#MovimentoELLE: Ferramentas úteis para o empreendedor de moda

Com especialistas do banco Santander, discutimos o apoio ao empreendedorismo e a sustentabilidade na indústria da moda


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O segundo encontro do #MOVIMENTO aconteceu com uma live no dia 07.12 para conectar os 13 empreendedores de moda que integram o projeto com especialistas do Banco Santander Brasil e bater um papo sobre o apoio ao empreendedorismo na indústria da moda e como a sustentabilidade trouxe novas perspectivas para esse mercado.

Começamos com Juan Castano, Gerente de Produto para PMEs do Santander Brasil, que conduziu a conversa sobre empreendedorismo, enquanto a executiva de sustentabilidade da instituição, Carolina Learth, trouxe sua visão sobre sustentabilidade na indústria e as diversas formas que o Santander Brasil vem apoiando a causa. Confira nosso resumo abaixo:

Apoio ao empreendedorismo na indústria da moda com Juan Castano

Formado em Engenharia Industrial pela Universidad de los Andes com foco em Gestão de Produtos Digitais, o colombiano Juan Castano tem mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro em países como Estados Unidos, Brasil e Colômbia, além de já ter trabalhado com corretoras, bancos e fintechs. Nos últimos anos ele se direcionou às PMEs, principalmente na estratégia de apoio ao desenvolvimento empresarial com soluções efetivas para o empreendedor, tornando-se um mentor para empresas em etapa de crescimento.

Impactos e desafios

Com a quinta maior indústria têxtil do mundo e o quarto maior polo confeccionista de roupas, o Brasil vive um momento de esperança para a indústria da moda.

Após reduzir sua produção drasticamente desde abril, quando foram anunciadas medidas de distanciamento, o setor reinventou-se. Os que apostaram no e-commerce conseguiram transpor o momento mais crítico, mas também houve uma aceleração das tendências não só na digitalização da jornada produtiva como também nas mudanças de consumo dos clientes.

Sai o consumismo extremo e entram compradores que buscam moda sustentável. Isso requer planejamento de produção, custos, tempos e inventários.

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Com tantas mudanças é preciso estar preparado, conhecer e estar antenado no que está acontecendo e parte desse conhecimento está atrelado à gestão do negócio.

Não existe produto sem concorrência, então é preciso ter um diferencial na proposta de valor e ela se dá através de um conjunto de fatores: pré-venda, venda, pós-venda, o processo de compra e as características do produto, ou seja, como o seu serviço irá engajar clientes.

Um dos maiores erros que empreendedores cometem na gestão é não conhecer seu público. A solução está em pesquisas: identificar as características da pessoa como idade, gênero, cidade, renda, ocupação, o porquê procura roupas sustentáveis e o melhor canal de compra.

Dica: tente descobrir porquê compraram, como conheceram sua empresa, qual foi o processo da compra, embalagem da peça, porquê escolheram marcas concorrentes e vá tentando criar um canal direto com o cliente para entender todos esses aspectos.

Insight: às vezes passamos muito tempo pensando no produto e não no cliente. O chefe de toda e qualquer empresa é o cliente. Adquirindo esse conhecimento sobre ele será possível executar uma oferta, definir metas, planejamento, acompanhamentos e capacidade de execução.

Metas e administração

Uma vez definido o planejamento de produção, é preciso olhar para o lado financeiro e garantir que os fluxos casem, ou seja, que a empresa tenha recursos suficientes para os pagamentos dos fornecedores, empregados, etc.

Atenção: muitos empreendedores dependem das vendas do mês para pagar sua cadeia de produção, então é preciso acompanhar de perto, pois as vendas nem sempre são quando e como esperamos, os recebimentos não costumam ser imediatos e sempre há casos de inadimplência e fraude.

Dica: acompanhar o dia a dia do negócio, o fluxo de caixa, como está a estrutura de pagamentos e recebimentos, e ter mais controle de como está a rotina do negócio. O Santander Brasil já possui uma ferramenta para isso: o Copiloto.

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Com o aplicativo é possível acompanhar como está a saúde financeira da empresa e assim prever se será necessário algum tipo de apoio para o fluxo de caixa, como crédito ou financiamento.

O app, lançado há três meses, também tem uma loja virtual para empresas que estão iniciando no mercado se desenvolverem melhor no mundo digital. Saiba mais aqui.

Atenção ao financiamento

Hoje muitas empresas buscam financiamento de alguma instituição financeira, mas antes de fazer isso é preciso entender qual a razão de haver um desequilíbrio no fluxo.

Não adianta pedir um crédito se o empreendedor não consegue resolver os problemas em suas raízes. Isso só vai adiar um novo pedido de crédito, algo que pode se tornar uma bola de neve na vida do empresário.

