Misci, 2025 

Airon Martin faz “culto a si” ao lançar marca homônima e reforçar identidade da Misci em nova coleção. 


Modelo desfile jaqueta de couro plissada em coleção 2025 da Misci.
Misci, 2025. Foto: Zé Takahashi (@agfotosite)



Airon Martin desfilou a segunda coleção de 2025 de sua Misci nesta terça-feira (12.11), num antigo noviciado no bairro do Ipiranga, em São Paulo (o estilista não trabalha com as definições tradicionais de verão e inverno).

Em linhas gerais, a apresentação é composta de duas partes: a primeira é uma reunião dos códigos mais importantes da etiqueta fundada em 2018. Por isso, estão ali a sua estética country, com camurça e botas caubói, o interesse por linhas modernistas, geométricas e assimétricas, a sensualidade, os tons de horizonte de fazenda e as bolsas hit – agora em versão mini, triangular e mochila. 

Modelo desfila conjunto de alfaiataria Airon Martin em coleção 2025 da Misci.

Modelo desfila coleção 2025 da Misci.

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A segunda é o lançamento de uma nova marca com o sobrenome do designer e focada em alfaiataria e “roupas de noite”. De acordo com Airon, sua trajetória foi quase que na contramão da de seus colegas de profissão. “Investi mais em comunicação, marketing e abertura de lojas do que em uma estrutura de ateliê”, disse ele, durante um preview. A estratégia se provou proveitosa financeiramente. “Hoje eu estou com uma empresa saudável, em crescimento e podendo construir o ateliê com a melhor modelista que eu posso pagar.”

O momento coincide com a expansão internacional da Misci. Em setembro, a grife participou de um showroom durante a semana de moda de Milão, onde percebeu a demanda por produtos mais bem acabados e uma exigência de qualidade um tanto superior. “O lançamento dessa marca é com uma alfaiataria muito bem feita, impecável, clássica, simples, mas uma lacuna de mercado que eu vi que não era atendida.” 

Modelo usa alfaiataria da marca Airon Martin no desfile da Misci de 2025.

Modelo de camisa branca e jeans em coleção 2025 da Misci.

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Foram comuns também comentários sobre clichês que uma empresa de moda brasileira deveria ofertar. Por exemplo, estampas. Incomodado com o estereótipo, ele eliminou toda e qualquer padronagem desta coleção. 

O foco, segundo o designer, está no design, nos materiais de produção nacional e em produtos de apelo “mais universal”, como camisas, blazers, smokings e vestidos de festa, em materiais nacionais, como a seda, a organza e a malharia. 

Modelo desfila vestido branco em coleção 2025 da Misci.

Modelo desfila camisa e sunga de couro de pirarucu em coleção 2025 da Misci.

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A execução, às vezes, tende a complicações desnecessárias. Algumas amarrações, recortes, volumes e transpassados atrapalham a ideia do aperfeiçoamento técnico acima de conceitualizações. Não à toa, os destaques – boa parte deles pertencente à novata Airon Martin – são produtos tradicionais, como os smokings de lapela acetinada usados por eles e por elas, e a investida urbana em parkas e hoodies. 

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