Todo o pantone, por favor

Peças supercoloridas e com estampas vibrantes prometem animar nossos dias à espera da vacina.


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Christopher John Rogers Foto: Divulgação



Cores para o verão podem parecer uma proposta óbvia. Daria até para encaixar aquela resposta famosa de Miranda Priestly, em O Diabo Veste Prada, sobre a pauta de flores para a edição de primavera. Acontece que em 2006, quando o filme foi lançado, não havia pandemia. Corta para 2021, e tudo que a gente quer é esbanjar um pouco de alegria, esperança, bom-humor ou qualquer outra forma de positividade por meio das nossas roupas. E uma das maneiras mais eficazes para tanto tem a ver com a tonalidade das peças que escolhemos para nossos looks (existem várias teorias e estudos sobre os efeitos delas na nossa cabeça e humores). É uma tendência um tanto divertida e, de certa forma, até infantil, vide os anéis de plástico, colares de miçangas, unhas desenhadas, bolsas coloridas e roupas com estampas lúdicas.

Não que seja uma regra, mas as cores que se destacam nesta estação são as primárias – vermelho, amarelo e azul – e suas variações em tonalidades mais intensas ou mais lavadas. Mas se engana quem pensa que é só sobre um ponto de luz ou detalhe no look. A ideia é ter peças totalmente coloridas e partir para combinações entre elas. Por exemplo, uma camisa de uma cor e a calça de tom oposto ou complementar. Ou então, uma peça neutra na parte de baixo com outra estampada em cima.

Na temporada de verão 2021, o olhar escapista, o otimismo e a eterna inspiração na juventude foram traduzidos em coleções com paletas vibrantes. Na Miu Miu, vimos isso no mix de peças de gala (para as meninas sem baile de formatura) com outras casuais (os uniformes dos lockdowns), na Celine, em dois vídeos focados na geração Z. Na Louis Vuitton masculina, de Virgil Abloh brincou com cartoons estampados e acoplados às roupas. Já Christopher John Rogers, ganhador do CFDA de novo designer e considerado ótimo colorista, voltou à sua infância durante o processo de criação. É que, na quarentena, a única coisa que ele tinha para desenhar era giz de cera, exatamente como quando era criança. Quem não teve nenhum momentinhos nostálgicos e de memória afetiva no ano passado que atire a primeira pedra.

Assessorada em todas as cores

Miley Cyrius

A cantora Miley Cyrius com acessórios coloridos.Foto: Divulgação

Já no mundo dos acessórios, vale ficar de olho em peças com design robusto, hiper-coloridas e com uma boa dose de bom humor. A intenção é fazer um statement, o que explica por que as chunky jewelry brilham tanto neste momento. Os colares, na sua maioria de miçangas ou de resina, já eram populares entre marcas independentes, como a Éliou, queridinha de Harry Styles, e agora começam a aparecer nas grandes, como a Balenciaga. Nos anéis, temos labels como a espanhola La Manso, de Adriana Manso, favorita de Bella Hadid, Dua Lipa, Miley Cyrus, e as brasileiras Maria Pellegrino e Collo. E não podemos esquecer das presilhas de cabelo, das capinhas de celular e dos óculos de sol – com cores tanto na armação como na lente.

A modelo Precious Lee na campanha da Versace.

Precious Lee na campanha de verão 2021 da Versace.Foto: Divulgação

 

 

As bolsas também entram no mood cromático. Melhor exemplo é a Versace, com o lançamento recente da “La Medusa”, com alça, logo e estrutura em tons vibrantes. Aqui no Brasil, temos o designer Alexandre Pavão, há tempos um apaixonado por cores. Suas peças com alças de cordas, detalhes de correntes e botões ganham cada vez mais popularidade no mercado. Outro designer independente que vale menção é o americano Marshall Columbia. Ele lançou sua marca no ano passado, no início da pandemia, e logo virou hit no Instagram. Suas bolsas acolchoadas em tons de neon já conquistaram famosas como Miley Cyrus e Hunter Schafer. Isso sem falar nas roupas com recortes, pingentes coloridos e, claro, no logo: uma flor com uma carinha sorridente.

Sorria!

O smiley, aliás, é a estampa do momento. E isso vale tanto para as roupas, como para os acessórios – e até as unhas. E nem precisa se aprofundar muito no motivo disso tudo, né? Desde sua origem, o desenho tem o objetivo de comunicar bom-humor, otimismo e felicidade. Não tem como negar que um pouco disso tudo é muito bem-vindo no momento.

 

 

Muitos dizem ser uma tendência que olha para o passado como resposta ao presente amargurado. E de certa forma é mesmo. O que importa aqui não é o que já foi, mas o que vem pela frente. Uma excitação com o futuro, uma vontade enorme de se vestir e sair para festejar. Ainda que não possamos fazer essa última parte, a vontade está aí e nada impede que a gente troque os básicos de todo dia por algo que nos permita ser mais, mais felizes, mais autênticos, mais maximalistas e, principalmente, muito mais coloridos.

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