Dica: é importante ter um bom relacionamento com o banco, pois esse é baseado na confiança. Ele precisa confiar para poder aprovar um limite de crédito e isso só se dá quando as informações de fluxo e faturamento são compartilhadas, e os pagamentos e recebimentos são mantido na mesma instituição. Dessa forma, o banco tem uma visão completa do seu cliente e pode ser mais assertivo na aprovação de crédito.

Complementos de gestão

Além do aplicativo Copiloto também há o programa Avançar, destinado a pequenas e médias empresas.

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No Programa Universitário Empresas, o Santander Brasil disponibiliza para correntistas PJ até dois estagiários por empresa e cobre metade de suas bolsas pelo período de quatro meses. Por meio de um banco de dados oferecido pela instituição, o empresário pode escolher os profissionais mais adequados, conduzir entrevistas e definir a pessoa ideal para integrar sua equipe.

Dúvidas Frequentes

Sobre Score

Cada empresa, como Serasa ou Boa Vista, possui seu próprio Score que é avaliado de acordo com o comportamento financeiro do cliente no mercado. Com o Santander Brasil não é diferente e a instituição também tem seu próprio Score. O que mais pesa na avaliação de Score do banco é como que o cliente transita nos produtos, como sua conta corrente, seu sistema de pagamentos e recebimentos.

Dica: dê a maior quantidade de informação possível ao banco para que ele possa ser mais assertivo em suas avaliações e possíveis créditos

Sobre Capital de Giro

O dinheiro do negócio deve ser investido em algo seguro e muito líquido, como um título do governo ou um banco, e que tenha uma liquidação rápida para que os valores possam ser resgatados em poucos dias.

Dica: o dinheiro da empresa deve ser aplicado na mesma e se você acha que deve investir em ações ou outros tipos de negócios, talvez seja o caso de repensar a existência da empresa porque ela deveria ser mais rentável do que qualquer tipo de investimento disponível no mercado.

Sobre o destino de recursos

Não existe uma fórmula exata para calcular o percentual de caixa x salário na hora de manter o equilíbrio financeiro, investir mais e contratar pessoas. Tudo depende do tipo da empresa e do negócio, não há uma regra básica, pois também é preciso entender o momento que a empresa está passando

Dica: procure manter um caixa mínimo que permita a empresa se sustentar por 2 semanas a 1 mês, pelo menos. Assim o empreendedor terá tempo de se organizar para uma emergência, como a que estamos vivendo agora.

Uma nova perspectiva para a moda com Carolina Learth

Carolina Learth lidera a prática de Negócios Sustentáveis do Santander Brasil, que inclui a expansão da carteira de Finanças Sustentáveis e a manutenção da excelência do desempenho ESG do próprio Santander. Com 15 anos de experiência na área de negócios, operações e forte foco no setor Financeiro, ela também foi professora em programas de pós-graduação em Meio Ambiente e Sustentabilidade.

Nos últimos três anos, o Santander Brasil aumentou sua carteira de Finanças Sustentáveis em mais de 500%, atingindo R$ 13,6 bilhões e inovando em mecanismos como ESG Linked Loans, Transition Bonds e outros. Como parte da equipe do Santander Brasil ESG, ela é responsável por apoiar os clientes em uma transição para uma economia de baixo carbono e mais inclusiva.

Empreendedorismo sustentável em evolução

As empresas querem inserir cada vez mais a dinâmica de sustentabilidade em seus negócios e isso tem feito o Santander Brasil ser muito provocado em como irá apoiar os empreendedores nessa agenda, quais são os desafios como banco e como é possível aproveitar esse momento, especialmente agora com a Covid-19, onde há um movimento de ressignificação dos negócios e empreendedores trazendo os aspectos sociais e ambientais para dentro dos negócios efetivamente.

Neste ano de 2020, a instituição fecha com R$ 22 bilhões em negócios sustentáveis, que inclui energias renováveis, agronegócio responsável, apoio a indústria sustentável, infraestrutura, saneamento, entre outros. Há um mar de oportunidades e o banco tem buscado dialogar com seus clientes para manter a porta aberta e enriquecer seus negócios.

Moda e sustentabilidade

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Em 2013 acontece uma das maiores tragédias da indústria têxtil: o prédio Rana Plaza, em Bangladesh, local de produção de grandes marcas mundiais desabou deixando mais de mil trabalhadores mortos e cerca de 2500 feridos. O acidente refletiu as condições de trabalho precárias que existem na indústria e acendeu o debate sobre quem faz as nossas roupas, de onde elas vêm e o que estamos provocando dentro dessa cadeia.

Com a pandemia surgiu um forte movimento de ressignificação da moda levantando diversas questões sobre o propósito e impacto da indústria têxtil, uma das mais associadas ao trabalho escravo no mundo.

