Francesca, inverno 2026

A empresária e influenciadora Francesca Monfrinatti sente que está em um processo de construção da sua marca Francesca, que tem três anos de história no vestuário. Na estreia da label nas passarelas, que rolou nesta quarta-feira (29.10), na arena de tênis do Estádio do Pacaembu, em São Paulo, ela quis brincar com isso desde o cenário.

Francesca, inverno 2026. Foto: Zé Takahashi

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O espaço, com vigas, andaimes e chapéus de proteção estampados com o logo da etiqueta, criava uma ambientação de obra sobre o saibro vermelho. Em contraste, a alfaiataria precisa e feminina, pela qual a paulistana ficou conhecida, já está pronta para alçar novos voos. No backstage, antes da estreia, Francesca conta que fez questão de se certificar disso. Ela diz que esperou alcançar um padrão de excelência na modelagem e no acabamento para apresentar suas coleções na passarela. “Acho que agora estou com um produto impecável, com uma roupa desejável e com informação de moda”.

Uma expansão gradual do negócio foi necessária para chegar neste patamar de qualidade. A jovem etiqueta agora comercializa cerca de 10 mil peças por coleção, está presente em mais de 50 multimarcas e faz isso com alguns dos melhores fornecedores do mercado. Depois de operar online por dois anos, em novembro de 2024, a primeira loja física foi aberta em Pinheiros, São Paulo. O ponto já fatura 14% a mais do que o e-commerce.

Francesca, inverno 2026. Foto: Zé Takahashi

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Na passarela, a estilista quis revisitar a sua trajetória. “Queremos mostrar um pouco dos códigos que fomos desenvolvendo nos últimos anos. Ao longo dos 50 looks, mostramos de onde viemos, onde estamos e para onde queremos ir.”

O cinto, que assume papel de destaque em vários looks, foi a primeira criação de Francesca na marca homônima – antes de começar a produzir básicos premium, de 2017 a 2022, a label só vendia o acessório. A alfaiataria, um dos pilares da marca, aparece em blazers com ombreiras de 23 centímetros, camisas e saias longas. Já o uso do couro é inédito: o material dá as caras em detalhes nos casacos, macacões e vestidos longos. A moda festa é outra novidade e foi desenvolvida em parceria com o estilista André Betio, especialista no ramo de noivas. Nesta seara, há corsets de lã fria cortada no viés, que foram usados com suéteres de cashmere, saias de seda e calças balão.

Francesca, inverno 2026. Foto: Zé Takahashi

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É que Francesca Monfrinatti tem procurado desenvolver um guarda-roupa completo, desses em que as peças podem ser combinadas de formas diferentes, a depender da ocasião. O styling de Leandro Porto fortalece a mensagem com terninhos acinturados por camisetas de manga longa amarradas, moletons usados nos ombros sobre blusas fininhas e jaquetas esportivas combinadas a saias de seda e shorts biker.

A mão do paraense Diego Malicheski, fundador da Rocio Canvas e chefe de estilo da marca, é bem evidente. Os vestidos lânguidos, decotados e assimétricos carregam um pouco de sua assinatura. Da parceria entre Diego e Francesca, nasce roupas com uma sensualidade elegante e natural. Juntos, eles mostram que calças com aberturas laterais no cós e camisas com fendas provocantes não precisam ser sisudos para expressar força.

Tudo o que foi apresentado na passarela estará à venda – com exceção do corset, trench coat e da camisa feitos de látex. A coleção chega oficialmente às lojas em fevereiro de 2026. E, se depender dos aplausos animados no final do desfile, deve esgotar em pouco tempo.