Schiaparelli, verão 2025 alta-costura

Olhando para o passado, Daniel Roseberry imagina um futuro extravagante para a Schiaparelli.


Schiaparelli, verão 2025 alta-costura
Schiaparelli, verão 2025 alta-costura Foto: Divulgação



No comunicado enviado à imprensa, o diretor criativo da Schiaparelli, Daniel Roseberry, escreveu: “Estou tão cansado de todo mundo constantemente igualar modernidade e simplicidade. O novo também não pode ser trabalhado, barroco, extravagante?”. Foi pensando nisso que o estilista criou a coleção de verão 2025, que abriu a semana de moda de alta-costura nesta segunda-feira (27.01). 

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura. Foto: Divulgação

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura. Foto: Divulgação

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura. Foto: Divulgação

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Daniel começou sua pesquisa em uma loja antiga de fitas de laços dos anos 1920 e 1930, produzidos em Lyon e distribuídos para o resto do mundo. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele conta, vários desses materiais foram escondidos e, por isso, ficaram anos perdidos no tempo. A paleta de cores esmaecidas vem dessa investigação: tons amanteigados, verdes pálidos e marrons queimados colorem vestidos opulentos, nada banais, com detalhes que merecem ser observados e absorvidos de perto, com calma. Como a alta-costura – pelo seu trabalho artesanal e pelo seu preço – pedem.

“Queria criar algo que fosse novo porque é antigo”, Roseberry continua no mesmo texto à imprensa. Para isso, ele estudou costureiros como Madame Grès, Charles Frederick Worth, Paul Poiret, Yves Saint Laurent e Alaïa. Mais para aprender com suas técnicas do que para buscar referências claras. E essa é uma característica marcante de seu trabalho: não importa para onde olhe, tudo que o estilista toca ganha uma cara muito identificavelmente Schiaparelli. 

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura. Foto: Divulgação

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura. Foto: Divulgação

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura. Foto: Divulgação

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Nesta coleção, as técnicas de alta-costura brilham mais que detalhes feitos para viralizar – uma prática utilizada recentemente pela própria etiqueta, com as cabeças de taxidermia no verão 2023 e o bebê robô do verão 2024. Aqui, a roupa e a técnica são protagonistas, um exercício que a etiqueta vem fazendo no último ano. As silhuetas do século passado ganham novas proporções, esculturais, algumas construídas em georgette de seda.

O casaco da Schiaparelli aparece de camurça, bordado com fios de seda e combinado a saias cortadas em viés que lembram a dos anos 1990. As penas são banhadas de glicerina e depois penteadas com queratina. Tules são aplicados em peplums em formato de onda, fazendo uma brincadeira entre fluidez e rigidez. Os bustiês são duplos e acolchoados e a cintura de alguns looks é baixa, chegando na altura da pélvis. Vestidos ganham estruturas que marcam o corpo com formas arquitetônicas e curvas art-déco. Os decotes flutuam ao redor do colo. Os laços, que motivaram a coleção, adornam a parte de trás das saias.

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura. Foto: Divulgação

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura. Foto: Divulgação

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura

Schiaparelli, verão 2025 alta-costura. Foto: Divulgação

É tudo extremamente trabalhado, algo que encanta a cliente da marca e, principalmente, quem gosta do trabalho do estilista. Mesmo que misture referências do passado, Roseberry mostra que ainda há espaço para extravagâncias no meio do mar de simplicidade disfarçada de minimalismo que dominou os últimos anos nas passarelas mundiais.

“Nossa fixação no que parece moderno se tornou uma limitação? Isso nos custou a nossa imaginação?”, questiona. Não para a Schiaparelli.

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