Elenco de Ninguém quer fala à ELLE sobre segunda temporada da série

Comédia da Netflix, protagonizada por Kristen Bell e Adam Brody e escrita a partir das experiências de sua criadora, volta com novos episódios e boas piadas.


Ninguém quer
Adam Brody como Noah e Kristen Bell como Joanne Foto: Erin Simkin/Netflix © 2025



O relacionamento improvável de uma podcaster agnóstica (Joanne), sem meias-palavras, e um rabino pra lá de atraente (Noah) é a premissa de Ninguém quer, que estreou na Netflix no ano passado. A produção fez sucesso com o público, recebeu boas críticas e foi indicada a três Emmys: melhor série de comédia, melhor atriz e ator (Kristen Bell e Adam Brody, que interpretam os protagonistas).

Pouco mais de um ano depois, retorna nesta quinta-feira (23.10) para sua segunda temporada. “Acho que a comédia romântica sempre foi uma fórmula ótima e agradável de assistir. Mas não foi atualizada de uma forma moderna”, conta Kristen à ELLE. “Tenho amigas que estão em aplicativos de namoro, procurando amor em uma cidade grande como Los Angeles e vivenciando as mesmas coisas que Joanne”, diz a atriz que morou no Brasil (em Fortaleza e Belo Horizonte), durante três meses, na época da faculdade, fazendo um trabalho voluntário.

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Kristen Bell como Joanne e Justine Lupe como Morgan em cena da segunda temporada de Ninguém quer Foto: Erin Simkin/Netflix © 2025

Ninguém quer partiu da própria experiência da criadora da série, Erin Foster, que, assim como a protagonista, se converteu ao judaísmo e tem um podcast com a irmã, The World’s First Podcast With Erin & Sara Foster. “A primeira temporada de uma série é muito difícil. Você tem tanta coisa para encaixar nesse espaço apertado. Na segunda, pudemos dar um respiro e nos aprofundar um pouco mais em outros personagens. Parecia que podíamos desacelerar”, diz a roteirista à ELLE.

Nos novos episódios, Morgan, a irmã de Joanne (Justine Lupe, de Succession e Maravilhosa Sra Maisel) e o casal formado por Sasha (Timothy Simons, de Veep), irmão de Noah, e Esther (Jackie Tohn, de Glow) ganham relevância na trama.

A temporada ainda traz um time de participações especiais: Alex Karpovsky (Girls), Seth Rogen (O estúdio) e Leighton Meester (Gossip girl), esposa de Adam fora das telas. “A Kristen atuou mais com ela, mas é sempre divertido vê-la trabalhar e ir para o set com ela”, conta Adam. “Gosto de pedir favores aos meus amigos”, diz a showrunner Jenni Konner, que conta ter procurado fazer escolhas nada óbvias para esses papéis.  

ELLE conversou com as criadoras e o elenco da série:

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A diretora Hannah Fidell (à esquerda), a criadora da série, Erin Foster (ao centro), Kristen Bell e Adam Brody (de costas) Foto: Erin Simkin/Netflix © 2025



Preparação para o papel

Kristen Bell olhou para a criadora da série para interpretar Joanne. “O que fiz foi estudar a Erin Foster sob um microscópio e o que ela faz no podcast – a forma como lida com os assuntos de maneira tão natural e como realmente não há nenhum tema que seja tabu, ela fala sobre qualquer coisa sem filtros. Tentei incorporar um pouco disso na personagem. Pude passar um tempo com ela durante o desenvolvimento da série e observar como ela se comporta, quais são seus trejeitos e seus valores. Tudo isso foi muito útil para mim.”

