Cadernos de uma parisiense: do museu ao brechó, seis lugares especiais na Cidade Luz

Nossa colunista Ana Garmendia pega você pela mão e conta o que fazer em Paris para aproveitar o melhor da capital francesa.


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Bonjour! Esta é mais uma edição da coluna Cadernos de uma parisiense! Aconselho você a anotar tudinho, porque aqui só tem dicas quentes. Os achados deste mês, eu acabo de descobrir em uma das minhas flanagens semanais. Antes de começar a contar o que está no meu caderno, aviso: neste espaço, tudo é orgânico. Certo que tem lugares icônicos e mágicos que devem ser visitados, e também vamos ao Louvre, mas as novas descobertas são sempre especiais, pois fazem a gente se sentir dentro da cidade, ou seja, um/uma verdadeiro(a) parisiense!

Hoje vamos falar de vintage e conhecer o Tilt, um dos meus brechós favoritos por aqui, passear pela rue Saint-Placide e descobrir os saborosos sorbets da Fruttini e ainda ir à Birdy, boutique especializada em bijus, joias e objetos de estilo bohemian, algo que as parisienses amam!

Pegue o lápis e papel e descubra o que fazer em Paris!

Viva o vintage!

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O Tilt Vintage, da rue Saint-Suplice, tem uma seleção mais apurada de peças. Foto: Ana Garmendia

Paris é uma cidade onde a compra de objetos usados, ou mesmo novos, em brechós, é algo que faz parte da cultura, da maneira como os locais se vestem. Por não serem vítimas da moda e amarem construir looks que respeitam seu estilo, parisienses são campeões nesse tipo de consumo. É um mercado aquecido e sempre, sempre mesmo, temos novos locais abrindo. Então, a lista aqui pode ser gigante e inacabável. Eu, particularmente, compro em sites de segunda mão (isso vai ficar para a próxima edição), mas tem um local físico onde sempre vou. Vamos a ele!

O Tilt Vintage é um dos meus favoritos por vários motivos. Primeiro, porque ele não é muito grande e eu não me perco lá dentro. Segundo, porque tem uma variedade de peças que vão dos kimonos às calças jeans, e tudo está sempre em ótimo estado. Terceiro, porque eles ainda têm uma seleção de peças novas com bom preço. São várias lojas em pontos estratégicos da França, sendo duas em Paris, e é delas que vou falar.

A boutique da rue de Rivoli tem um certo ar de mistério. Nunca está lotada, e garimpar por ali dá uma sensação de estarmos dentro da própria casa. É isso mesmo. A gente se sente bem e sempre acha alguma coisinha bacana para levar, sem ter gasto uma fortuna!

A da rue Saint-Placide é mais sofisticada e tem uma seleção que pode incluir peças raras, então, é bom entrar com calma e se deliciar com as descobertas. Não se assuste se der de cara com um blazer ou vestido Yves Saint Laurent da década de 70!

Tilt: 8, rue de Rivoli | 12 rue Saint-Placide.

 

Sorvete na fruta 

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Deliciosas frutas da estação no sorbet são a especialidade da Fruttini. Foto: Ana Garmendia

Esta é uma descoberta minha recente e é uma iguaria! O nome é Fruttini e fica ao lado do Tilt – quer dizer, você dá um rolê completo por ali, faz as compras e depois prova algo maravilhosamente bom, natural, fresco e tipicamente francês. O lance é o seguinte: frutas recheadas com sorvete ou sorbet (sorvete sem leite), uma receita usada no Sul da França, adaptada para o gosto parisiense e que é um luxo. O preço é salgado (mas lembre-se que quem converte não se diverte), porém a viagem é excelente: comece com o figo e vá até o maracujá. Claro que a disponibilidade de sabores depende da estação, pois ali tudo é fresco e segue a lógica da lei da oferta!  Quase tudo é sem glúten e sem lactose, mas não esqueça de perguntar!

Fruttini: 4 Rue Saint-Placide.

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Voa, garota 

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Foto: Ana Garmendia

Birdy é o nome de uma joalheria focada em designers franceses, o que já faz a visita algo superinteressante! Especializada no estilo bohemian, a Birdy tem de peças mais caras, como delicados anéis em pedras preciosas por 400 euros, a opções mais em conta, como um bracelete, que aqui eles chamam manchette, por cerca de 50 euros. São sete lojas por toda Paris, então, vale visitar alguma delas na sua passada por aqui. Além das peças, a decoração é linda!

Birdy: 12, rue Saint Placide.

 

Comida e arte 

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Foto: Instagram @clovergrill

Aberto em 2016, como um ateliê dedicado aos assados, o Clover Grill, do estrelado chefe Jean-François Piège, tem um pouco de tudo: carnes, peixes, legumes, tudo cozido na brasa ou no espeto. É a minha casa de carnes preferida em Paris. E olha que sou gaúcha, disso eu entendo!

Fora a comida maravilhosa, eu gosto do ambiente e da decoração, feita com materiais nobres e peças de antiquário. Entre elas, dois blocos de madeira que cercam uma câmara de maturação de carne especialmente criada para o local.

Para celebrar o sexto ano de abertura, Piège pediu ao artista Matthieu Cossé para transcrever sua visão da gastronomia por meio de um imenso mural. Ah! E para quem gosta de fazer um esquenta antes de comer, o Clover tem um bar de coquetéis que oferece um cardápio de receitas clássicas e criações originais. Eu amo!

Clover Grill: 6 rue Bailleul.

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Joias no Louvre? 

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As joias da rainhas francesas estão na Galeria Apolo, no Louvre. Jérôme Allart

Eu tenho paixão pela galeria Apolo, no Museu do Louvre, e sempre que posso passo por lá! Muita gente que visita o lugar pela primeira vez fica em dúvida do que ver, então, eu dou a dica: não perca essa parte!

Mas o que rola por lá? Pois bem, prepare seu coração, pois verás o poder do Rei Sol, Luís XIV.

Construída entre 1661 e 1665, a Apolo foi projetada como parte de um projeto mais amplo de renovação do Palácio do Louvre. Eles queriam transformar o edifício em uma residência real ainda mais grandiosa. A galeria foi oficialmente inaugurada em 1665. Comprovando a existência do estilo barroco na arquitetura francesa, a galeria tem paredes e teto adornados com afrescos de Charles Le Brun. As obras retratam as glórias de Apolo. Já as esculturas e elementos dourados realçam a opulência do espaço, símbolo do absolutismo francês da época. Atualmente, a galeria abriga a coleção real de gemas e os famosos diamantes da Coroa! Conselho: dê uma estudada na história desta sala, pois ela sofreu algumas modificações ao longo dos séculos. Um show!

Galeria Apolo: 4, quai François Miterrand, Ala Denon, nível 1.

Ana Garmendia é jornalista e correspondente da ELLE em Paris. Reside na capital francesa há 18 anos e é apaixonada por caminhadas, fotografia e pela exploração de lugares que refletem moda, história, cultura e gastronomia. Nesta coluna, ela compartilha suas experiências e revela segredos, descobertas e preferências na Cidade Luz.

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