani Vieira dando voz à Androginismo.

Os músicos aparecem em quatro cenários, montados dentro de um estúdio, que são tão verossímeis ao ponto de parecem com os cômodos reais de uma casa. Dentro dessas paredes, modelos e personalidades, como a DJ Valentina Luz e a drag queen Halessia, dançam e vivem cenas de afeto, amor e cuidado familiar.

O curta encerra com a mensagem de que as imagens não são uma utopia, mas um desejo latente de que o próximo verão seja assim. O texto termina ainda com um pedido por vacina, afeto e futuro. “É político e alegre, como a LED, uma liberdade como se fosse a de um sonho. Mas não gosto de pensar que é utopia, porque já vivemos assim. A questão é que isso nos foi tirado por um governo incompetente”, diz Celio.

Nas roupas, o ponto-chave é o desenvolvimento de três estampas, em parceria com o artista visual João Vitor Lage. A primeira é a paraíso abstrato, como um esboço do que seria o éden para o estilista. A segunda, chamada de jardim, tem flores, bichos e bichas, recheada de flora, fauna e elementos da cultura LGBTQIA+. A terceira e última, piquenique, tem como referência o vichy com pitadas de surrealismo.

As estampas foram aplicadas em conjuntos de pijama de seda e viscose principalmente, mas também são vistas em outros looks de modelagem confortável, feitos de linho, moletom, sarja ou algodão. Fora isso, por meio de uma colaboração com a empresa de papeis de parede Branco, esses prints poderão enfeitar paredes de casa.

O crochê, técnica preferida de Celio, aparece com a técnica de upcycling. Peças do acervo da marca foram resgatadas para ganharem detalhes de crochês sobrepostos como uma segunda camada. A militada, outra característica da grife, vem em algumas frases como a “Uma LGBTQIA+ para presidente do Brasil”e a “Abaixo Macho Astral”, presente em uma canga que também servirá como objeto de decoração. Toda a coleção já está na pré venda, no site da marca.

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