Justine Lupe adotou o mesmo caminho de Kristen. “A voz (de Morgan) era muito clara no roteiro, mas sabia que essa era uma história meio autobiográfica. Então, comecei a pesquisar sobre a Sara Foster, irmã da Erin. Esse foi o ponto de partida e também a referência à qual eu voltava sempre que precisava encontrar algum trejeito ou reencontrar a voz da personagem. Usava a Sara como uma espécie de estrela-guia para me manter no caminho”, conta a atriz. “Mas a Morgan é um pouco diferente da Sara. Então, também experimentei muito. E o figurino teve um impacto enorme em como eu pensava nela.” Justine conta que na primeira temporada as roupas precisavam esconder sua gravidez, mas nesta foi possível experimentar mais. 

Adam Brody nasceu em uma família judia, mas precisou se aprofundar na religião para interpretar o rabino. “Mergulhei bem mais fundo. Há inúmeros podcasts, livros, filmes e documentários (sobre a religião). Escutei o audiolivro A história dos judeus, assisti a The U.S. and the Holocaust (série documental de 2022), de Ken Burns. Nunca tinha visto Yentl (filme de 1983 em que Barbra Streisand interpreta uma judia que se disfarça de menino para entrar no treinamento religioso), por exemplo. Nunca tinha lido Maus: A Survivor’s Tale (graphic novel de Art Spiegelman, vencedora do Pulitzer, publicada em série entre 1980 e 1991, sobre as experiências do pai do autor como sobrevivente do Holocausto) e A noite, de Elie Wiesel (livro de 1960 sobre as memórias do autor do Holocausto). Mergulhei neste tipo de material”, conta.

Timothy Simons e Jackie Tohn, que interpretam um casal que segue o judaísmo, tinham familiaridade com a religião. “Não sei nada sobre judaísmo, além do fato de que fiz o Bat Mitzvah, fui à escola hebraica, a gente fazia o Shabat e eu sei todas as orações”, conta o ator. “A Jackie conhece expressões em ídiche tão específicas que acho que nem os fluentes conhecem”, completa. “É, minha mãe realmente me sobrecarregou com o ídiche (risos). Queria que ela tivesse feito isso ainda mais, porque tem certas coisas que ela diz e eu não entendo”, diz a atriz.

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Leighton Meester como uma influenciadora na nova temporada Foto: Erin Simkin/Netflix © 2025

Segunda temporada: mais fácil ou difícil?

Para Adam Brody é mais fácil filmar uma segunda temporada. “Acho que todo mundo sabe melhor o que está fazendo – talvez eu seja a exceção (risos) –, mas acho que o elenco está totalmente afinado, no ritmo certo. E os roteiristas realmente sabem como escrever para você, o que querem escrever para você e já têm você em mente – algo que já começa a acontecer na primeira temporada. Então, tudo se torna mais harmonioso.”

Kristen concorda. “Acho que, na segunda temporada, os roteiristas conseguem ver como o público reagiu, que tipos de tramas eles gostaram ou às quais talvez não responderam tão bem. E tudo isso é um conjunto de dados. Tipo: ‘esse ator é bom nisso, vamos fazer ele fazer mais disso’; ‘sabemos que o público adorou aquilo – vamos escrever pensando no que eles querem’. Isso para que a série seja uma experiência ainda melhor de assistir.”

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O casal da série Foto: Netflix © 2025



Los Angeles

Cenário para a série, com diversos takes e locações, a cidade é quase uma coadjuvante de Ninguém quer. “Tivemos sorte porque a Kristen e o Adam moram em Los Angeles, ambos têm filhos pequenos e queriam filmar lá. E isso foi ótimo, porque também moro em LA e queria trabalhar na cidade”, conta Erin. “Para mim, desde a primeira temporada, era importante que a série não se passasse apenas em um estúdio, mas que realmente explorasse a cidade. Logisticamente, isso é bem difícil, mas conseguimos incluir vários comércios locais incríveis e mostrar partes de Los Angeles que, acho, não costumam aparecer tanto.”

Jenni Konner completa: “A última vez que a cidade foi retratada de um jeito totalmente diferente foi com Entourage (2004-11). Foi uma série que levou a cidade muito a sério, do mesmo modo que Sex and the City fez com Nova York”.

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