NYFW: Coach, verão 2026

O amor de Stuart Vevers por Nova York e pelos Estados Unidos já não é segredo: temporada após temporada, a Coach revisita códigos da cultura e da moda local – do jeans gasto às jaquetas de couro vintage, passando por referências diretas às ruas da Big Apple, como os táxis amarelos e os logos da cidade. Mas se nos últimos anos a marca buscou conquistar a geração Z coleções pop, o verão 2026 troca o excesso pela contenção.

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Coach, verão 2026. Getty images

“Pensei em um equilíbrio delicado entre o polido e o brilhante com o bruto, uma combinação que considero muito nova-iorquina. E por ‘bruto’, quero dizer a resiliência e a beleza de como a cidade ganha vida novamente a cada manhã”, disse Vevers em um comunicado oficial.

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Essa dicotomia se reflete em jaquetas de couro e camurça, alfaiataria desconstruída, shapes oversized e tricôs puídos que parecem já ter história. A delicadeza vem em vestidos de tule e organza, bordados com estrelas e nuvens, em uma forma lúdica, mas menos gritante, de revisitar o romantismo jovem que já virou assinatura da Coach.

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Entre os destaques estavam as estampas em preto e branco com skylines de Seattle e Santa Cruz, aplicadas em camisetas e vestidos. Diferentemente das maxiclutches em formato de urso da temporada passada – pensadas para render fotos nas redes sociais –, essa escolha mostrou uma Coach mais alinhada aos desejos atuais, que privilegiam peças com memória em vez de truques virais.

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Nos acessórios, a Coach segue valorizando o passado enquanto fala do presente. Pela primeira vez, a bolsa Tabby aparece em versão clutch, enquanto as bolsas de pescoço com fecho Kisslock acompanharam brincos e colares que remetem a amuletos vitorianos: relicários em forma de coração, mini envelopes, pequenas moedas e até livros articulados, todos com bilhetes de amor gravados. Detalhes que pareciam pedir uma leitura mais íntima da coleção, quase como segredos guardados contra o ritmo acelerado da cidade.

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Bonita e coerente, a apresentação não trouxe grandes reviravoltas, mas reforçou a identidade que Vevers vem construindo na última década: uma Coach obcecada pela América do Norte, pela sua luz e pelo seu desgaste.