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Os números são alarmantes, mas também necessários para que possamos repensar as cadeias de produção, o aproveitamento de matérias-primas e produtos, assim como um olhar mais efetivo para a vida útil dessas peças que estão sendo produzidas.

Vale lembrar: a maior parte dos nossos resíduos ainda vai para os aterros sanitários, especialmente no Brasil, e o país ainda não possui nenhum modelo de logística reversa ou empreendedores de fato pensando em soluções práticas para reduzir o impacto negativo.

O lado positivo: os dados também refletem o grande poder e potencial que a indústria da moda tem, como a parte de liderança feminina, por exemplo.

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As marcas têm o papel de orientar o consumidor sobre sustentabilidade e nesse ponto a comunicação é fundamental para que marca e cliente possam adotar práticas que reduzam o desperdício e gerem impactos mais positivos na sociedade e no meio-ambiente.

Dica: busque mecanismos de vinculação com seu público e não perca de vista o marketing ou ações especiais como lançamentos que atrelem reuso de produtos, oferecendo descontos ao cliente que traz uma peça sem uso para adquirir uma nova. A ideia é fazer a dinâmica do negócio girar. Cada marca possui qualidades e diferenciais a serem exploradas e os clientes (seus desejos, necessidades e comportamentos) precisam estar vinculados a isso.

Movimento Empresas B

Empresas B são aquelas que usam seus negócios para o desenvolvimento de comunidades e redução da pobreza, além de buscar também soluções para os problemas climáticos. O conceito das “B Corps” foi criado pelo B-Lab nos EUA em 2006, com a proposta de redefinir o sucesso para os negócios.

Hoje há mais de 950 companhias – 75 delas na América Latina – em 30 países e 60 setores. No Brasil, esse conceito foi liderado pelo Comitê para Democratização da Informática (CDI) em parceria com o Sistema B, representante do movimento na América Latina, e já possui 46 empresas com o certificado.

Dica: No site oficial do sistema B é possível preencher um questionário para fazer um diagnóstico do seu negócio e a partir daí buscar essa certificação e/ou adquirir orientação para tornar o seu modelo mais sustentável.

Onde há recurso, há potencial de transformação

Esse ano vimos a indústria da moda exercer um papel importante em relação a pandemia com o projeto Heróis Usam Máscaras, uma iniciativa do Santander, Itaú e Bradesco que impactou 6 mil costureiras em um investimento de R$ 15 milhões para 19 estados do país, uma mobilização gigantesca para gerar renda às costureiras e também dar apoio aos profissionais de saúde, crianças e escolas nesse momento de necessidade.

Insight: ações conjuntas são mais importantes do que nunca e hoje há um potencial enorme para a indústria da moda ir cada vez mais longe visando um futuro mais sustentável.

Dica: uma pequena marca de roupas, por exemplo, pode se unir a uma de calçados que possui os mesmos pensamentos, criando hubs colaborativos em plataformas onde as pessoas possam de alguma maneira encontrar o que elas precisam.

Plano Amazônia

A Amazônia é um desafio para todos, hoje mais do que nunca. Em 2020 houve um aumento ainda maior de conscientização da sociedade em relação a sua importância, porém ainda há um longo caminho pela frente, especialmente se pensarmos nas distâncias e estruturas precárias para fazerem recursos chegarem a certas comunidades, monoculturas, sistemas agroflorestais e pequenos produtores. E o grande dilema é: como a floresta vale mais em pé do que desmatada?

Tirando a ilegalidade que sabemos que existe e deve ser combatida pelo governo, quais são os modelos econômicos que darão resposta para esse desafio tão grande que é manter a floresta de pé?

Dentro desse cenário, o Santander Brasil se uniu novamente ao Itaú e Bradesco para lançar o Plano Amazônia, um documento que reconhece a importância da contribuição do setor financeiro para o desenvolvimento sustentável da região e estabelece 10 medidas concretas que os três maiores bancos privados do país se comprometem a adotar, conjuntamente, para avançar nessa questão.

As ações envolvem o estímulo a iniciativas que busquem atrair investimentos em infraestrutura e produção sustentáveis e a adoção de diligências para evitar o fluxo de capital para atividades ilegais e predatórias. Na lista estão compromissos como: atuar visando o desmatamento zero no setor de carnes; estimular as culturas sustentáveis (exemplos: cacau, açaí, castanha) por meio de linhas de financiamento diferenciadas; estimular o desenvolvimento de infraestrutura de transporte (exemplo: hidroviário) com metas ambientais, em troca de condições diferenciadas (exemplos: funding, exigências e parceiros), entre outras. Para saber mais sobre essa e outras iniciativas do banco na região amazônica clique aqui.

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