6 livros escritos por mulheres para criar o hábito de ler em 2023

Romances, poesia, relato autobiográfico: tem leitura para todos os gostos na lista da escritora Jarid Arraes.


capas de seis livros escritos por mulheres



Quem me acompanha no Instagram sabe que meu ritmo de leitura é intenso, e uma das coisas que mais me perguntam é como consigo ler tanto em tão pouco tempo. Sempre respondo que esse é meu trabalho, mas, na verdade, também há uma parcela de intimidade com a literatura que me faz encarar a leitura como um hábito de todos os dias. Sem dúvida alguma, diariamente estarei com um livro nas mãos e, mesmo nos dias mais lentos, vou ler pelo menos dez páginas.

Mas você não precisa e nem deve se comparar. A qualidade do que você lê é muito mais importante do que a quantidade. E se você ainda não estabeleceu a leitura como algo consistente em sua vida, um dos segredos está em escolher bem os livros que vai ler. Pelos temas que te interessam, por exemplo, ler pode se tornar fácil e envolvente. Assim você tem muito mais gás – e prazer – em concluir uma leitura.

Em 2022 li muitas obras incríveis. Para começar esse novo ano, separei alguns dos meus livros favoritos. Aqueles que mais mexeram comigo, com os quais me emocionei e aprendi e fui levada a outras tantas realidades. E tem mais: todos foram escritos por mulheres. 

Veja a lista e comece pelo que te traz mais curiosidade, seja por identificação com o conteúdo da sinopse ou por vontade de descobrir temas e paisagens novas:

Pequena coreografia do adeus – Aline Bei

capa do livro Pequena coreografia do adeus, com fundo branco e ilustração de uma mulher segurando outra pessoa com o corpo jogado para trás

Finalista do Jabuti, esse livro é uma joia nacional. Com seu estilo peculiar e lírico de escrever romances, Aline Bei nos presenteia com uma narradora que começa menina. Eu amo os olhares das crianças na literatura, elas trazem camadas muito genuínas para a história, e Pequena coreografia do adeus é um exemplo maravilhoso de quantas emoções a perspectiva de uma garota pode causar. 

O acontecimento – Annie Ernaux

capa do livro O acontecimento com uma foto da autora Annie Ernaux jovem

Ganhadora do Nobel de Literatura, Annie Ernaux traz todos os tipos de impacto em O acontecimento. Cheio de imagens chocantes, triste, intenso e, ainda assim, repleto de nuances e sensibilidade ao tratar da questão do aborto clandestino (que a autora fez), é impossível ficar indiferente a essa obra.

Rinha de galos – María Fernanda Ampuero

capa do livro rinha de galos com a ilustração de um galo branco com crista vermelha

Desconfortável, criativo. Uma das minhas leituras favoritas de 2022, não poderia deixar de indicar Rinha de galos. Esse é um livro que continua a te surpreender conto após conto, sem nunca cair no tédio e provocando quem lê, testando limites. Temas tabus, descrições repulsivas, tudo que mexe muito com quem lê.

Como tigres na neve – Juhea Kim

capa do livro Como tigres na neve, com ilustração de um tigre

Um romance histórico que acompanha a vida de diferentes personagens na Coreia, enquanto acontecia a luta pela independência do país. As vidas das personagens vão se cruzando, se emaranhando, e trazendo reflexões importantes sobre o que era ser cortesã, como uma criança conseguiria sobreviver na rua e quem teria coragem de arriscar a liberdade, e a vida, por um ideal. Além da história que prende e envolve, o livro é visualmente lindo.

A mulher ao avesso – Michelle Soares

capa do livro mulher ao avesso com ilustação que mostra um olho, um cerebro e nuvens

Livro de poemas de uma autora brasileira única e corajosa, A mulher ao avesso versa sobre a saúde mental feminina e como as experiências das mulheres estão interligadas. Uma excelente opção para quem deseja experimentar ler poesia e para quem não tem medo de mergulhar em temas difíceis. 

Estou feliz que minha mãe morreu – Jennette McCurdy

Capa do livro Estou feliz me minha mãe morreu, com foto da atriz jennette mccurdy carregando uma urna cor de rosa

Autobiografia chocante da atriz Jennette McCurdy, uma das estrelas da sitcom iCarly. Em seu livro, Jennette expõe sua vida como atriz desde a infância, sendo a responsável por sustentar a família enquanto sofria abusos absurdos da mãe. Indispensável para ser confrontado com a realidade do abuso infantil e entender que muitas mães são, sim, cruéis.

Boa leitura!

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